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O SXSW (South by Southwest) é um dos maiores festivais de música, cinema e tecnologia do mundo. Crédito: Reprodução.

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Espaço que dá voz aos executivos do Instituto Connect para compartilhar sua expertise, visão crítica e principalmente inteligência coletiva de temas ligado à liderança, transformação digital e inovação.

Insights do SXSW

Explorando a vanguarda criativa: uma visão profunda do SXSW

26/04/2024 19:37
O Instituto Connect realizou um encontro sobre o SXSW, ou seja, quais foram as temáticas que turbinaram um dos eventos mais aguardados durante o ano.
O SXSW (South by Southwest) é um dos maiores festivais de música, cinema e tecnologia do mundo. Ele acontece anualmente em Austin, Texas, nos Estados Unidos, atraindo pessoas de diversas áreas, incluindo música, cinema, tecnologia, negócios, mídia, e muito mais.
O SXSW tem um lado sedutor e normalmente quem participa uma vez, tende a ter participação assídua, como é o caso da Christiane Aché que já esteve na quinta edição. O evento é conhecido por sua diversidade e mistura de diferentes indústrias. Durante o festival, ocorrem conferências, palestras, shows, sessões de cinema, exposições de arte, feiras e demonstrações de tecnologia, entre outras atividades.
O SXSW oferece uma oportunidade única para networking, aprendizado e descoberta nas interseções entre a arte, a tecnologia e a cultura contemporânea.
O encontro para conectar e compartilhar do Instituto Connect contou com grandes painelistas como Christiane Ache, ABPW Program Director na Saint Paul Escola de Negócios e conselheira; Claudia Pitta, consultora e professora de ética organizacional e ESG e fundadora da Evolure Consultoria; Matheus Souza, Chief Innovation Officer da SAP na América Latina e Caribe; e Giovana Punhagui; Head de Produto e Conteúdo na Conquer.

As conexões são a tecnologia mais importante do mundo

Segundo Hugh Forrest, Copresidente e Chief Programming Officer do SXSW, as conexões têm um grande papel. “Acreditamos que, nesta era de crescente automação, a conexão cara a cara entre as pessoas ainda é a tecnologia mais poderosa”.

Dualidade

Claudia Pitta compartilhou seus insights sobre dualidade. “Conceitualmente, a dualidade pode ser descrita como a existência de dois princípios, elementos ou realidades opostos ou distintos que coexistem. Na filosofia antiga, Platão é um exemplo do pensamento dualista com sua distinção entre o mundo das formas, perfeito e eterno, e o mundo sensível, imperfeito e em constante mudança. Na filosofia medieval, a dualidade é vista na divisão entre o finito e o infinito, entre os seres humanos e Deus. Descartes talvez seja o filósofo mais conhecido por sua formulação do dualismo mente-corpo. E, pela teologia, conhecemos o dualismo entre o divino e o profano, o bem e o mal.
"Para mim, o SXSW foi a fotografia de um mundo dual: tecnologia x humanidade, IA x criatividade, conectividade x privacidade, solidão x conexão, fato x fake, lucro x propósito.
"Essas tensões não são novas, mas o avanço da IA parece potencializá-las e aproximá-las. A tecnologia evolui de forma exponencial. E o ser humano… está evoluindo? Algumas vozes defendem as conexões humanas, a empatia, a justiça algorítmica, o senso de comunidade, a responsabilidade empresarial. Tantas outras propagam apenas os benefícios da tecnologia e a importância de acelerarmos seu avanço.
"Na minha visão, o maior desafio que estamos enfrentando não é a tecnologia. A tecnologia é um meio, que pode ser uma ferramenta ou uma arma. Nosso maior desafio é o fim – por quê? para quê? e para quem estamos desenvolvendo a tecnologia? E aqui entra a dualidade que me parece nortear todas as demais: estamos nesse passo para gerar/aumentar lucros das empresas ou para o bem comum – que, no caso da IA, corresponde ao bem da humanidade?”, pontua Claudia Pitta.

