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O prefeito de Curitiba, Rafael Greca, e a presidente do LIDE Paraná, Heloisa Garrett. Crédito: Arquivo Pessoal.

Heloisa Garrett

Heloisa Garrett

Heloisa Garrett é Presidente do LIDE Paraná.

Prefeito de Curitiba

Greca, o visionário apaixonado

15/03/2024 12:16
O mês de março é especial por uma série de motivos, um deles é o aniversário de Curitiba, a cidade mais inteligente do planeta. Por isso, a edição de estreia da coluna Liderança e Influência não poderia ter outro entrevistado que não fosse o prefeito Rafael Greca.
Em qualquer parte do mundo, quando falo que venho de Curitiba, as pessoas já associam à “terra do Greca". O que acha que, na sua jornada como líder público, criou essa deferência?
Rafael Greca: O amor. O amor é a condição da missão. A minha paixão por Curitiba, o fato de eu conhecer muito a história da cidade desde quando eu, no tempo do então prefeito Jaime Lerner, fui primeiro estagiário do IPPUC, depois me tornei diretor da Casa Romário Martins, depois me tornei criador da Casa da Memória. A ideia de instruir o planejamento urbano com as lições da história foi um diferencial, no meu ponto de vista, para tornar a minha carreira, não uma carreira política normal, de pensar sempre só na próxima eleição, mas de pensar na próxima geração. 
Pensei sempre em trabalhar a informação da história e da identidade da cidade para gerar uma cultura. E cultura é tudo aquilo que a gente sabe depois que esquece tudo aquilo que aprendeu. É o que está dentro da gente. E essa cultura de inovação que eu trago dentro de mim é que eu quero que seja compartilhada. Porque quanto mais nós tivermos pessoas interessadas no nosso passado, mais pessoas nós teremos habilitadas para construir da melhor maneira possível o nosso futuro. 
Neste ano, o senhor encerra seu mandato. Que legado deixa para a cidade que é considerada hoje a mais inteligente do mundo?
Eu quero trabalhar muito na ideia de transformar Curitiba em vitrine de inovação, em uma cidade resiliente às mudanças climáticas. Quando me candidatei para ser prefeito pela segunda vez, na eleição de 2016, fiz isso com a ideia de recuperar a autoestima de Curitiba. Havia sido prefeito entre 1993 e 1996, ocasião em que ganhamos o Prêmio Mundial do Habitat, da Housing and Building Foundation, da Organização das Nações Unidas. Curitiba chegou a sediar um Dia Mundial do Habitat, em 1995. E depois, na grande exposição e congresso de inovação promovida pela ONU, para o Congresso Mundial do Habitat, Curitiba ganhou um prêmio de cidade, na época, mais humana e mais urbanizada do mundo, este foi um dos primeiros grandes prêmios de Curitiba como cidade inovadora. Com o tempo, os prefeitos foram se sucedendo e a cidade foi enfrentando uma sensação de que a sua vanguarda havia passado. Me candidatei em 2016 para resgatar a autoestima da cidade.
Essa cultura da inovação seria a continuidade da transformação física, da transformação cultural e da transformação econômica que já havia sido realizada nos anos 1990, seja pelo então prefeito Jaime Lerner, seja por mim. Então, 20 anos depois, nós investimos na pauta da inovação. Reduzimos os impostos para atrair empresas de tecnologia e hoje temos 650 startups, quatro unicórnios, universidades de ponta, um ecossistema robusto. A inovação é muito importante quando ela é provocada, quando ela promove o encontro entre as pessoas e provoca o encontro entre as inteligências. 
Como o senhor define Curitiba?
A cidade é  um produto de índios, negros, espanhóis, portugueses, alemães, italianos, polacos ou poloneses, ucranianos, japoneses, árabes e judeus, coreanos e chineses. Curitiba é um saboroso caldo cultural. Uma vez, escrevendo um poema, eu disse que Curitiba é uma rua que passa por muitos países e que guarda o Brasil inteiro no seu coração.

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