
Allan Costa
Allan Costa é empreendedor, investidor-anjo, mentor, escritor, motociclista e palestrante em dois TEDx e em mais de 100 eventos por ano. Co-fundador do AAA Inovação, da Curitiba Angels e Diretor de Inovação da ISH Tecnologia. Mestre pela FGV e pela Lancaster University (UK), e AMP pela Harvard Business School.
Opinião
Por que você deveria prestar mais atenção na Índia
Sempre tentei colocar em prática aquilo que alguns chamam de Contrarian Thinking. Em uma tradução quase literal, isso significa algo como “Pensamento Contrário”. A ideia é simples: pensar - e agir - diferente da maioria. Como quase tudo na vida, fácil de falar e difícil de fazer.
Esse pensamento tem tudo a ver com inovação e negócios. As empresas mais inovadoras do mundo são grandes Contrarian Thinkers, pois rejeitam a maneira tradicional de como as coisas são feitas para, então, criar soluções e produtos não-óbvios que entregam muito valor.
Ser um Contrarian Thinker também envolve buscar olhar para onde ninguém mais está olhando. É o que grandes profissionais fazem ao buscar habilidades que ainda não são tão valorizadas pelo mercado, mas que poderão crescer nos próximos anos. Da mesma forma, é o que acontece quando empreendedores apostam em mercados não-tradicionais e que, à primeira vista, não fazem muito sentido aos olhos da maioria, mas que em alguns anos acabam por se provar uma aposta certeira.
E eu diria que, quem começar a apostar na Índia desde já, pode colher muitos frutos nas próximas décadas
Os
Estados Unidos sempre foram conhecidos como o grande centro de inovação
mundial. Nos últimos anos, a China vem chamando muita atenção pelo seu salto
tecnológico inimaginável e a criação de alguns das empresas mais inovadores do
mundo, como Pinduoduo, Alibaba e Tencent, fugindo do estereótipo de que a China
sempre copiava as inovações globais para uma posição de líder mundial em
diversas áreas. Realmente impressionante.
Estados Unidos sempre foram conhecidos como o grande centro de inovação
mundial. Nos últimos anos, a China vem chamando muita atenção pelo seu salto
tecnológico inimaginável e a criação de alguns das empresas mais inovadores do
mundo, como Pinduoduo, Alibaba e Tencent, fugindo do estereótipo de que a China
sempre copiava as inovações globais para uma posição de líder mundial em
diversas áreas. Realmente impressionante.
A
inovação, apesar de ter se tornado cada vez mais um fenômeno descentralizado e
mundial, ainda está muito ligada à geografia. O Vale do Silício desde os anos
60, a Grã-Bretanha em 1800, a Itália em 1500… Todos foram grandes pólos
responsáveis por algumas das inovações mais importantes da história da
humanidade. Embora Estados Unidos e China ainda estejam muito à frente de todo
o mundo em termos de tecnologia e inovação, eu diria que a Índia tem ótimas
chances de despontar como um novo centro global de tecnologia e inovação.
inovação, apesar de ter se tornado cada vez mais um fenômeno descentralizado e
mundial, ainda está muito ligada à geografia. O Vale do Silício desde os anos
60, a Grã-Bretanha em 1800, a Itália em 1500… Todos foram grandes pólos
responsáveis por algumas das inovações mais importantes da história da
humanidade. Embora Estados Unidos e China ainda estejam muito à frente de todo
o mundo em termos de tecnologia e inovação, eu diria que a Índia tem ótimas
chances de despontar como um novo centro global de tecnologia e inovação.
Prestar atenção nisso pode fazer toda a diferença. Enquanto todo mundo fala dos centros já consolidados, aprender sobre aquilo que ainda está a ponto de atingir sua curva exponencial de crescimento é um investimento que pode retornar centenas de vezes.
Como diria Matt Ridley, autor do ótimo livro How Innovation Works: “My money is on India”.
Obviamente,
esses são apenas alguns dados. Outra faceta interessante de analisar é ver o
número de executivos de alto escalão dentro de algumas das maiores empresas do
mundo que são indianos ou possuem ascendência indiana:
esses são apenas alguns dados. Outra faceta interessante de analisar é ver o
número de executivos de alto escalão dentro de algumas das maiores empresas do
mundo que são indianos ou possuem ascendência indiana:
- Satya Nadella, CEO da Microsoft
- Sundar Pichai, CEO da Alphabet (a gigante dona do Google)
- Shantanu Narayen, CEO da Adobe
- Ajay Banga, chairman da Mastercard
- Arvind Krishna, CEO da IBM
- Indra Nooyi, ex-CEO da Pepsico
Impressionante, não é? E esses são apenas alguns poucos exemplos. O país não tem apenas exportado grandes executivos, mas também criado gigantes dentro de casa.
Hoje, o país é o terceiro colocado no ranking de unicórnios (são 49 na data em que escrevo este artigo) - startups com valor de mercado superior a US$ 1 bilhão - atrás apenas de Estados Unidos (124) e China (108), e à frente de Reino Unido (16), Brasil (12) e França (12).
A lista inclui gigantes como Paytm, OYO e Byju’s, a maior edtech do mundo. Alguns outros cases também chamam a atenção, como o Flipkart, startup de e-commerce que foi adquirida pelo Walmart em 2018 por 16 bilhões de dólares.
Obviamente, nem tudo são flores. A Índia é um país enorme que ainda possui problemas estruturais gritantes, como pobreza e corrupção. Contudo, se conseguir dirimir esses problemas e continuar seus grandes investimentos em tecnologia, o futuro pode ser brilhante e trazer muitas oportunidades para quem apostar neste país muitas vezes esquecido pela mídia mainstream.