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A atual revolução da IA generativa tem origem no design e não na tecnologia na opinião de Cassie Kozyrkov, Chief Decision Scientist no Google, que participou do Web Summit Rio nesta terça-feira (02).

Marcelo Gripa

Marcelo Gripa

Marcelo Gripa é jornalista, especialista em comunicação corporativa e co-fundador da Futuros Possíveis, plataforma que gera discussões e inteligência sobre futuros.

Web Summit Rio

Para cientista do Google, revolução da IA é causada pela experiência do usuário

03/05/2023 13:23
Se você experimentou o ChatGPT recentemente e ficou empolgado com a capacidade do chatbot de escrever textos do zero em tempo real, provavelmente está impactado por uma revolução que tem origem no design e não na tecnologia. Esta é a opinião de Cassie Kozyrkov, Chief Decision Scientist no Google, que participou nesta terça-feira (02) do Web Summit Rio. O evento é um dos principais no mundo sobre inovação e acontece esta semana no Rio de Janeiro - pela primeira vez fora da Europa.
Cassie explicou que os avanços relacionados à Inteligência Artificial generativa não vêm de hoje, apesar do barulho gerado nos últimos meses. A diferença está na acessibilidade: se antes o uso era restrito a pesquisadores e empresas, hoje está nas mãos das pessoas. Segundo estimativas recentes, o ChatGPT já conta com mais de 100 milhões de usuários.
"Pela primeira vez, os usuários estão sendo encorajados a usar IA generativa. É uma revolução de experiência de design, não de tecnologia, porque é muito fácil usar as ferramentas", afirmou Cassie ao destacar que tanto Google quanto Netflix usam IA há anos em suas plataformas, porém como a "mágica" acontece por trás das telas, o efeito inovador é pouco perceptível.
A especialista fez uma ressalva sobre o uso individualizado de funcionalidades do tipo. Para além da empolgação com os grandes feitos dos chatbots inteligentes, Cassie alertou sobre a necessidade de aplicar a tecnologia para resolver desafios da humanidade. "O que preocupa é a distribuição desigual da tecnologia na sociedade. Há muitas coisas que precisamos fazer com IA e temos que considerar o tema para além da individualidade", reforçou.
Na visão da cientista do Google, o desenvolvimento da IA deve levar em conta quatro categorias: as pessoas estudiosas do tema; as empresas; os usuários individuais e também a sociedade como um todo. "Podemos fazer um mundo melhor com IA, mas precisamos fazer isso juntos e de forma responsável", conclui Cassie.
*Marcelo Gripa é especialista em comunicação corporativa e co-fundador do Futuros Possíveis.