Quando o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que o Pix substituiria o cartão de crédito no futuro, muita gente ficou confusa. Afinal, o modelo de crédito é essencial para o funcionamento da economia brasileira; milhões de pessoas utilizam o pagamento a prazo todos os meses. Então como poderia o Pix, que é um pagamento instantâneo, tomar o lugar do crédito?
Por incrível que pareça, a fala do presidente não está errada. Mas essa percepção causada no público geral, sim.
Veja, não se trata de uma mudança de modelo, mas de tecnologia. O Pix revolucionou o sistema de pagamentos no Brasil, porque, além da praticidade, ele consegue concluir uma transação a partir de apenas dois agentes: só é preciso um banco emissor e um receptor. Isso é diferente do cartão de débito, por exemplo, que exige também uma bandeira, pelo menos.
No crédito, então, existem ainda mais atores envolvidos: sistemas antifraude, adquirente, portador... Tudo isso encarece a operação e o resultado vai para as taxas que o cliente paga. É uma estrutura complexa por trás da fatura que você vê mensalmente. E, agora, ela pode deixar de existir.
É disso que se trata. O modelo do crédito vai continuar existindo, mas a tecnologia que o torna possível está mudando. E é exatamente o que o Banco Central propõe, com o anúncio do Pix Garantido, ou “Pix Crédito” como muitas pessoas estão chamando.
Mais uma dúvida que surge com isso é: estamos falando do cartão físico também? Ele será extinto? Bom, essa não é uma resposta tão rápida de obtermos, mas acredito que o futuro se encaminhe para isso sim. Só que mais devagar.
A verdade é que já existem meios alternativos de pagamento que só precisam do celular. As e-wallets estão crescendo exponencialmente e existe mais segurança nas transações digitais em muitas situações. É natural que essa se torne a realidade mais comum, mas precisamos considerar a realidade brasileira — muitas pessoas não possuem celulares, ou não têm acesso frequente à internet, ou mesmo o letramento digital necessário para realizar essas operações, mesmo que sejam simples. São muitas variáveis.
Não que tudo isso impeça as pessoas de testarem as novidades. O Pix foi um sucesso assim que foi lançado e, hoje, já computa mais de 3,5 milhões de transações. A população brasileira é enorme e é possível que algo se torne comum para um grande número de pessoas, e nada comum para outro grande número.
Trabalhar com essas realidades paralelas faz parte do desafio de criar negócios por aqui. E entender e aprimorar as tecnologias em desenvolvimento é parte do desafio de inovar, deixar as obsolescências para trás e enxergar novos horizontes.
De qualquer maneira, é preciso compreender quando as coisas mudam, o que significa o fim de umas e o nascimento de outras. O cartão de crédito como conhecemos vai acabar sim, porque essa é uma transformação que faz sentido. E não só o Pix pode ocupar esse lugar, mas também outros meios de pagamento, desde novas versões dos conhecidos boletos até novidades mais intensas como criptomoedas.
As pessoas vão descobrir os métodos que funcionam para elas e quem não se adaptar vai perder público. Por isso, o conhecimento é o primeiro passo; a mente aberta é o segundo.
E vem aí o GazzSummit
O GazzSummit Agro e Foodtechs é uma iniciativa pioneira do GazzConecta para debater o cenário de inovação em dois setores de grande relevância para o país. O evento será realizado nos dias 8 e 9 de maio de 2024 com o propósito de conectar e promover conhecimento para geração de novos negócios, discussão de problemas e desafios, além de propor soluções para o setor.
O GazzSummit promove a disseminação de tecnologias e práticas de inovação que possam levar a cadeira produtiva ainda mais longe. Uma super estrutura espera os participantes, que poderão conferir mais de 30 palestrantes e mais de 300 empresas. O evento vai reunir players importantes do ecossistema como grandes empresas, cooperativas, produtores, entidades públicas, startups e inovadores.
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