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A soma entre conhecimento e dinheiro é o que chamamos de “smart money”. Crédito: Rawpixel / Freepik.

Paulo Costa

CEO do Cubo Itaú.

Smart Money

O dinheiro inteligente que circula entre as startups

07/12/2023 15:33
Buscar investimento é o início da jornada para grande parte dos empreendedores e, na maioria das vezes, esse investimento atende pelo nome de “dinheiro”. Entretanto, é de suma importância saber que nem sempre o capital financeiro será capaz de garantir, sozinho, o sucesso do negócio. É preciso olhar também para o “capital” de expertise necessário para evoluir a startup.
Para isso, é possível contar com mentores, que trazem todo o seu conhecimento prático de mercado, orientando estrategicamente e auxiliando no crescimento do negócio. Essa soma entre conhecimento e dinheiro é o que chamamos de “smart money”, que visa apoiar o desenvolvimento da empresa por meio de recursos tão importantes quanto o capital, como a network e as conexões.
Entre os benefícios do "capital inteligente" para as startups estão o próprio acesso à uma rede de contatos estratégicos, aspecto fundamental para os negócios e até mesmo investimentos futuros; troca de experiências e insights, que podem contribuir na tomada de decisões importantes; apoio na resolução de dores específicas da empresa, como questões jurídicas e financeiras; além de credibilidade frente ao mercado: se a solução está sendo apoiada por profissionais experientes, é porque tem potencial.
No processo de escala de uma startup, esses recursos intangíveis que o smart money oferece atuam como catalisadores para o sucesso. Ter alguém ou um grupo de pessoas com experiência acompanhando o dia a dia da empresa é como pegar um booster em um jogo de corrida. Claro que ainda é possível falhar, mas os riscos diminuem consideravelmente porque o empreendedor não precisa enfrentar todos os desafios sozinho.
No Cubo Itaú, a proposta segue uma lógica semelhante à do smart money. Apesar de não investir dinheiro diretamente nas startups, nosso hub aproxima as soluções a stakeholders que podem impulsionar seus negócios.
Diariamente, as startups se conectam com membros de nossas comunidades de investidores, parceiros e corporações, com foco em gerar negócios. Contamos, ainda, com dez hubs setoriais dedicados a reunir expertises de grandes companhias e startups para resolver dores de segmentos específicos, como agro, mobilidade e ESG.
Hoje, são mais de 450 startups de mais de 25 segmentos do mercado interagindo e gerando negócios dentro do Cubo Itaú. Não por acaso, essas startups alcançaram mais de R$ 5 bilhões de aportes e investimentos em 2022 e participaram de 22% das rodadas de investimento do primeiro semestre deste ano. Os segmentos que mais atraíram investidores foram os de logística (13%), fintechs (11%) e recursos humanos (9%).
Nas verticais de crescimento, o agro é um setor que ganha destaque não só pelos aportes, mas pelas conexões que acontecem dentro do hub. Um exemplo é a Bart Digital, que realiza a digitalização de processos de financiamento agrícola.
Por meio de um desafio lançado na plataforma do Cubo, a startup desenvolveu um projeto com a Corteva para conciliar os pagamentos e o transporte de grãos da companhia. Por outro lado, a Bart Digital ganhou um parceiro estratégico, que fortalece sua reputação no mercado.
Outra frente que chama atenção é o hub Cubo Maritime & Port, que quase dobrou o número de startups em seu primeiro ano de atuação - de 12 para 23. Essas empresas, que receberam aportes de R$ 25 milhões e faturaram R$ 86 milhões em 2022, agora se preparam para conexões internacionais por meio de parceria com o Pier71, de Singapura.
A união de expertises entre as startups e as corporações também acontece no Cubo Construliving, nosso hub dedicado ao segmento de construção e habitação. Em seus primeiros seis meses de atuação, já foram compartilhados mais de 40 desafios e realizadas mais de 130 conexões, com foco na geração de negócios que apoiem a resolução de dores por meio de tecnologia e a inovação no setor.
Com esse cenário promissor, as startups brasileiras seguem impulsionando a economia do país, utilizando o smart money e a expertise dos mentores para alavancar suas jornadas de amadurecimento e crescimento.

Smart Money e o poder das redes

Para Silvana Pampu, founder do Instituto Connect, que fomenta uma Confraria de Executivos, a aproximação dos ecossistemas de inovação é uma relação ganha a ganha. Para os executivos aproximar-se de hubs de inovação, é uma possibilidade de estar “vivendo” a cultura de inovação em ambientes mais ágeis, com conexões genuínas e pensamentos nada linear, o que desafia a olhar os businesses com uma visão sistêmica, os preparando para cadeiras de Board Advisor, Investidores etc.
Por outro lado, as startups se beneficiam de um olhar pragmático, com leitura de cenários e aporte de metodologias e governança que muitas startups anseiam, pois ao galgarem patamares mais elevados de captação, irão navegar com cenários mais complexos de prestação de contas, estratégias sólidas de crescimento, de fortalecimento de cultura e governança que os executivos conseguem aportar e, principalmente, de acesso a uma nova rede de networking dos mentores e board que, por vezes, auxiliam a abrir novas portas e explorar novos mercados.
Permitir essa jornada de aprendizagens e conexões tem sido um dos propósitos da Confraria de Executivos, ao formar os Board Advisors para darem seu “giving back” para a sociedade e já fortalecerem sua “musculatura” de conselheiros. Apoiar-se em hubs tão estruturados como o Cubo Itaú, tem sido, sem dúvida, uma grande oportunidade de contribuir com o ecossistema.
* Paulo Costa é CEO do Cubo Itaú e iniciou sua carreira como empreendedor digital com a participação na fundação e desenvolvimento de diversas startups. Em 2015, passou a fazer parte do mundo executivo na Accenture, onde ficou por cinco anos como diretor de inovação, boa parte deles dentro do próprio Cubo. O CEO do hub de fomento ao empreendedorismo tecnológico também foi um dos responsáveis por apoiar o fundo Neo Future, da gestora de fundos de investimentos Neo, onde conduzia desafios relacionados a estratégias digitais e inovação, tendências e comportamento de consumo.
A Confraria de Executivos, promovida pelo Instituto Connect, é um espaço para conexão de executivos de vários segmentos, estados e países, trata-se de uma comunidade de aprendizagens, conexões e experience como board advisor, peer coaching etc. Para ingressar ou estar por dentro dos próximos encontros acesse o site.

E vem aí o GazzSummit

O GazzSummit Agro e Foodtechs é uma iniciativa pioneira do GazzConecta para debater o cenário de inovação em dois setores de grande relevância para o país. O evento será realizado nos dias 8 e 9 de maio de 2024 com o propósito de conectar e promover conhecimento para geração de novos negócios, discussão de problemas e desafios, além de propor soluções para o setor.
O GazzSummit promove a disseminação de tecnologias e práticas de inovação que possam levar a cadeira produtiva ainda mais longe. Uma super estrutura espera os participantes, que poderão conferir mais de 30 palestrantes e mais de 300 empresas. O evento vai reunir players importantes do ecossistema como grandes empresas, cooperativas, produtores, entidades públicas, startups e inovadores. Garanta já a sua inscrição no site.