Gabriela Giaccio
Sul Center à POP ME: Gabriela Giaccio comenta os desafios do varejo têxtil
O mercado de moda e varejo é um dos que mais movimenta a economia do país. Com uma variedade de confecções, que se destina a todos os tipos de clientes, este setor, assim como tantos outros, possui alguns desafios, entre eles estão as formas de fazer negócio, sejam eles nacionais ou internacionais, e trabalhar em uma empresa com estrutura familiar.
Para falar sobre o setor de moda e vestuário, além de quais são os desafios e vantagens de um empreendimento que envolve pessoas da mesma família, o podcast Papo Raiz convidou Gabriela Giaccio, que é co-fundadora e diretora estratégica da rede de lojas Pop Me. Nascida em Curitiba, a Pop Me é uma marca de moda feminina com contexto jovem e moderno, que já traz em seu DNA a experiência dos proprietários que trabalharam anos no varejo.
“Quando a gente criou a Pop Me, ela nasceu de uma empresa com anos no ramo do varejo, que é Sul Center Fashion, da qual meus pais também são fundadores. Somos uma empresa nova e já são quase cinco anos de história desde a primeira loja aberta”, contou Gabriela Giaccio.
Com uma produção de peças externa, Gabriela Giaccio explica que a Pop Me está sempre focada nas novidades do ramo da moda e em busca de proporcionar a melhor experiência de compra aos clientes. “A gente está sempre em busca de alguma coisa que ainda não tem no mercado e acreditamos muito na moda com preço acessível, o que é uma inspiração vinda das lojas do exterior. Então, nosso diferencial é tentar ter produtos femininos com preço acessível”, afirmou.
Esse trabalho pelo desenvolvimento da marca e para que a mesma se tornasse referência no setor de moda no Brasil, levou Gabriela e sua família a apostarem no mercado asiático, que é uma grande vitrine para empresas que buscam fazer bons negócios e adquirir produtos de qualidade por preços acessíveis. Aos 21 anos, a empresária foi pela primeira vez para China com o pai, uma viagem que fez com que ela adquirisse larga experiência no processo de compras internacionais e a negociar com fornecedores.
Gabriela Giaccio ainda deu algumas dicas para aqueles que pretendem entrar ou ainda têm algumas dúvidas sobre negociações de comércio exterior.
“É importante ter bastante contato nesta área e ir fazer as negociações na China junto de outros parceiros, além de conhecer o setor para importar, não adianta só se aventurar”, aconselhou.
Quais são os principais desafios do setor de varejo feminino?
Além de entregar com rapidez as tendências da moda, Gabriela Giaccio destacou outras adversidades pelas quais as empresas do varejo feminino passam frequentemente. “O nosso mercado de varejo de moda feminina é um pouco difícil porque não temos uma grande estrutura, é tudo manufaturado e então tudo pode acontecer. No caso da pandemia, além de sermos um dos setores mais afetados, com queda de 30 a 40% nesse período, os custos dos produtos aumentaram muito, a mão-de-obra também ficou mais cara, teve alguns atrasos nas entregas, entre outras coisas”, afirmou.
Com os resultados trazidos por esses desafios, principalmente, os que chegaram junto com a pandemia de Covid-19, Giaccio contou que a Pop Me teve como uma de suas primeiras preocupações desse período a área de recursos humanos, em que teve que fazer uma redução de pessoas que trabalhavam nas lojas da marca, além de ter que adiantar processos empresariais.
“Acabamos acelerando algumas coisas que íamos fazer em tempo maior, fizemos uma redução de equipes, mas eu acho que uma coisa que deu muito certo nesse período foi não ter cancelado o recebimento das mercadorias e ter reprogramado a entrega”, contou a diretora estratégica da rede.
Como é fazer parte de uma família de empreendedores?
Passado de geração para geração, o empreendedorismo familiar, em geral valoriza uma tradição organizacional, mas sem deixar de lado a adaptação às mudanças que o mundo empresarial e a sociedade trazem consigo. Para Gabriela Giaccio, um dos pontos mais importantes para lidar e dar continuidade a um negócio familiar é a conversa.
A empresária acredita também que, na maioria dos casos, a sucessão de uma empresa deste tipo se dá muito pelo DNA empreendedor que já faz parte dos membros de uma família e da experiência que estes vão adquirindo ao longo dos anos.
“Eu cresci em uma família que sempre teve essa cultura empreendedora e desde nova eu fui criada dentro de uma loja. Meu pai sempre foi mais empreendedor e minha mãe mais voltada para a administração. Então sempre foi algo enraizado na família e eu fui criando isso de ser empreendedora”, disse Giaccio.
Quais os critérios para acertar na escolha de um ponto de venda?
Saber escolher um ponto de vendas, principalmente, quando se trata de setor varejista é essencial para que as vendas tenham sucesso. No caso da Pop Me, Gabriela Giaccio explica que os critérios de definição dos locais onde as unidades da marca seriam implantadas foi mudando ao longo dos anos.
“Antes acreditávamos que o Brasil tinha uma oportunidade de crescimento no comércio de rua, mas não é isso que aconteceu. Os polos de venda mesmo viraram os shoppings e, como uma marca, a gente analisa se tem fluxo de público para vender”, revelou.
Qual é o cenário do varejo de moda feminina no e-commerce?
Para Gabriela Giaccio, o e-commerce é uma ferramenta jovem e por muito tempo representou muito pouco em vendas com relação às lojas físicas do setor de varejo, mas foi na pandemia que essa estratégia de comércio ganhou força e ajudou o mercado da moda, entre outros setores, a se manter e reinventar economicamente. Ela ainda afirma que a rede de lojas da Pop Me conta com um site de vendas, mas que ainda há o que melhorar para que os clientes possam ter uma experiência única.
O Instagram é outra plataforma que a empresária acredita ser forte neste cenário digital e que a marca utiliza em larga escala para alavancar o seu comércio. Além disso, segundo Giaccio, a Pop Me sempre tenta dar um destaque especial para as clientes que divulgam as peças das lojas em seus perfis nessa rede social.
“O Instagram é o que a gente mais usa para divulgação da nossa marca e o que eu acho legal nisso é que é tudo muito orgânico. Investimos bastante nisso e as nossas clientes são as nossas influenciadoras, porque hoje no Instagram todo mundo pode divulgar e para nós isso funciona muito”, concluiu.
*Artigo produzido pelo Papo Raiz – uma conversa descontraída e divertida sobre empreendedorismo e assuntos em alta na sociedade.