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Para os profissionais de vendas e marketing, o advento da IA traz a necessidade de um aprendizado contínuo para o desenvolvimento de habilidades que vão além do que uma máquina pode oferecer. Crédito: Freepik.

Eugenio Odppis Junior

Eugenio Odppis Junior

CMO da EyeVision Artificial Intelligence e associado da ADVB/PR.

Aliada poderosa

Inteligência artificial: amiga ou inimiga das vendas e do marketing?

26/04/2024 17:45
Recentemente, Marta Gabriel, uma reconhecida futurista brasileira, proferiu uma frase que ecoou profundamente no cenário atual da tecnologia e inovação: “se você não quer ser substituído por um robô, não haja como um robô”. Essa reflexão chega em um momento crucial, logo após o lançamento do ChatGPT, que gerou uma verdadeira revolução no mundo da inovação e marcou o início de uma era repleta de transformações nos campos de vendas e marketing, impulsionadas pela rápida evolução da inteligência artificial (IA).
O impacto da IA nos negócios é inegável. Desde o advento do ChatGPT, assistimos ao surgimento de milhares de ferramentas baseadas em IA, destinadas a revolucionar desde a criação de conteúdo até a análise de comportamento do consumidor. Estas ferramentas, abrangendo textos, sons, imagens e vídeos, representam apenas a superfície do potencial da IA para otimizar processos e personalizar experiências em uma escala anteriormente inimaginável.
Longe de ser uma ameaça iminente, a IA surge como uma aliada poderosa para profissionais de vendas e marketing. Ao assumir tarefas repetitivas e operacionais, ela libera os humanos para se concentrarem no que fazem de melhor: pensar criativamente, criar estratégias e inovar. A IA tem o potencial de enriquecer a experiência do cliente, oferecendo personalização em massa que parece intuitiva e humanizada, apesar de ser alimentada por algoritmos complexos.
No entanto, a adoção da IA não está isenta de desafios. O temor de que máquinas possam substituir humanos em suas funções laborais é uma realidade para tarefas que demandam pouca criatividade ou capacidade de decisão. A ética na IA também se apresenta como uma área de intensa discussão, destacando a importância de uma governança responsável para evitar abusos e garantir que o desenvolvimento tecnológico beneficie a todos, sem exacerbar desigualdades.
É aqui que a advertência de Marta Gabriel ganha sua força. A IA, por mais avançada que seja, não pode replicar a criatividade, a empatia e a inteligência emocional humanas. Estas qualidades são essenciais no marketing e vendas, áreas em que compreender e se conectar com as pessoas em um nível emocional é muitas vezes o que determina o sucesso ou o fracasso de uma campanha.
O futuro ideal será aquele em que humanos e IA trabalham em conjunto, cada um complementando as capacidades do outro para atingir objetivos compartilhados. Para os profissionais de vendas e marketing, isso significa adotar uma mentalidade de aprendizado contínuo e desenvolver habilidades que vão além do que uma máquina pode oferecer.
A inteligência artificial, por sua natureza, é uma ferramenta - nem intrinsecamente amiga nem inimiga do mundo das vendas e do marketing. O valor real, e como escolhemos utilizá-la, reside em nosso entendimento de que, embora possamos automatizar muitos processos, a essência do que torna o marketing e as vendas eficazes sempre girará em torno da conexão humana. Portanto, a melhor forma de avançar é abraçar a IA como uma extensão das nossas capacidades, nunca perdendo de vista o que nos torna humanos.