Thumbnail

Os dois festivais falam sobre inteligência artificial, trabalho, longevidade, educação, comunidades. Mas o “como” muda tudo. Crédito: GSP Photography.

Renato Grau

Renato Grau

Renato Grau é cofundador e CHCO da Rocketbase. Engenheiro pelo IMT-Mauá, empreendedor e palestrante, é especialista em Inovação, Transformação Digital e Futurismo. Também é criador do podcast TrenDs News e autor da newsletter Carta do Especialista.

Connect Executive Hub

O que SXSW e HackTown nos revelam sobre os futuros em construção

05/09/2025 11:30
SXSW e HackTown não são apenas eventos. São espelhos de um tempo em que inovação deixa de ser produto para se tornar relação, comunidade e presença.

O que os festivais realmente nos entregam

Eventos existem aos montes. Alguns gigantes, outros íntimos. Poucos conseguem ser espelhos vivos do presente e laboratórios improvisados do futuro.
O SXSW, em Austin, é palco global de tendências prestes a ganhar escala. Já o HackTown, em Santa Rita do Sapucaí, mostra como uma cidade pode se tornar território emocional e experimental de futuros possíveis.
Ambos revelam que a inovação mais relevante não é a que promete disrupção imediata, e sim a que se infiltra nas relações humanas, nos rituais cotidianos e nos espaços de escuta.

Linha do tempo: da intensidade ao reencontro

Em 2023, vivi minha primeira edição do HackTown como o “SXSW brasileiro”: corri de palco em palco, palestrei, respirei a energia da cidade em modo festival. A Casa da Vovó foi a cereja do bolo — espaço afetivo, quase secreto, onde a inovação acontecia em outra frequência.
Em 2024, essa casa virou janela para o futuro. O tempo desacelerou. O festival se tornou escuta profunda, encontros não programados que valiam mais do que keynotes.
Em 2025, algo inverteu. Não fui ao HackTown — ele veio até mim. A Arena Figital TrenDs News nasceu ali, na Casa da Vovó, como um palco circular onde gravamos 28 sessões com mais de 100 vozes inquietas, mesclando físico e digital, memória e provocação.
Se o SXSW tem Austin, o HackTown agora tem uma casa centenária como símbolo de um novo modelo de experiência — onde tradição, tecnologia e afeto se misturam.

O fio invisível que conecta SXSW e HackTown

Os dois festivais falam sobre inteligência artificial, trabalho, longevidade, educação, comunidades. Mas o “como” muda tudo.
O SXSW traz uma lente global, estratégica, muitas vezes geopolítica. O HackTown oferece uma lente íntima, relacional, quase espiritual.
Nesse contraste, uma lição: a inovação não está só no macro. Ela acontece também no micro. Não apenas nas plataformas que movem bilhões, mas nas conversas na varanda, nos pães de queijo divididos, nos rituais de escuta.
Enquanto o SXSW aponta tendências que guiarão corporações, o HackTown lembra que não há futuro sem afeto, comunidade e presença.

A nova gramática da inovação

De Austin a Santa Rita, percebo que a inovação está mudando de idioma. O dicionário da velocidade e do hype começa a dar lugar a outra gramática:
  • Escuta no lugar de discurso.
  • Vínculo no lugar de conversão.
  • Rituais no lugar de processos automáticos.
  • Afeto como infraestrutura estratégica.
Essa virada não é modismo. É resposta a um cansaço coletivo. O que emerge agora são sinais de reintegração: entre corpo e mente, humano e tecnologia, passado e futuros possíveis.

O que fica depois que os palcos se apagam

Festivais passam. O SXSW some nas manchetes. O HackTown se dissolve nas ladeiras. O que fica são as sementes lançadas nas relações, as perguntas que não cabem no pitch, os silêncios que dizem mais do que relatórios.
Se o SXSW nos provoca a pensar o mundo, o HackTown nos convida a voltar para a casa — para os vínculos, os encontros, o que realmente importa.

Epílogo: quando a casa é o mundo

Em 2025, a Casa da Vovó deixou de ser cenário afetivo para se tornar o coração simbólico do festival. Fora do mapa oficial, virou ponto de convergência.
Ali, tradição e futuro se encontraram em cafés coados, cachaças partilhadas, conversas gravadas e silêncios respeitados.
Se em 2023 ela foi a cereja do bolo, e em 2024, uma janela para o amanhã, em 2025 a Casa da Vovó virou arquitetura viva de futuros digitais.
E talvez essa seja a maior lição: o futuro não se assiste — se constrói. Junto.

Conexões movem o mundo

O Connect Executive Hub orquestrou um bate papo intimista com grandes experts como o Renato Grau, Marcel Nobre e Marco Cesarino, compartilhando justamente suas percepções a cerca desses eventos e o que de fato marcou suas trajetórias, quais foram grandes insights que os marcaram a cerca de tendências do futuro.
Ampliar repertório e criar momentos de aprendizagem executiva tem sido a missão do Connect Executive Hub, justamente para estreitar conexões e gerar uma inquietude criativa. Tive a oportunidade de ir ao SXSW desse ano e no Hacktown ano passado e é uma dica de ouro, para que visitemos novos locais e novos mini mundos para ampliar nosso olhar como executivo, aponta Silvana Pampu HR General Manager Latam na Renault e Founder do Connect Executive Hub

Connect Executive Hub

O Connect Executive Hub promove uma Confraria de Executivos com membros de diversos segmentos, estados e países. A jornada de desenvolvimento executivo oferecida amplia o repertório e fortalece o networking com profissionais sêniores. Para se tornar membro, agende um bate-papo pelo site.

Próximos encontros do Connect Executive Hub

  • Dia 17 de setembro: Connect Dinner. Evento presencial em Porto Alegre. Mais informações e inscrições no site.
  • Dia 30 de setembro: Connect Talk - "Board Trends 2025: Insights sobre a carreira de conselheiro". Evento online. Mais informações e inscrições em breve no site.
  • Dia 22 de outubro: Connect Talks SP – "Do hype à estratégia: o real valor da IA nos negócios", com Christian Geronasso Gloval, CRO Artificial Intelligence na SAP; Marcos Gurgel,  com trajetórias por empresas como iFood e Red Ventures; e Isabelli Gonçalves, Change Management no Bradesco. Evento presencial em São Paulo. Mais informações e inscrições em breve no site.