Inovação em transporte
Paraná se torna primeiro estado da América do Sul a utilizar o Bonde Urbano Digital
O Paraná se tornou o primeiro estado da América do Sul a adotar o Bonde Urbano Digital (BUD), um sistema de transporte público com tecnologia chinesa. A novidade foi apresentada pelo governador Ratinho Junior na semana passada, marcando uma evolução na mobilidade urbana da Região Metropolitana de Curitiba, com um trecho inicial de 10 quilômetros ligando o Terminal de Pinhais ao Terminal São Roque, em Piraquara.
O início dos testes está previsto para novembro deste ano, com a passagem custando R$ 5,50, o mesmo valor do ônibus metropolitano. A tecnologia já é utilizada na China e na Austrália, e o projeto paranaense segue a referência de uma linha já implementada no México. O BUD dispensa grandes estruturas físicas, com um custo de implantação estimado em três vezes menos que o de Veículos Leves sobre Trilhos (VLTs).
Nem metrô, nem ônibus, nem trem
O Bonde Urbano Digital se diferencia de outros modais por sua tecnologia única. Ele não é um ônibus tradicional, pois seu trajeto é rigidamente definido por um sistema de "trilhos virtuais" e sensores, eliminando a necessidade de um motorista guiar o veículo manualmente. Também não é um metrô, pois dispensa os trilhos de metal e a infraestrutura complexa necessária. O BUD trafega sobre pneus diretamente no asfalto, guiado por indução magnética, o que torna sua implementação mais simples e barata. Ele opera de forma autônoma, mas os testes iniciais contarão com a presença de um piloto auxiliar. O transporte tradicional continuará funcionando normalmente durante este período, sem alterações.
Com 30 metros de comprimento, o veículo tem capacidade para 280 passageiros, com possibilidade de expansão. Seus diferenciais incluem a sustentabilidade, por ser movido a baterias de íons de lítio recarregáveis, e o conforto, com ar-condicionado. A carga completa de 12 minutos garante autonomia de até 40 quilômetros, e o sistema é preparado para, futuramente, operar com hidrogênio.
A vida útil do BUD é um dos seus principais diferenciais em relação a outros modais de transporte público. A durabilidade estimada é de 30 anos. Um ônibus biarticulado, frequentemente utilizado em sistemas de transporte de alta capacidade, possui uma vida útil média de cerca de 15 anos, aproximadamente a metade da do bonde. Já VLTs, que são modais com maior custo de implantação, costumam ter uma vida útil semelhante ao novo transporte, de também cerca de 30 anos.