Preparando sua startup para o sucesso: o caminho para o investimento anjo

Redação
24/06/2025 12:52
No dinâmico cenário das startups, a busca por investimento anjo é uma etapa crucial para transformar ideias inovadoras em negócios escaláveis. No entanto, em um mercado cada vez mais competitivo, é fundamental que as startups se preparem adequadamente para atrair o interesse de investidores. 
Segundo Ricardo Urso, especialista em gestão empresarial e sócio-fundador da Urso Consultoria Empresarial e da Urso Capital, a inteligência artificial está remodelando radicalmente a gestão empresarial e a forma como as empresas operam nos próximos cinco anos, tornando a inovação ainda mais um diferencial.

Os elementos essenciais para atrair investidores

Para Ricardo Urso, a mortalidade de startups é alta, com pouquíssimas empresas sobrevivendo à fase inicial. Um levantamento do Distrito de 2024 apontou que mais de 8 mil startups fecharam suas portas na última década. Diante desse cenário de alto risco, é essencial que uma startup demonstre mais do que apenas uma ideia inovadora para captar investimento anjo. 
Os elementos fundamentais que precisam ser apresentados, segundo o consultor, incluem:
Pitch Deck estruturado: um PowerPoint muito bem estruturado é o ponto de partida. Ele deve detalhar quem são os fundadores, qual o histórico deles (track record) e o que já realizaram. Ricardo Urso aponta que, na fase de pré-seed, isso é essencial.
Produto mínimo viável (MVP) e validação: a startup deve ter um projeto piloto de MVP em teste, em prática e em atualização. Isso demonstra a validação do produto no mercado e a capacidade de solucionar uma grande dor.
Modelo de negócios e precificação: é crucial ter a formação de preço mapeada e saber como o negócio será monetizado. Ricardo Urso destaca: "O maior erro que as pessoas cometem é não conseguir mostrar onde vai dar dinheiro. Você pode ter a melhor ideia do mundo, mas se você não conseguir dizer como é que você vai ganhar dinheiro, não vai dar certo". Para o investidor, é fundamental compreender a forma de receita e lucratividade.
Potencial de escalabilidade e tamanho de mercado: a startup precisa saber qual é o tamanho do mercado que pode acessar e como vai escalar. Mostrar que a solução atende a uma grande dor de mercado e que o mercado, pela experiência que a equipe possui, vai aderir de forma instantânea, trazendo um benefício gigantesco para o segmento, é essencial. Antonio Luiz Urso, fundador da Urso Consultoria, complementa: "Para escalar a startup, é preciso ter dinheiro para o futuro, acesso a capital de investimento".
Valuation e runaway: a startup deve apresentar um valuation e indicar quanto dinheiro precisa para um runaway (período que uma startup consegue operar antes de precisar de novo aporte) de dois anos, ou seja, onde o recurso será alocado de forma estratégica e qual a expectativa de retorno.
Estratégia de saída: "o investidor quer saber quando ele entra e quando que ele sai”, sintetiza Ricardo Urso. É fundamental finalizar o pitch deck indicando para quem a startup pode ser vendida no futuro.
Orientações para a startup na busca por investimento anjo
Ao abordar os mecanismos contratuais na fase de captação de uma startup, Ricardo Urso aconselha fortemente que as startups não tentem elaborar seus próprios contratos de venda ou outros documentos legais, a menos que sejam uma legaltech composta por advogados. Para ele, o mais indicado é buscar uma empresa especializada que compreenda a elaboração e o melhor vínculo contratual para cada situação.
Ele explica que a escolha do contrato ideal depende de diversos fatores, como o momento da empresa, sua governança e o perfil do investidor. Se o investidor for um fundo, por exemplo, ele provavelmente exigirá que a empresa se adapte a uma estrutura de Sociedade Anônima (SA), o que demandará outros tipos de contratos.
O consultor enfatiza que a jornada de captação é "tão dolorosa e tão trabalhosa que isso impacta diretamente na performance da empresa durante o processo de escalada". Por isso, ao lidar com contratos e termos, a recomendação é "colocar nas mãos de alguém que vai te desafogar". Ele sugere, inclusive, que o custo dessa assessoria especializada seja vinculado ao aporte que o investidor fará, mas ressalta veementemente: "não faça por si só".