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Allan Costa

Allan Costa

Allan Costa é empreendedor, investidor-anjo, mentor, escritor, motociclista e palestrante em dois TEDx e em mais de 100 eventos por ano. Co-fundador do AAA Inovação, da Curitiba Angels e Diretor de Inovação da ISH Tecnologia. Mestre pela FGV e pela Lancaster University (UK), e AMP pela Harvard Business School.

Sustentabilidade e governança

ESG: o que significa a sigla que está mudando o mercado

29/12/2020 10:00
Desde os anos 1970 muitos especialistas e executivos já discutem a importância da transparência dos negócios em relação a assuntos como mudanças climáticas e responsabilidade social. Agora, estamos entrando em um verdadeiro ponto de virada. Os próximos anos serão definidores para as discussões sobre ESG.
O termo ESG (sigla do original em inglês Environmental, Social and Corporate Governance) agrupa critérios de conduta das empresas nas áreas ambiental, social e de governança. E cada vez mais investidores estão levando-as em consideração.
Por muitos anos, um dos maiores pontos de controvérsia sobre como as empresas encaram a responsabilidade social era se isso de fato se convertia em resultados práticos. Em 1998, Robert Levering e Milton Moskowitz publicaram as 100 melhores empresas para se trabalhar nos Estados Unidos, mostrando que avanços na preocupação com governança e questões sociais, ao contrário do que muitos pensavam naquela época, não prejudicavam a performance financeira. Pelo contrário, empresas socialmente responsáveis tinham ganhos de produtividade e maior retenção de talentos.
A ESG é, sem dúvidas, uma das macrotendências mais relevantes para os próximos anos. As empresas serão cobradas em relação à responsabilidade social, à preocupação com as mudanças climáticas e à transparência na governança, com mais relevância não apenas para acionistas, mas para colaboradores e a sociedade em geral.
Um exemplo foi a carta lançada por
Larry Fink, CEO da BlackRock, uma das maiores gestoras de ativos do mundo, com
7,8 trilhões de dólares em ativos. Na carta, direcionada a CEOs, Fink é
taxativo: “Num futuro próximo - e mais cedo do que muitos prevêem - haverá uma
realocação significativa de capital”. Segundo Fink, os investidores estarão
muito mais atentos à alocação de capital em empresas socialmente responsáveis.
Além dele, as quatro maiores empresas
de auditoria do mundo - EY, PwC, KPMG e Deloitte - criaram um conjunto de
métricas para ajudar na padronização de reports
ligados à sustentabilidade.
O CEO da BlackRock e as gigantes da
auditoria não estão sozinhos. Os pesquisadores Omar Rodríguez Vilá e Sundar
Bharadwaj publicaram um artigo em que demonstram que os consumidores esperam
que empresas estejam ligadas a iniciativas que envolvem ESG.
Se você nunca ouviu falar de ESG, talvez seja um ótimo momento para começar uma pesquisa. Se sua empresa ainda não possui iniciativas ligadas a essa macrotendência, reveja as ações agora. A transformação já está em andamento e irá impactar os negócios e a sociedade como um todo nas próximas décadas.