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Startup além do pitch: enxergando oportunidades com tecnologia e inovação

Kauana Yrina

Startup além do pitch: enxergando oportunidades com tecnologia e inovação

Papo Raiz*
28/09/2022 18:41
Desenvolver startups de alta performance, assim como outros empreendimentos, requer investimentos financeiros, mas também é preciso ter a consciência de que o caminho até que esse crescimento aconteça exigirá comprometimento e um planejamento bem definido com metas e que enxergue as mais diversas oportunidades no universo do empreendedorismo.
No podcast Papo Raiz, Kauana Yrina, CEO da Aceleradora Condor Connect, explicou quais as etapas para construir startups de alta performance, como funciona um programa de aceleração e quais as etapas pelas quais um empreendedor passa para que consiga acelerar uma startup.
Com um programa de aceleração personalizado que visa potencializar o perfil de cada negócio, a Condor Connect investe em inovação para o mercado há mais de 5 anos e oferece às startups duas modalidades para tracionar com grandes players do ecossistema: o programa de aceleração e o programa de mentoria. O primeiro trabalha as hard skills e soft skills das startups de alta performance que gerem soluções e, consequentemente, garantam tração e escala a esses negócios, já a segunda possibilidade trata-se de uma unidade de apoio aos empreendedores que estão lançando startups, mas ainda não tem experiência na área e precisam de capacitação para desenvolver ideias e acelerar negócios.
No caso da aplicação desses programas, segundo Kauana Yrina, a Condor Connect oferece mentoria a cada 15 dias se o empreendedor apresentar o resultado que foi pedido pela aceleradora. “Muitas startups chegam com um modelo de negócio e nós perguntamos se estão dispostas a se adaptar e a ajustar algumas coisas. A gente cria oportunidades, mas a responsabilidade tem que ser do empreendedor”, afirmou a CEO do grupo.
Kauana Yrina, que também é especialista em marketing e possui MBA em inovação, contou que uma das principais dores do mercado apresentadas por empreendedores à Condor Connect é que falta dinheiro para apoiar e dar andamento a todas as etapas da jornada de startups de alta performance.
“O que a gente mostra é que o problema não é o dinheiro, mas sim a falsa impressão de que não se consegue fazer nada se não tiver grana e eu acho que falta muito conhecimento de business, embora a gente esteja em um momento de muitas startups, empreendedorismo e investimentos, mas quando você de fato mergulha em um negócio ainda falta muita consistência”, destacou.
Para Yrina, essa falta de consistência pode ser percebida quando o empreendedor se insere nos setores de gestão, jurídico e contábil, nos quais não sabe como agir e colocar o startup para rodar no mercado e transformar isso em dinheiro, apesar de ter um amplo conhecimento sobre o projeto que desenvolveu e é considerando essa realidade que a Condor Connect entra como um parceiro, a partir de uma rede de especialistas, para colocar em prática ideias inovadoras.

Quem pode criar uma startup?

Qualquer pessoa pode criar uma startup, uma vez que essas são consideradas empresas iniciantes e, se tiverem uma proposta diferenciada podem dar certo, receber aporte financeiro e, assim, gerar impacto a outra empresa ou mesmo à sociedade. Mas, para que essa trajetória de startups seja concretizada, Kauana Yrina reforçou que é preciso que os empreendedores tenham poder de execução. Ela ainda apontou as principais características desses profissionais.
“Tem aquela pessoa que tem o dom, que você olha e sabe que onde ele mexer, aquilo vai se transformar em dinheiro, é uma questão de tempo, porque nasceu para ser empreendedor, empresário e vai fazer negócio. E tem aqueles que estudam muito, e esse que tem o hábito ou que começa a estudar porque sabe que vai ter que entender o mercado, estudar o cliente, que vai ter que estudar tecnologia ou que vai transitar em diferentes universos e está sempre se aprimorando, esse tipo não tem como dar errado”, explicou a CEO da Condor Connect.

Quais as principais etapas para criar uma startup?

