Allan Costa é empreendedor, investidor-anjo, mentor, escritor, motociclista e palestrante em dois TEDx e em mais de 100 eventos por ano. Co-fundador do AAA Inovação, da Curitiba Angels e Diretor de Inovação da ISH Tecnologia. Mestre pela FGV e pela Lancaster University (UK), e AMP pela Harvard Business School.
Alvin Toffler, futurista e pensador da tecnologia que ficou famoso por livros como O Choque do Futuro e A Terceira Onda, teria dito que “o analfabeto do século 21 não será aquele que não consegue ler e escrever, mas aquele que não consegue aprender, desaprender e reaprender”.
Há algumas décadas, a vida costumava ser mais linear do que é hoje. As indústrias eram mais bem limitadas e as carreiras, mais previsíveis. A história mudou. Competidores surgem dos mais diferentes lugares e novas tecnologias e ferramentas são lançadas todos os dias.
Nesse novo mundo, a postura mais produtiva é a de humildade e a de aprendizado constante. O ponto é que, nas escolas e faculdades, não fomos treinados para nada disso. Recebemos respostas simples demais para perguntas que não trouxeram a complexidade do cenário em que estamos. Boa parte do ensino é baseado em decorar conceitos.
É difícil conectar muito daquilo que aprendemos com a realidade. Porque o mundo real, os mercados e nossas carreiras são a antítese de tudo isso. As perguntas e respostas muitas vezes não são tão claras assim. O aprendizado tem muito mais a ver com tentativa e erro, e, não raro, a lição vem realmente quando quebramos a cara. Então como aprender?
Há 5 passos fundamentais, não importa se você está envolvido com conteúdos de escrita criativa, de marketing digital ou de gestão.
1. Fundamentos
O primeiro passo é estudar os fundamentos daquilo que você está tentando entender. Na ansiedade, nos interessamos por detalhes específicos de uma determinada área antes mesmo de ter os fundamentos bem sedimentados em nossa cabeça.
Um exemplo que adoro para reforçar essa ideia é o de LeBron James, um dos maiores jogadores de basquete de todos os tempos e uma das maiores estrelas da NBA já há mais de 15 anos. Em um determinado momento da carreira, LeBron percebeu que seu footwork (jogo de pés) poderia ser melhor. Para isso, pediu ajuda para Hakeem Olajuwon, uma estrela da NBA nos anos 1990 conhecido por dominar o estilo. Nas sessões de treino, não havia grandes truques, nem movimentos extravagantes. O que LeBron fez foi se dedicar aos fundamentos, repetindo à exaustão o que era simples e básico. Se você quiser assistir a essas sessões entre LeBron e Olajuwon e entender melhor do que estou falando, clique aqui.
2. Humildade para aprender
A segunda premissa, por vezes esquecida, está ligada ao passo que expliquei acima: humildade. Trazendo novamente o exemplo do basquete, em 2011, LeBron James já era um dos jogadores mais dominantes da NBA. Mesmo assim, conseguiu perceber que havia aspectos em seu jogo que poderiam ser aprimorados.
3. Boas referências
O terceiro passo é procurar boas referências. De nada adianta aprender algo novo se as referências que você está consumindo são ruins, ou se são pessoas que jamais estiveram onde você quer chegar.
Nossa mente é como nosso corpo. Você não pode querer ter um bom condicionamento físico se consome apenas comidas gordurosas e não tem uma alimentação balanceada. Da mesma forma, não há como ter um bom processo de aprendizado se as referências buscadas são fracas e rasas.
4. Tenha bons mentores
O quarto é mentores. Dê sempre preferência a quem que já atingiu aquilo que você tem como meta, e que já experimentaram um processo de aprendizado parecido.
5. Mão na massa
Por fim, é fundamental colocar em prática. Ler e discutir teorias e conceitos é muito legal, mas colocá-los em prática é poderoso. A vivência mostrará perspectivas que nenhum livro será capaz de explicar.
Comece com projetos paralelos pequenos, que permitam a você agir segundo os fundamentos daquilo que você vem estudando. Com a humildade para continuar aprendendo, sempre lapidando a busca por boas referências e ouvindo bons mentores.