No mundo corporativo, fala-se muito sobre a importância de um bom líder inspirar, transformar e curar, mas e quando identificamos que o problema da equipe está em um colaborador? Como a liderança deve agir quando um profissional, em vez de contribuir para o crescimento do time, mina o clima organizacional, drena a energia dos colegas e sabota resultados?
Colaboradores tóxicos não são apenas aqueles que criam conflitos abertos. Eles podem se manifestar de diversas formas: o eterno vitimista que reclama da empresa ou traz muitos problemas pessoais para o ambiente de trabalho; o que espalha rumores; o que resiste a mudanças; o que sabota silenciosamente o trabalho alheio; aquele que cultiva uma atitude passivo-agressiva; o que entrega um trabalho desleixado sem padrões de qualidade mínimos; ou o que exige que a equipe repita muitas vezes a mesma coisa. Independentemente do perfil, todos esses comportamentos geram impactos profundos na produtividade e na saúde emocional do time e compete à liderança identificar essas situações com sensibilidade e tomar ações decisivas para proteger o ambiente organizacional e o bem-estar coletivo.
Tive um caso com um colaborador que vou chamar de João. Ele era comprometido, mas tinha algumas tarefas que não entregava. A tarefa estava no pipeline da equipe, mas, por algum motivo, ele não a realizava. Quando finalmente entregava, o padrão de qualidade era muito abaixo do esperado, gerando retrabalho e sobrecarregando a equipe. Além disso, ele demonstrava resistência ao feedback, frequentemente justificando seus atrasos com desculpas externas.
A equipe começou a sentir os impactos dessa postura: desmotivação, queda na produtividade e até conflitos internos, pois outros colaboradores precisavam cobrir as falhas de João. Enquanto liderança, eu sabia que precisava intervir rapidamente para reverter essa situação.
Mas e você, que está na posição de liderança, tem identificado os colaboradores tóxicos na sua equipe ou empresa? Veja alguns indicativos importantes para analisar o seu time e ambiente:
Energia negativa constante: reclama de tudo, nunca está satisfeito e sempre vê problemas sem sugerir soluções;
Resistência a feedbacks: sente-se atacado diante de qualquer tentativa de desenvolvimento e se recusa a mudar;
Desagrega a equipe: espalha fofocas, cria divisões, manipula colegas e gera um ambiente de desconfiança.
Baixa responsabilidade: nunca assume seus erros, culpa terceiros e evita accountability (aprática de assumir responsabilidade pelas próprias ações e decisões, garantindo transparência e comprometimento com resultados);
Desmotivador: sua presença afeta a energia do time, reduzindo o engajamento coletivo.
E aí, como você pode agir?
Como líder, nossa missão não é apenas identificar esse tipo de comportamento, mas tomar medidas assertivas para proteger a equipe e a cultura da empresa. Algumas ações estratégicas incluem:
Conversa direta e estruturada: dê feedbacks claros e documentados, focando no impacto dos comportamentos, não na pessoa;
Definir expectativas e limites: deixe claro o que é esperado, em quanto tempo e com quais consequências caso o comportamento persista;
Treinamentos e suporte: alguns colaboradores tóxicos podem não ter consciência do impacto que causam. Sessões de coaching, PDI (Plano de Desenvolvimento Individual) e treinamentos podem ajudar;
Proteger a equipe: se o comportamento persistir, a liderança precisa agir para evitar que o restante do time seja afetado;
Desligamento consciente: se nenhuma estratégia surtir efeito dentro do tempo determinado, a decisão de afastar o colaborador precisa ser tomada de forma responsável e alinhada aos valores da organização.
Quer saber o que fiz com o João? Eu implementei o seguinte plano com ele:
Conversa individual e diagnóstico
Realizei uma reunião individual de retrospectiva de trabalho, perguntando:
O que está indo bem?
O que precisa melhorar?
Dessa forma, consegui entender sua percepção sobre seu desempenho e identificar os desafios pessoais e profissionais que poderiam estar impactando sua performance.
Fiz perguntas estratégicas para entender se João estava ciente do impacto de suas ações na equipe.
Definição clara de expectativas
Reforcei quais eram as entregas esperadas, prazos e o padrão de qualidade mínimo exigido.
Deixei claro que o desempenho dele estava comprometendo o trabalho da equipe e que precisaríamos de mudanças concretas.
Plano de melhoria com prazos e acompanhamento
Criamos juntos um plano de melhoria em que:
João deveria entregar pequenas tarefas dentro de prazos curtos para ganhar ritmo;
Passaria a revisar seu próprio trabalho antes da entrega para garantir qualidade;
Teria reuniões quinzenais para acompanhamento do progresso.
Desenvolvimento de soft skills
Indiquei um treinamento sobre gestão do tempo e produtividade.
Estabelecemos um compromisso de feedback contínuo para que João pudesse desenvolver a autopercepção sobre sua performance. Nesse sentido, deixei reuniões de retrospectiva constantes agendadas com ele.
Monitoramento
Durante 60 dias, monitoramos suas entregas e evolução.
O grande desafio da liderança humanizada é equilibrar empatia com a tomada de decisões estratégicas. Manter um colaborador tóxico pode sair muito mais caro para a empresa do que tomar uma decisão difícil. Afinal, cultura organizacional não é sobre palavras bonitas no site da empresa, é sobre como lidamos com situações como essa. Faz sentido?
Lideranças do agro e food no GazzSummit Agro e Foodtechs
O GazzSummit Agro e Foodtechs vem para ocupar um lugar de destaque nas discussões sobre inovação no agronegócio e no setor de food, conectando especialistas, empresas e startups para debater tendências, tecnologias e os principais desafios desses segmentos, fortalecendo o debate em torno da cadeia produtiva que leva os produtos do campo à mesa do consumidor.
Entre os palestrantes já confirmados estão Dilvo Grolli, presidente da Coopavel; Paulo Maximo, diretor de planejamento e operações de vendas LATAM da CNH Industrial; Mirella Lisboa, head AgroStart LATAM da BASF; Pedro Henrique Ferroni, sócio-diretor da gestora de investimentos Quartzo Capital; Rafael Malacco, gerente de novos negócios da Syngenta Digital; Claudio Nessralla, sócio e head equities da Ceres Investimentos; Giovani Ferreira, diretor-proprietário da afiliada Sul do Canal Rural; e Michell Longhi, gerente executivo de arquitetura tech e Digital Lab da BRF.
O evento também contará com três grandes nomes do setor supermercadista paranaense: Carlos Beal, sócio-proprietário do Festval; Everton Muffato, diretor do Super Muffato; e Pedro Joanir Zonta, fundador da Rede Condor e presidente do Grupo Zonta.
Promovido pelo
GazzConecta, o GazzSummit mantém seu pioneirismo ao abordar, conjuntamente, o agro e o setor de food service, tendo as agrotechs e foodtechs como norteadoras das discussões.
Apresentado pela
Gedisa, referência em geração distribuída de energia, e com o patrocínio da
ESPM,
Jarilo e
Urso Consultoria Empresarial, o GazzSummit será realizado nos dias
26 e 27 de março como parte do
Smart City Expo Curitiba, segundo maior evento sobre cidades inteligentes do mundo.
Os ingressos já estão disponíveis no site oficial do GazzSummit Agro e Foodtechs.