Leandro Eschiavi*
Pessoas, Cultura e Tecnologia
Como não fazer uma transformação digital
Muito tem se falado a respeito de transformação digital e inovação. Existem, inclusive, inúmeros títulos cunhados para fomentar a adesão ao novo, diferente, moderno e disruptivo.
O cardápio de opções é vasto, mas as escolhas devem ser conscientes. Dentre os itens da mágica receita para que a transformação digital não aconteça, destaco:
• Coloque um Head de inovação que nunca inovou;
• Encontre um Líder de IA que nunca rodou um algoritmo;
• Crie programas de inovação aberta e mantenha a empresa com mentalidade fechada;
• Lance pilotos para explorar startups com promessas de contratos que nunca ocorrerão;
• Desenvolva iniciativas de Hackathon ou Datathon, lance problemas das áreas de negócio e pegue algumas ideias de forma quase que gratuita;
• Para fechar, crie um "Espaço de Inovação" com mesas de sinuca e com petiscos à vontade;
• Digitalize processos no modelo AS-IS;
• Abuse dos jargões Analytics, Artificial Intelligence, Open-Innovation, RPA e muitos outros disponíveis.
• Encontre um Líder de IA que nunca rodou um algoritmo;
• Crie programas de inovação aberta e mantenha a empresa com mentalidade fechada;
• Lance pilotos para explorar startups com promessas de contratos que nunca ocorrerão;
• Desenvolva iniciativas de Hackathon ou Datathon, lance problemas das áreas de negócio e pegue algumas ideias de forma quase que gratuita;
• Para fechar, crie um "Espaço de Inovação" com mesas de sinuca e com petiscos à vontade;
• Digitalize processos no modelo AS-IS;
• Abuse dos jargões Analytics, Artificial Intelligence, Open-Innovation, RPA e muitos outros disponíveis.
Pronto, sua organização acaba de ser elevada ao patamar de empresa inovadora. Fácil, não é mesmo? O problema é que, imediatamente após essas medidas, começam as perguntas:
• Quantos algoritmos de Inteligência Artificial temos em produção e qual o ROI dessas iniciativas?
• Se somos inovadores, por que nossos melhores talentos estão deixando a organização?
• O espaço de Inovação virou sala de descanso para o pós-almoço?
• Se somos inovadores, por que nossos melhores talentos estão deixando a organização?
• O espaço de Inovação virou sala de descanso para o pós-almoço?
Em minhas reflexões, as organizações acabam adentrando em um abismo de futurismo e tendências sem validações prévias.
Já que o mercado está fazendo, então vamos fazer também
Existem ainda os Early Adopters, ou os casos dos Fake Innovation Adopters, que se dizem inovadores pois deixaram os colaboradores trabalharem de bermuda.
Há uma linha tênue entre inovar e transformar-se. Nem tudo está perdido. Após entendermos o que não deve ser feito, ou pelo menos sem uma estratégia bem definida, vamos elencar alguns pontos de como colocar a transformação digital para acontecer.
Pessoas, Cultura e Tecnologia
Primeiramente, inovação e transformação digital não acontecem sem o apoio de três pilares fundamentais: Pessoas, Cultura e Tecnologia, existencialmente nessa ordem.
A sociedade se transmuta rapidamente. Não são somente os hábitos de consumo que mudaram, o modelo de pensamento, a percepção do todo como indivíduo e, acima de tudo, o propósito de cada um de nós vem alterando cada dia mais as estruturas nas empresas e no mundo.
As pessoas continuam sendo o maior ativo de uma organização, e suas ideias são o combustível para todas essas transformações
Antes de uma organização se considerar extremamente inovadora ou ter passado por um profundo processo de transformação digital deveria se perguntar:
Quanto contribuímos para esta nova sociedade? Ou então: como estou preparando meu negócio para o futuro de maneira realmente sustentável?
Estou realmente preparado para compreender e filtrar a avalanche de novas tendências e comportamentos que já são aplicados hoje em dia?
Lembre-se de que lançar um novo aplicativo para seu mobile não vai contribuir de maneira tão efetiva como já contribuiu um dia e fique atento ao MEC2P: Mobilidade, Experiência, Coletividade, Personalização e Propósito.
*Leandro Eschiavi é Superintendente de Dados e Tecnologia na HDI Seguros. Formado em Ciência da Computação pela UMESP – Universidade Metodista de São Paulo, tem MBA em Gestão Estratégica de TI pela FGV – Fundação Getulio Vargas. Possui mais de 18 anos de atuação na área de tecnologia e experiência na gestão de projetos inovadores, no Brasil e exterior.