"No agronegócio, o Brasil tem potencial enorme para crescer em produção e tecnologia", afirma CEO do Canal Rural Sul

O potencial inovador, as tendências, as oportunidades e os desafios do agronegócio brasileiro foram alguns dos temas que o diretor-proprietário da afiliada Sul do Canal Rural, Giovani Ferreira, apresentou para lideranças empresariais na manhã desta quarta-feira (3) em encontro exclusivo promovido pelo GazzConecta na sede da Gazeta do Povo em Curitiba.

A palestra antecede o GazzSummit Agrotechs, evento inédito dedicado à discussão e promoção da inovação no agronegócio brasileiro que será realizado na capital paranaense no dia 15 de agosto, reunindo mais de 25 palestrantes em 12 horas de imersão com conteúdo especializado.

Ferreira é um dos nomes que farão parte do GazzSummit. No pré-evento esta quarta-feira, ele deu um amplo panorama sobre a atividade agrícola no país, destacando sua posição no mercado internacional como um dos principais exportadores de soja, milho e outros produtos.

Para ele, o Brasil é o grande player do agronegócio moderno devido à sua capacidade de atender à crescente demanda mundial por proteína animal, vegetal e energia verde. "O único bloco no mundo capaz de atender o crescimento dessa demanda é a América do Sul, liderada principalmente pelo Brasil. Nosso grande concorrente neste aspecto seria os Estados Unidos, mas ele está estagnado", disse.

Ele explica que, enquanto o Brasil tem potencial de crescimento, os Estados Unidos estão saindo do mercado de exportação devido à falta de área cultivável e ao aumento demanda interna. "Boa parte do que eles produzem está sendo revertida para o próprio consumo interno uma vez que a população cresce e faltam áreas para cultivar, para criar", pontuou.

"O Brasil tem, hoje, um potencial enorme para crescer em área produtiva e em tecnologia. Precisamos aumentar a nossa produtividade para que sejamos mais eficientes e competitivos. Ainda há espaço para isso. Hoje, estamos recuperando áreas degradadas, transformando pastagens extensivas em terras agrícolas produtivas, aumentando a produtividade da pecuária e liberando áreas para a agricultura para que possamos crescer em produção e atender essa demanda crescente de exportação. É por isso que falo que somos os maiores players do agronegócio do mundo", afirmou.

Apesar dos desafios relacionados ao desmatamento e questões ambientais, o Brasil tem implementado cada vez mais iniciativas para incentivar práticas agrícolas sustentáveis e proteção ambiental. Segundo o consultor, o país tem a legislação ambiental mais rigorosa do mundo. Isso significa que preservar é condição para produzir. "Preciso preservar solo, água e florestas para criar um ecossistema, um clima adequado para produzir, senão não produz. O produtor brasileiro é consciente", disse.

Ferreira destacou que a agricultura familiar é parte significativa da produção agropecuária nacional. Esses pequenos produtores geralmente adotam práticas agrícolas que estão mais em sintonia com o ambiente local, procurando reduzir os impactos ambientais que poderiam afetar recursos naturais essenciais, como água e biodiversidade, dos quais dependem para sua produção. "Fatores como esse fazem com que o Brasil consiga avançar em área produtiva e preservação do meio ambiente, respeitando a mais importante e rigorosa legislação ambiental do mundo", comentou.

Neste contexto, o avanço tecnológico tem papel fundamental, colaborando com soluções que ajudem a melhorar a produção e a mitigar riscos. "As startups e a tecnologia estão a favor do agronegócio, propondo melhores práticas agrícolas e usando dados para auxiliar a tomada de decisão a fim de tornar o negócio mais eficiente e competitivo. A inteligência artificial tem um papel muito importante nesse aspecto", disse.

Ferreira ainda destaca que, para garantir eficiência e sustentabilidade na produção agrícola, é essencial conectar diferentes elos da cadeia produtiva. "Para além da tecnologia, o que temos é um papel muito importante de conectar pessoas, conectar todos os elos da cadeia produtiva, conectar campo e cidade para que possamos fazer a lição de casa e sejamos, de fato, não apenas o maior provedor de alimento, segurança e abastecimento alimentar do mundo, mas que façamos isso com eficiência, com tecnologia, otimizando recursos, especialmente os naturais".