2024 já está chegando ao seu segundo trimestre. Já deu tempo de fazer um balanço sobre o mercado de M&As (Mergers & Acquisitions, em inglês, ou "Fusões e Aquisições" em português) para startups. Agora, o importante é se concentrar no planejamento para os próximos meses.
Antes de tudo, cabe lembrar que startups são um tipo de ativo que consegue prover retorno aos investidores, na maior parte das vezes, no momento da venda da empresa. Essa liquidez, de forma geral, ocorre quando a startup é vendida para um comprador estratégico numa operação de M&A.
Apesar de toda a mitologia em torno de unicórnios e seus IPOs bilionários, no Brasil mais de 95% das vendas das startups ocorrem em operações de M&A na faixa de R$ 20 a R$ 200 milhões, tendo como compradores médias e grandes empresas brasileiras.
Em 2023, tivemos um cenário econômico marcado pela alta taxa de juros no mundo todo, por incertezas políticas no campo interno - reforma tributária, arcabouço fiscal, relação governo versus congresso - e externo - falência do Silicon Valley Bank (SVB), guerras na Ucrânia e em Gaza, crise no estreito de Bab al Mandab. Como reflexo, nenhum IPO foi realizado na B3 e várias empresas tiveram dificuldade de acessar o mercado de capitais.
Apesar desses desafios, foram realizadas 146 transações de venda de startups para médias e grandes empresas, conforme dados do Retrospectiva Report 2023 do Distrito. Olhando para frente, acreditamos que 2024 deve ser um ano de aceleração desse volume de transações, tanto por conta da redução da taxa de juros no Brasil e EUA, como pela crescente alocação de capital internacional no Brasil, um dos poucos emergentes em um contexto de estabilidade política.
Destacamos que essa janela de oportunidade deverá privilegiar aquelas startups que conseguiram fazer a lição de casa, conciliando crescimento com geração de caixa, e ao mesmo tempo aprimorando sua governança corporativa.
Isso se deve ao fato de que os potenciais compradores continuam cautelosos, buscando adquirir startups que contribuam com produtos, modelos de negócios e pessoas, mas que não prejudiquem a geração de caixa das empresas e que não se mostrem como apostas de alto risco.
Portanto, para você empreendedor ou investidor que almeja um evento de liquidez para sua startup, acreditamos que 2024 será um ano promissor e com muitas oportunidades para aqueles que estão conseguindo conciliar crescimento, geração de caixa e um nível adequado de governança corporativa.