Focadas em inovação e na busca por soluções de uma forma diferenciada, as startups surgem como uma modalidade empreendedora que tem como uma das principais características a agilidade e simplificação de ideias para a resolução de problemas, no entanto, é de extrema importância que os empreendedores respeitem o processo de concepção de uma startup, o qual é composto por pelo menos cinco etapas, sendo elas:
Ideação – fase em que o empreendedor investiga as dores de um cliente ou de um mercado e observam a viabilidade de um projeto para sanar esses problemas;
Formação – etapa em que é formada a ideia inovadora para posterior venda de um produto ou serviço;
Criação/Tração – nesse momento, os empreendedores já estarão planejando o desenvolvimento do projeto de maneira detalhada com seus sócios ou apoiadores;
Validação – é nesta fase que o empreendedor vai comprovar, por meio da aplicação de MVP, se o projeto da startup é verdadeiro e faz sentido para resolver um problema ou dor presente num mercado ou sociedade e se existe público interessado nessa ideia a ponto de ela ser vendida.
Escala – nesta etapa, a startup vai se apresentar aos possíveis públicos e tentar vender a sua ideia. É aqui o momento em que se ativa o crescimento da startup a partir do aumento de receita e de uma base sólida de clientes, sempre mantendo uma estrutura financeira enxuta.

Quais são as etapas que o empreendedor deve percorrer para ser escolhido em um processo de aceleração?

Segundo Kauana Yrina, existe uma série de etapas que compõem o ciclo de aceleração de startups de alta performance, que vão da fase de inscrição até a apresentação final do projeto. Entre elas estão: inscrição; seleção a partir da mesa diretora da aceleradora; capacitação; mentoria; captação de investidores e; por fim, implementação do negócio.
Apesar de todas essas etapas, Yrina afirma que no caso da Condor Connect não existe muito critério para a escolha de startups de alta performance e que todas são bem-vindas desde que os projetos tenham um olhar mais humano, inovador e caibam dentro da estratégia dos diretores da Condor Connect. “Leva de dois a três meses para uma startup ser escolhida no processo de aceleração e dentro de toda essa tecnologia que temos, a gente analisa o que a startup consegue fazer de diferente, em que consegue agregar valor, o que consegue enxergar de uma forma bem minuciosa que nós não enxergamos”, disse ela.
Ela ainda reforçou qual o foco da Condor Connect ao apoiar startups de alta performance. “Nós trabalhamos muito com inovação fechada para dentro do mercado e inovação aberta para a sociedade, e algo em que nós batemos muito é que queremos colaboradores que pensem”, disse a especialista.

Como é desenvolvido o programa de aceleração da Condor Connect?

De acordo com Kauana Yrina, o fomento de novos produtos e serviços por meio de soluções criativas de startups de alta performance é feito em duas formas de investimentos e aceleração dentro da Condor Connect, os quais buscam potencializar o perfil de cada projeto desenvolvido por empreendedores.
“A gente tem duas formas de investimento e aceleração. A estratégica, que é quando a gente faz inovação fechada e significa que não importa para nós se uma startup vai vender 1 bilhão, porque o supermercado por dia vende muito, e eu não quero vender essa startup no mercado. Mas, se essa startup fizer com que reduza o custo de alguma operação em 1 milhão, ela me interessa muito mais, mesmo que não valha nada no mercado. Isso é inovação fechada e aceleração estratégica em 60% das nossas startups, que são varejo. Agora os 40% é tendência, ou seja, a startup não atende o grupo, mas ela pode valer 1 bilhão no mercado, então eu vou vender essa startup”, disse.

A Condor Connect investe em todas as startups que fazem parte do programa?

Apesar de ter como um de seus objetivos enriquecer as startups de alta performance a partir de um trabalho colaborativo, Kauana Yrina explicou que não é porque um desses projetos faz parte do programa de aceleração, que a Condor Connect vai investir, muitas vezes, a startup é apresentada para outros possíveis apoiadores financeiros.
“Não é porque faz parte do programa de aceleração que nós iremos investir, a startup tem que estar dentro da nossa tese e tem que passar por todo o conselho do fundo para ser investida. Então a gente acelera e tenta fazer com que num programa dentro de um ano elas consigam chegar a nossa tese, mas nem sempre elas conseguem”, concluiu a especialista. 
*Artigo produzido pelo Papo Raiz – uma conversa descontraída e divertida sobre empreendedorismo e assuntos em alta na sociedade.