Como as NFTs vão mudar o jogo

As NFTs irão representar, em breve, uma mudança drástica em jogos, trazendo oportunidades de negócios nunca antes pensadas. Mas o que é NFT? É a sigla para non-fungible token e pode ser traduzida para tokens não-fungíveis, ou seja, algo que nunca vence, imutável.

Eles são uma espécie de certificação digital que confere a autenticidade a um arquivo, registrando a propriedade e veracidade na Blockchain.

Provavelmente você já tenha acompanhado notícias sobre NFTs relacionadas à arte digital. Desenhos, memes, músicas, GIFs e vídeos estão sendo vendidos por alguns milhões de dólares para colecionadores. A londrina Sotheby’s, uma das maiores e mais tradicionais casas de leilão do mundo, inclusive já tem uma unidade de negócio voltada somente para NFTs.

E o ecossistema de games já percebeu o potencial das NFTs para revolucionar a forma que nos relacionamos com jogos. Separei algumas tendências e apostas que estão rodando ou, em breve, estarão por aí.

Não é de hoje que os jogos têm a preocupação em dar aos jogadores itens exclusivos e raros, seja como forma de reconhecimento aos jogadores mais ativos, aos melhores players ou àqueles que gastam com compras de itens dentro do jogo. O que as NFTs vão mudar nisso é que estes itens poderão ser, a partir de agora, realmente exclusivos. A Activision poderá, por exemplo, no Call of Duty, lançar um fuzil especial com uma reduzida disponibilidade. Os donos do equipamento estarão registrados na blockchain e somente eles terão essa arma em todo o jogo.

A EA Sports, em todas as suas séries de jogos esportivos, poderá lançar cartas especiais, ultrararas e que finalmente poderão ser carregadas entre as novas versões do jogo. Imagine você ter um Pelé especial da Copa de 70 e poder jogar com ele no FIFA 24, 25, 35. Ou, ainda, revender ele por uma quantidade considerável de bitcoins.

Um projeto que gostei muito de ver acontecendo é o primeiro álbum da Copa em NFT do mundo: www.thecryptoplayers.com.

As desenvolvedoras de games poderão abrir suas portas para artistas, desenvolvedores autônomos, designers, músicos, entre outros, criando uma espécie de market place de itens. Imagine, por exemplo, se a Epic Games permitir que designers do mundo todo possam criar e vender skins (a “roupa” do personagem) para Fortnite. Uma enorme fonte de receita é criada e a adoção em massa traz ganhos que vão muito além do EBITDA. Um artista mundialmente reconhecido, que ninguém e muito menos a desenvolvedora sabia ser player do jogo, em um dia de inspiração pode criar uma skin. A NFT, nesse caso, garante que existam apenas o original e suas cópias autorizadas rodando no jogo, por meio da blockchain.

Os jogos de metaverso estão expandindo as fronteiras de possibilidades. Dias atrás, um pedaço de terra digital no Axie Infinity foi vendido por US$ 2,3 milhões. E por lá tudo ainda é mato. Logo veremos, nestes jogos, a compra de carros, itens de decoração e tudo aquilo que faz parte da nossa vida não digital, sendo comercializados, trocados e leiloados, criando um mercado bilionário e nunca antes imaginado. Ah, mas quem seria louco de pagar dólares de verdade em um par de Nike para ser usado dentro de um jogo? Você que tem mais de 30 anos provavelmente não. Mas pergunte para um garoto de 12 anos ou para a Nikeland se faz sentido. Nikeland? Isso mesmo: https://twitter.com/Nike/status/1461431629897887745

A adoção das NFTs dentro dos jogos também devem acelerar a entrada das criptomoedas como meio de pagamento em games. Não duvide se, em breve, você utilizar sua carteira da Binance ou Coinbase para pagar por conteúdos na tela do seu Playstation ou Xbox.

O grande desafio de toda a tecnologia por trás das NFTs é a adoção. A sua compra ainda é um tanto complexa, exigindo conhecimento por parte do usuário. Mas, obviamente, com tanto dinheiro e possibilidades em jogo, muita gente já está trabalhando para facilitar isso.