A era da inteligência artificial e o nascimento do generalista criativo

Giovana Punhagui esteve pela primeira vez em Austin e assegura que irá retornar. “O SXSW é um turbilhão de acontecimentos que, pra mim, têm um grande objetivo em comum: provocar o que eu estou chamando aqui das mais variadas formas de conexão.
"O evento foi tomado por uma onda de palestras, painéis e ativações sobre o tema, e foi também usado nos discursos de abertura e encerramento por Hugh Forrest, copresidente do festival.
"A conexão com a IA é um fato. De tudo que eu vi, separei 3 formas de conexão com a IA que acredito que valem a pena saber.
"A IA é para amadores: John Maeda, VP de IA da Microsoft, trouxe um bom soco no estômago quando falou sobre o assunto: 'se você não gosta de mudanças, você vai gostar menos ainda da irrelevância'. E provocou mais ainda: o mundo passará a ser dos 'talkers' e não dos 'makers', pois os primeiros terão a IA como seus auxiliares para dar mais espaço para o que realmente importa: a criatividade, a tomada de decisão e as conexões.
"A IA está causando um grande momento de transição na transformação digital que vai afetar de forma exponencial o mundo do trabalho. Amy Webb nomeou a gente como a geração T (de transição), porque estamos em um momento de rápida aceleração de algo que nem imaginávamos antes e que está mudando o jogo.
"E por que a IA é para amadores? Porque, por mais que a gente ainda esteja em período de transição, já existem diversas aplicações gratuitas que podemos usar de forma online facilmente. E não precisamos estudar programação para isso, basta uma boa dose de curiosidade com um problema bem quente pra ser resolvido.
"Um caso de amor com a produtividade: o Head do ChatGPT, Peter Deng, falou em alto e bom som que o aplicativo na sua versão de hoje, gratuita, vai continuar sendo sem custos para sempre. E, quando perguntado por que fez uma transição de carreira para lançar esse app, sendo que já tinha conquistado tudo na sua vida profissional, Peter não hesitou em dizer: era o desafio claro de equalizar e potencializar as habilidades do ser humano.
"A IA tem a capacidade de coletar informações de anos e transformar isso em conteúdo direto ao ponto para lhe ajudar a tomar a melhor decisão, ou analisar milhares de dados de uma planilha e lhe dar opções viáveis, ou até gastar menos de metade do tempo fazendo uma animação que duraria mais de 20 horas, como aqueles jovens do cinema me trouxeram.
"Ian Beacraft disse que, até 2050, vamos experimentar 100 anos de progresso no ritmo de hoje a cada 5 anos e que, por isso, nossa capacidade produtiva vai aumentar entre 5 e 10 vezes.
"Ian traz o termo 'generalista criativo' para definir o novo profissional que tem a IA como sua aliada. É como se, com a IA, ele tivesse um segundo cérebro, que vai organizar os combustíveis para dar mais gás às suas estruturas racionais e gerar mais tempo produtivo para a evolução. Isso significa que vamos trabalhar muito mais? Os especialistas que ouvi no SX SW dizem que vai depender de como você vai conduzir isso. Amy deixou claro que 'você passa a ter mais controle direto e indireto do seu futuro do que imagina'. O que é fato é o real aumento do potencial das suas habilidades para exercer cada vez melhor suas atividades no mercado de trabalho, que aí sim podem levar a uma verdadeira vantagem competitiva em relação a quem ainda não acredita que a IA não é apenas cortina de fumaça.
"Regulação e segurança: uma preocupação genuína que rondou o SXSW foi a necessidade de maior regulação do uso da IA na medida em que ela evolui. Das tendências reveladas por Amy Webb, dois pontos de alerta prevalecem: a velocidade e a escala dão mais espaço para vieses e alucinações da IA, e a IA aberta traz uma pulverização de modelos inseguros de uso, que podem levar à disseminação de questões terroristas ou pornografia, por exemplo. Brooke Hopper, executiva de IA da Adobe, trouxe à tona a necessidade de educar as pessoas na utilização das ferramentas, para saber distinguir o que de fato faz sentido”, apresenta Giovana Punhagui.

Power by people enable by technology.

Matheus Souza Chief Innovation Office at Sap LAC compartilhou alguns insights que, segundo ele, geram provocações.
“Open Source criado por IA, ou seja, segundo previsões, até 2026, haverá uma grande evolução de softwares, com democratização e com alteração significativa da força de trabalho. Outra reflexão é o quanto estamos atrás de países como, por exemplo, os EUA no que tange às competências e tecnologias. Temos, contudo, no que tange à modelagem de negócios, questões de legislação, estruturas e modelos de negócio que não param em pé nas questões de viabilidade financeira", sinaliza.

JOMO – Joy of missing out

Christiane Ache abriu sua apresentação na nossa Confraria de Executivos trazendo sua missão de conectar e compartilhar. Em sua quinta jornada no SXSW, ela compartilhou o pânico gerado no primeiro encontro, no qual se deparou com uma avalanche de informações e a vontade de absorver tudo. Sua senioridade e experiencia adquirida teve impacto na condução do grupo Sparkers, liderado com maestria por ela e que auxilia uma comitiva de executivos a tornarem essa experiencia memorável, cuidando da curadoria e assegurando a experiencia.
Com essa missão de conectar e compartilhar, a agenda do Instituto Connect está repleta no mês de maio. Confira os próximos eventos:
  • Dia 07 de maio – Connect Dinner em São Paulo- Jantar exclusivo para gestores seniores (reservas no site).
  • Dia 13 de maio – Evento sobre Liderança na Era Digital e Tecnológica em parceria com a ISAE/FGV (inscrições no site).
  • Dia 16 de maio – Encontro de C-Level em Curitiba em parceria com o Grupo Gestão de RH (mais informações e inscrições no site).
  • Dia 21 de maio – Evento no Cubo Itaú, em São Paulo, para o Kick off da jornada de Board Advisor dos membros da Confraria (inscrições no site).
A Confraria de Executivos, promovida pelo Instituto Connect, é um espaço para conexão de executivos de vários segmentos, estados e países. Trata-se de uma comunidade de aprendizagens, conexões e experiências como board advisor, peer coaching etc. Para ingressar ou estar por dentro dos próximos encontros acesse o site.