Guilherme Barbosa e Junior Conceição
Escalabilidade para o crescimento acelerado de um negócio
Conquistar clientes, vender mais e ter um crescimento saudável são os sonhos de muitos empreendedores ao ingressarem no mundo dos negócios. Uma das ferramentas que podem auxiliar nesse processo e ainda trazer diversos benefícios para uma empresa é a escalabilidade. No podcast Papo Raiz, os empresários Guilherme Barbosa e Junior Conceição deram alguns insights e dicas sobre como a escalabilidade pode ser utilizada por uma empresa para que esta mantenha um grande potencial de crescimento e, consequentemente, lucratividade.
Antes de falar sobre o desafio que é para qualquer empreendedor desenvolver um negócio que tenha escalabilidade, Junior Conceição contou um pouco da trajetória profissional que possui na Le Farma, uma empresa com mais de 20 anos de existência e que trabalha no ramo nutricional e em outras categorias de saúde e bem-estar.
“Há dez anos eu assumi a empresa, que é focada na área da saúde e nutrição. Trabalhamos com multicanais, como o varejo, B2B, B2C e vendas online em todos os marketplaces, que estão bombando no mercado. Nosso grande público são pessoas com necessidade de comprar produtos de nutrição e nutracêuticos e temos nossos clientes de hospitais, home care, lar de longa permanência e o canal de lojas físicas”, contou o empresário.
Fazendo parte da gestão da Le Farma, Juninho Conceição demorou um pouco para entender que o conceito de escalabilidade poderia ser aplicado a sua empresa, principalmente, por ele acreditar que o modelo de negócio da Le Farma era muito diferente do tradicional e não era tão escalável, mas, foi com o tempo que ele descobriu os diversos tipos de escalabilidade. “Eu entendi que existem várias formas de escalar um negócio e uma delas é contratar pessoas para trabalhar pra você, ou seja, a empresa ter pessoas que multiplicam horas trabalhadas para o negócio”, afirmou.
Com as experiências que tiveram ao longo dos anos enquanto empresários, tanto Junior Conceição quanto Guilherme Barbosa acreditam que qualquer negócio pode ter escalabilidade, basta que o gestor ou empreendedor saiba desenvolver boas estratégias dentro de uma empresa.
Quais são os primeiros passos necessários para escalar um negócio?
Ter escalabilidade, ou seja, fazer uma empresa crescer seja em quantidade de clientes seja lucratividade é o principal foco de empreendedores que estão no estágio inicial de um negócio. Nesse contexto, o CEO da Le Farma, Junior Conceição, explica que é preciso certo preparo e estar atento às ações estratégicas para que o negócio tenha sucesso.
“Quando as pessoas pensam em escala, principalmente quem está começando, ou quem já tem um negócio que está com um faturamento bacana e quer crescer, mas não tem uma estrutura pronta para atender ao negócio, é preciso começar a se preparar para essa alavancagem de crescimento. A gente tem que crescer e ao mesmo tempo estruturar o negócio”, ressaltou.
Como saber o momento "certo" para escalar um negócio?
Quando uma empresa é aberta, um dos maiores objetivos é que ela cresça de forma saudável e gere lucro, mas, passado um tempo e quando as ações desse negócio já estão consolidadas, uma das dúvidas que os gestores mais têm é se este é o melhor momento para que ele tenha escalabilidade.
Para Junior Conceição, um dos maiores erros de empresários, quando se fala em escalabilidade, é colocar em outros investimentos o lucro gerado em determinado período por uma empresa, ao invés de reinvestir no próprio negócio. “O cálculo é você entender o quanto teu negócio gera de lucro líquido e saber que quanto mais você colocar energia e dinheiro naquele negócio mais você vai ter o retorno. Essa diversificação, principalmente no início do negócio, nos primeiros anos, eu acredito que é um tiro no pé, então, tem que ser algo muito focado”, aconselhou.
Ele ainda destaca que, para identificar o melhor momento da escalabilidade, os empreendedores precisam fazer um planejamento estratégico para ver o quanto há de fluxo de caixa para manter uma empresa e ainda saber organizar o tempo para desenvolver as atividades de gestão.
