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Allan Costa

Allan Costa

Allan Costa é empreendedor, investidor-anjo, mentor, escritor, motociclista e palestrante em dois TEDx e em mais de 100 eventos por ano. Co-fundador do AAA Inovação, da Curitiba Angels e Diretor de Inovação da ISH Tecnologia. Mestre pela FGV e pela Lancaster University (UK), e AMP pela Harvard Business School.

Carreira

Qual é a habilidade mais importante do mercado?

23/06/2020 12:00
É bem provável que você já tenha ouvido falar da dualidade entre soft skills e hard skills. Esses conceitos começaram a ganhar força nos últimos anos e, desde então, é assunto recorrente entre profissionais e líderes nas empresas.
Soft skills referem-se às habilidades comportamentais, como liderança, inteligência emocional e empatia. Hard skills, por sua vez, estão ligadas a práticas técnicas, como programação, design e escrita.
Não é raro encontrarmos publicações na internet que
gostam de determinar quais são as habilidades mais importantes para os chamados
profissionais do futuro. Mas se fosse para escolher uma delas, gosto de chamar
atenção para aquilo que, certamente, continuará relevante por muitos anos.
Refiro-me aqui a uma competência que considero decisiva para a carreira de qualquer profissional, agora mais do que nunca, e que, há décadas, representa um diferencial absurdo. Estou falando da capacidade de se combinar, de forma relevante, diferentes habilidades.
Habilidades, em um primeiro momento, assim como
tecnologias e modelos de negócio, também podem ser vistas como algo que se
transforma em commodity ao longo do tempo. Um profissional de marketing digital
nos anos 2000 era um bicho raro. Hoje, brotam “especialistas” em marketing
digital por todos os cantos da internet. Obviamente, estou tirando dessa
equação outras variáveis, como a (sempre fundamental) experiência.
Com tantas informações disponíveis, não é mais tão
simples se diferenciar. Seguindo o exemplo do marketing, um perfil atrativo
para o mercado seria o de um profissional que, além de dominar os conceitos e
as práticas do marketing, soubesse misturá-los aos conhecimentos e processos do
mercado financeiro. E que, ainda, adicionasse ao trabalho algumas pitadas de programação.
Alguém assim seria disputado pelas empresas.
Combinar competências têm resultados muito mais
poderosos do que simplesmente somá-las. O mundo dos negócios está cada vez mais
difuso, com fronteiras menos definidas. Novos players e competidores surgem de todos os lados e a todo momento.
Diante desse cenário, fixar-se a apenas um campo de estudo é o mesmo que
encerrar seu processo de evolução profissional.
E não é como se o valor dessa combinatividade fosse algo novo. Pessoas capazes de juntar diferentes talentos, contextos, ferramentas, sempre tiveram mais perspectivas e melhores resultados do que aqueles que se limitaram a um único conhecimento.
Nossa educação é super compartimentalizada. Dividimos
tudo por matérias, cadeiras ou departamentos. E acabamos levando essa divisão
para o mercado de trabalho. Mas o mercado não funciona dessa maneira hiper
segmentada. Por isso é que a capacidade de combinar diversas práticas ganhou
tanto valor nos últimos anos.
Busque conceitos fora da sua área de atuação. Teste
ferramentas que a sua empresa jamais pensou em usar. Faça um curso (e coloque
em prática) em um segmento que você, até então, não tinha considerado.
A Era da Compartimentalização de habilidades está chegando ao fim. E aqueles que conseguirem combiná-las estarão em uma ótima posição.