Arnobio Morelix*
I.A. acessível
A LuzIA é a prova da inevitável popularização da inteligência artificial
Mais uma novidade no campo da inteligência artificial ganhou destaque na internet e conquistou, ao menos, um milhão de usuários no Brasil. A LuzIA, ligada ao WhatsApp e outros aplicativos como o Telegram, usa o mesmo princípio do ChatGPT — é inclusive integrada a ele —, mas com novas funcionalidades e a facilidade de estar no app conversacional mais utilizado do país.
Ela responde perguntas, transcreve áudios e, até mesmo, cria imagens, além de oferecer a opção do usuário conversar com personagens como o Yoda ou o Forrest Gump. É uma junção de possibilidades que outras IAs já realizam, mas o que faz da LuzIA um ponto fora da curva é bem mais simples: o acesso.
O WhatsApp é um fenômeno, especialmente entre brasileiros. Colocar o ChatGPT nesse espaço já consagrado e presente no dia a dia de milhões de pessoas foi uma grande sacada. Mais do que isso, foi um dos muitos passos sendo dados ao redor do mundo para um futuro em que a IA será tão presente no cotidiano quanto os smartphones são hoje.
Podemos pensar em como alguns sistemas já se tornaram lugar-comum para muitos, como a Alexa, por exemplo. Ninguém estranha mais que você possa perguntar algo em voz alta para uma “caixinha” e ser respondido. Ao mesmo tempo, não é algo acessível para grande parte da população, então ainda existe uma barreira para a real popularização dessa tecnologia.
Agora, com as mesmas possibilidades na ponta dos dedos a qualquer momento? Não há nada para segurar o avanço das IAs.
A visão do fundador da LuzIA, o engenheiro espanhol Álvaro Higes, é a de que ela se torne uma assistente pessoal para questões do dia a dia. Entre outras utilidades possíveis, estudantes podem tirar dúvidas, pais podem perguntar sobre atividades para seus filhos, profissionais ligados a atividades criativas podem pedir ideias ou aperfeiçoar as que já têm etc.
Talvez o que se deva ter mais atenção quando se fala dessa evolução é a maneira como ela vai impactar o mercado de trabalho. Não estou falando que as IAs vão “roubar empregos”, mas sim sobre como elas serão incorporadas às funções que já existem, ou criarão novas.
Porque o fato é que as IAs vão, sim, mudar muita coisa. A questão é que isso não significa que será um problema. Os profissionais terão que se adaptar, e quem começar mais cedo vai se dar melhor.
Acredito em um futuro no qual todo profissional de alta performance vá trabalhar com uma IA ao lado, auxiliando nas mais diversas tarefas. Isso quer dizer que eles terão que entender e lidar com ciências de dados. Para atuar nesse futuro com agilidade e eficiência, essa é uma habilidade necessária.
Em breve, as assistentes inteligentes vão além da resolução de dúvidas e criação de textos simples. As IAs estão sendo constantemente aprimoradas para oferecer novos recursos, auxiliar em mais e mais atividades diárias e profissionais, e mudar o modo como produzimos, consumimos e vivemos.
Por enquanto, essa é uma tecnologia que está sendo vista amplamente como uma facilidade. Mas não falta muito para que ela se torne uma inevitabilidade. Ferramentas como a LuzIA são apenas o começo.
Arnobio Morelix é CEO da Faculdade Sirius.