Qual a importância do networking para escalar um negócio?
Construir uma boa rede de relacionamentos é uma das estratégias mais eficazes para dar escalabilidade a um negócio. Segundo Guilherme Barbosa, fundador da agência de marketing 3MIND, esse networking não diz respeito aos consumidores, mas aos parceiros que uma empresa ou até mesmo o próprio empreendedor possui, os quais ele classifica como amigos estratégicos.
“A amizade estratégica para mim é aquele amigo com quem você está o tempo todo falando de negócios e ele tem que saber o que você faz ou o que você vende. Uma coisa que eu aprendi com networking é que demora muito tempo para você firmar a sua autoridade para a pessoa saber o que você faz”, explicou o empresário.
Ele também destacou que um ponto importante a ser observado é que uma minoria de empreendedores faz networking, que seria pelo menos uma vez por semana provocar ou participar de algum tipo de diálogo sobre negócios. Outro ponto, de acordo com Barbosa, é entender que um bom networking é quando o nome e marca de uma empresa no segmento em que a mesma atua são efetivamente reconhecidos no mercado o que, consequentemente, ajuda na escalabilidade empresarial.
Já para Junior Conceição, existem pessoas que já nascem prontas para fazer networking e aquelas precisam ter um grande esforço para conseguir construir essa rede de contatos, mas essas duas características não deixam de ser relevantes para favorecer as atividades de um negócio. “A grande questão do networking pra mim é ter resiliência, então, ele é resultado de várias ações frequentes que geram um resultado positivo. É saber utilizar os contatos que a gente tem por um longo tempo e no processo de empreendedorismo”, afirmou.
O empresário ressaltou que o primeiro passo para começar um networking é o empreendedor se perguntar se ele compraria o próprio produto ou serviço que produz e verificar como está a credibilidade do próprio negócio, como se comporta e criar um modelo ideal para se adequar ao mercado enquanto gestor. “ É o investir em si mesmo e em conhecimento, para daí começar a se relacionar com outras pessoas que agreguem algo a você e ao seu negócio”, disse Conceição.
Como não perder a cultura do negócio depois de escalar?
Um receio e até mesmo desafio para muitos empreendedores é que a cultura de suas empresas seja afetada após conquistar a escalabilidade. O fato é que é natural algumas coisas mudarem com o crescimento de um negócio, mas é preciso ter em mente que determinadas características de uma empresa devem permanecer ao longo do tempo até mesmo para não perder a identidade.
Para Guilherme Barbosa, alguns métodos que ajudam a manter a cultura de uma empresa após o crescimento escalável é ensinar os colaboradores envolvidos no negócio; estar sempre de olho no marketing interno; cuidar do setor administrativo e sempre buscar feedbacks com pessoas estratégicas e parceiras da empresa.
“Você tem que ser com os colaboradores e pensar a percepção do todo que envolve a empresa, além de estabelecer indicadores para entender a gestão da empresa e o que é mais importante dentro disso para o crescimento do negócio”, afirmou o empresário.
Já para Junior Conceição, motivar e treinar os colaboradores; deixar a pessoa errar e aprender com isso para melhorar e trazer os colaboradores para um alinhamento de expectativa são ações essenciais para permanecer com a cultura genuína de uma empresa na medida em que ela atinge a escalabilidade.
“Tem que escalar a cultura trabalhando as lideranças dentro da empresa, para que elas absorvam esse conhecimento e essa cultura. Se você tiver uma empresa que está começando, aprenda a ter reuniões de feedback, pois isso vai trazer bons resultados para o negócio”, orientou.
Conceição ainda enfatizou que os gestores/empreendedores precisam saber a diferença de ser alguém com característica centralizadora e influenciadora e como isso pode afetar a escalabilidade de uma empresa. “Se você for uma pessoa centralizadora, não vai conseguir escalar o teu negócio a longo prazo, então, você tem que treinar pessoas e desenvolvê-las dentro do seu negócio, não sendo centralizador, mas sim influenciador”, finalizou o empresário.
*Artigo produzido pelo Papo Raiz – uma conversa descontraída e divertida sobre empreendedorismo e assuntos em alta na sociedade.