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Rogério Cavalcante, fundador e diretor executivo da umgrauemeio, Crédito: Divulgação.

Climatech

umgrauemeio levanta rodada de R$ 18,7 milhões com Indicator Capital, Baraúna Investimentos e outros investidores

GazzConecta
19/04/2024 15:55
Com o objetivo de combater os incêndios florestais, reduzir as emissões de CO2 e aprimorar a detecção instantânea de sinais fumaça, a startup de Jundiaí (SP) umgrauemeio desenvolveu uma solução de gestão integrada e análise de risco, com aplicação global, que utiliza inteligência artificial em sistema de monitoramento por câmeras.
A climatech brasileira, certificada como B Corporation, acaba de finalizar sua primeira rodada de captação de R$ 18,7 milhões que reuniu a Indicator Capital, maior gestora early-stage de venture capital da América Latina especializada em internet das coisas (IoT) e deep tech, aportando R$ 7 milhões, a Baraúna Investimentos, com R$ 9 milhões, além de The Yield Lab Latam e Rural Ventures complementando a rodada.
De acordo com um levantamento do MapBiomas Brasil, mais de 9 milhões de hectares já foram queimados no país em 2023. Somente em setembro, foram 4 milhões de hectares, dos quais quase 50% ocorreram na Amazônia. Do total de áreas queimadas no país, 84% foram em zonas de mata nativa. Este é um problema não apenas do Brasil, mas mundial, uma vez que o total de áreas agrícolas mundiais e de florestas nativas e comerciais representam um mercado de mais de R$ 9,5 bilhões.

Velocidade e precisão no campo e nas florestas

A plataforma all-in-one, chamada de Pantera, atua de ponta a ponta, utilizando a velocidade e a capacidade da IA como diferenciais.
A partir do envio de imagens por câmeras de alta resolução instaladas no topo de torres de comunicação, identifica focos de incêndio de forma automática e notifica os operadores do sistema. Cada câmera tem a capacidade de detectar focos de incêndio em questão de segundos, com identificação do local exato do foco, acelerando os protocolos de identificação e combate, protegendo matas nativas, florestas e áreas de cultivo e trazendo mais segurança a proprietários e comunidade do entorno.
Há, ainda, a detecção back-up de pontos de calor por satélites, que podem complementar a proteção de áreas que sofram menor pressão humana.
O software se mantém atualizado às demandas operacionais e de mercado para, junto à visão da equipe técnica multidisciplinar, oferecer solução customizada ao cliente e área onde é utilizado.
“Todo incêndio começa podendo ser apagado por um único pé, e é a velocidade na detecção que define sua proporção. Aí está a inteligência da nossa solução. Ao detectarmos o foco do incêndio, reduzimos os impactos sociais, ambientais e econômicos causados pelo fogo. Não acreditamos numa economia saudável sem florestas bem cuidadas e, não por acaso, trazemos no nosso nome a meta de manter a elevação da temperatura do planeta abaixo de 1,5ºC”, comenta Rogério Cavalcante, fundador e diretor executivo da umgrauemeio, em nota.
Atualmente, a umgrauemeio monitora mais de 17,5 milhões de hectares no Brasil, sendo 2,2 milhões de florestas, 7,8 milhões de áreas nativas e 7,5 milhões de agricultura, utilizando mais de 130 torres de monitoramento. Em 2023, o faturamento foi de R$ 19,2 milhões e a estimativa é de R$ 23,9 milhões para 2024.
No ano passado, a startup - que faz parte do SNASH, hub da Sociedade Nacional de Agricultura - lançou o projeto “Abrace o Pantanal”, um dos maiores projetos de preservação ambiental do mundo envolvendo diversas entidades, com o objetivo de alcançar 2,5 milhões de hectares de mata nativa da região. E, para o futuro, a umgrauemeio estuda a adequação da sua tecnologia para metodologias de certificação de carbono.
Além do projeto Abrace o Pantanal, a companhia tem estabelecido parcerias significativas e obtido resultados operacionais notáveis nas verticais de florestas comerciais e agricultura, com clientes como Suzano e BP Bunge. A utilização da tecnologia na cana-de-açúcar, por exemplo, resultou na redução de 90% da área queimada da BP Bunge.

Preservação da biodiversidade como meta de negócio

A partir do investimento, a Indicator Capital aplicará a sua metodologia Building Value Together® para promover o desenvolvimento do negócio da startup, além de apoiar no desenvolvimento do software e equipamentos. “A umgrauemeio é uma empresa genuinamente ESG, que trabalha para a preservação da biodiversidade, combinando prevenção, detecção e resposta rápida aos incêndios florestais. Com uma tecnologia proprietária e aplicável em todo o mundo, oferece sensoriamento remoto, monitoramento, telemetria e automação. Uma grande oportunidade em um mercado agro forte e em expansão, que passa a olhar para a questão ambiental e climática como uma necessidade de negócio”, analisa Fabio Iunis de Paula, cofundador da Indicator Capital.
Fabio Iunis de Paula, cofundador da Indicator Capital. Crédito: Divulgação.
Fabio Iunis de Paula, cofundador da Indicator Capital. Crédito: Divulgação.
O investimento da Indicator Capital está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU 13 (Ação contra a mudança global do clima) e 15 (Vida terrestre). Especialmente em relação aos itens 13.1, reforçar a resiliência e a capacidade de adaptação a riscos relacionados ao clima e às catástrofes naturais em todos os países; e 15.5, tomar medidas urgentes e significativas para reduzir a degradação de habitats naturais e deter a perda de diversidade.
Para se estabelecer como uma companhia de DNA sustentável, a umgrauemeio se empenhou para receber certificados ESG internacionalmente reconhecidos, tais como o Sistema B e Plan A, de inventário de carbono. Como conquistas recentes, participou do G20-DIA na Índia, a convite do Itamaraty, e foi a vencedora do desafio de startups promovido pelo Brazil Climate Summit em Nova Iorque (EUA), tendo recebido convite para apresentar sua solução na COP28 em Dubai.

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