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Startups brasileiras de IA captam investimento US$ 409,2 milhões em 2022, aponta Distrito
Ao longo dos dois últimos anos, a inteligência artificial ampliou o seu espaço devido à sua capacidade de criar conteúdos novos e relevantes, baseado em padrões aprendidos a partir de grandes conjuntos de dados. Com o ano de 2023, a IA atingiu um marco de evolução e adoção da tecnologia em diversos campos, representando para a economia global, um investimento de US$ 500 bilhões, segundo projeções da IDC - International Data Corporation. As informações são do Distrito.
Um dos exemplos do cenário é a Nvidia, empresa de soluções gráficas que se tornou um player significativo no mercado de IA após suas ações triplicarem com uma valorização de mercado de mais de US$ 1 trilhão.
No relatório de 2023 sobre inteligência artificial, o Distrito, principal plataforma de tecnologias emergentes da América Latina, apresenta um potencial exponencial no território latino-americano com quase 500 startups ativas mapeadas. Em 2022, essas startups captaram um investimento total de US$ 409,2 milhões. No mesmo ano, o uso de IA em algum nível durante seus processos por parte das empresas da América Latina é representado por 29% e, a nível global, essa adoção é de 34%, conforme dados do International Business Machines no estudo “IBM Global AI Adoption Index”, produzido em 2022.
O Brasil se destaca por concentrar o maior número de empresas e volume de investimentos, sendo responsável por 73,65% do total de startups, se posicionando como um líder regional no desenvolvimento e na inovação de IA na América Latina. Na sequência, Colômbia e México compartilham a mesma representatividade de 6,64% cada um no ecossistema de IA da região. Já o Chile, contribui com 5,60% do total, a Argentina com 3,73% e por fim, Peru, Uruguai, Costa Rica e Equador que, juntos, somam pouco mais de 3% do total.
“Esses números refletem um cenário promissor, mas que ainda necessita de maiores investimentos e iniciativas para fomentar a inovação e o desenvolvimento tecnológico, indicando que ainda existe muito espaço para crescimento e consolidação desses mercados”, explica Eduardo Fuentes, Head de Research do Distrito, em nota.
O cenário de startups focadas em IA apresentava menos de 10 startups fundadas por ano até 2010. Entretanto, a partir de 2016, o mercado teve um salto expressivo de 52 empresas fundadas, seguido por um pico de 93 em 2017. Nos anos seguintes, a fundação de companhias do setor desacelera, atingindo 81 em 2018, 57 em 2019, 39 em 2020, e uma queda acentuada para 8 em 2021.
“Essa redução não reflete necessariamente uma diminuição do interesse em empreender com essa tecnologia, mas sim uma maior dificuldade em identificar e mapear startups que ainda estão em estágios iniciais de desenvolvimento. Muitas das inovações em IA estão acontecendo dentro de laboratórios de pesquisa ou em startups em estágio muito inicial”, ressalta Fuentes.
Essas startups direcionam suas soluções para o mercado B2B, representando 79% das empresas de IA. Cerca de 41,64% dessas startups brasileiras atingem o faturamento entre R$ 360 mil e R$ 3,6 milhões anualmente. As faixas de faturamento mais altas são menos representadas, com pouco mais de 14% ultrapassando a marca de R$ 10 milhões anuais.
Os números são expressivos ao observar o crescimento das empresas que incorporam a IA em seus modelos de negócio. Desde 2017, no estágio Seed, o valor médio recebido aumentou em 20% ao longo de quatro anos. No estágio Series A, o acréscimo atingiu uma valorização de 148% no grupo dessas companhias.
Os avanços de IA proporcionam uma evolução não somente no setor tecnológico, mas também no mercado financeiro, gerando uma receita global de US$ 13 trilhões até 2030 e impulsionando o aumento de 5% no PIB latino-americano, conforme aponta o estudo global realizado pela McKinsey, “O estado da IA em 2022”. Apesar da retração no ticket médio de investimento, as startups da América Latina levantaram mais de US$ 800 milhões desde 2017.
A ascensão da IA é um fator observado pelas grandes companhias, que já promoveram 24 operações de M&As desde 2019, absorvendo outras empresas para impulsionar a transformação do ecossistema. Esse movimento revela um futuro em que o papel da IA transcende sua função atual, evidenciando a presença obrigatória nas indústrias, a fim de fomentar o crescimento econômico e agregar valor significativo à economia da América Latina.