Andre Inohara
Andre Inohara é cofundador e CEO da Inovasia, consultoria de educação executiva que ajuda empresas brasileiras a se conectar aos modelos mais disruptivos de negócios na Ásia. Antes de criar a Inovasia, André atuou como assessor de comunicação na Amcham, a Câmara Americana de Comércio para o Brasil, e ajudou a criar o conteúdo multiplataforma da entidade. É jornalista e administrador, com MBA em Informações Financeiras pela FIA (Fundação Instituto de Administração) e pós-graduação em Comunicação Digital pela ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing).
Comércio exterior
China foca em parcerias agrícolas na África e atinge relação com Brasil
de toneladas por ano, só o agronegócio brasileiro deve produzir 130 milhões de
toneladas na safra deste ano, segundo o IBGE. Pelo menos 70% dessa produção é
comprada pela China, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior
(Secex). E mesmo com o tratamento inamistoso dado pelo governo brasileiro à
China nos últimos meses, as compras vêm aumentando.
Mas o impacto trazido pelo comércio da China com a Tanzânia carrega uma simbologia importante e terá consequências não muito boas para o Brasil no longo prazo. Significa que a China está diversificando seus parceiros agrícolas para diminuir a dependência dos principais fornecedores — Brasil e EUA — e estender sua influência geopolítica.
comerciais mais fortes”, declarou Wu Peng, diretor de Assuntos Africanos
do Ministério das Relações Exteriores da China. Em contrapartida, a China vende
maquinário, eletrônicos e outros bens acabados de maior valor agregado para a
África, deixando a balança comercial ainda mais favorável para eles.
apenas segurança alimentar. Em agosto, uma “aliança da indústria da soja” foi
proposta à Rússia para estreitar relações econômicas. É importante lembrar que,
apesar de um passado próximo – e bem curto – nos tempos do comunismo, os dois gigantes
nunca foram exatamente vizinhos cordiais. China e Rússia se estranharam muito ao
longo dos séculos e até hoje
e influência geopolítica.
e Tecnologia, em Wuhan, isso é um gesto de boa vontade e cooperação com a
Rússia em um momento em que as turbulências entre Pequim e Washington parecem
longe de acabar. “China e Rússia encontraram nova cooperação estratégica em
meio à situação atual. Eles estão enviando um sinal claro de que as relações
não serão influenciadas pelos EUA”, disse.
Correndo o risco de ser repetitivo, a diversificação geopolítica e comercial que a China está fazendo é o que o Brasil deveria fazer. Uma relação comercial pragmática, na qual prevalece o interesse de longo prazo. Enquanto a China planeja seu futuro pelas próximas décadas, o Brasil não consegue criar políticas públicas de comércio nem de quatro em quatro anos. Essa falta de coordenação explica por que a China, que tinha uma PIB inferior ao brasileiro no fim da década de 1970, hoje tem um PIB cinco vezes maior.
É o que a China faz. Assim que as tensões comerciais com os EUA diminuírem, os
chineses voltarão a direcionar suas compras de grãos para esse mercado.
reduzir o ritmo de compra da soja brasileira, nosso país precisa se preparar e buscar
mais acordos comerciais com o mundo para escoar os excedentes.
brasileiro de carnes para exportação, outro item representativo da nossa pauta
e que tem de quatro a dez vezes mais valor por tonelada do que a soja.