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Pelo sexto ano consecutivo, Curitiba integra a lista das 21 comunidades mais inteligentes do mundo, segundo o Intelligent Community Forum (ICF). Crédito: Daniel Castellano/SMCS.

Early stage

Venture capital: quem são e o que procuram os investidores de startups em Curitiba?

André Nunes
André Nunes
22/07/2024 17:55
De acordo com dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB) de Curitiba passou de R$ 87,7 bilhões, em 2017, para R$ 98 bilhões, em 2021. Esse desempenho posiciona a capital paranaense como o sexto maior PIB do país e o mais expressivo entre os estados da região Sul.
O município vem conquistando uma trajetória sólida de empreendedorismo desde os anos 1970, quando inaugurou a Cidade Industrial – que atraiu empresas para o entorno. Desde então, diversas ações ajudaram a tornar Curitiba uma cidade inteligente e atrativa para os investidores. Uma delas é o Vale do Pinhão, criado em 2017 como estratégia para formar um ecossistema de inovação e fortalecer a economia criativa e tecnológica. Hoje, a capital é referência em planejamento, urbanismo, prosperidade e negócios inovadores.
A Startup Genome incluiu Curitiba no Top Five Emerging Ecosystems da América Latina, além de considera-la umas das cidades mundiais a serem observadas como favoráveis a fintech (tecnologia para serviços financeiros). Já um estudo da StartupBlink, que mapeou a quantidade e qualidade das startups nas cidades brasileiras, considerou Curitiba uma das mais atrativas no ranking nacional. São mais de 600 empreendimentos desenvolvendo soluções inovadoras para produtos, serviços, entre outros segmentos.

O dinamismo das startups de Curitiba

Com um cenário favorável ao empreendedorismo e à inovação, não é de surpreender que a capital do Paraná seja foco de venture capital. Mas, afinal, quem são e o que procuram os investidores que apostam em startups curitibanas?
O sócio-fundador do Grupo Urso, Ricardo Urso, explica que há dois perfis de investidores explorando as oportunidades de negócios com startups: pessoas físicas (os chamados "anjos") e fundos de venture capital. “Ambos buscam empresas early stage, isto é, que estão em fase inicial de operação, mesmo que ainda seja apenas um projeto em Power Point. Na maioria das vezes, costumam investir em negócios em estágio tão inicial empresas das quais os fundadores já criaram uma startup e conseguiram ter êxito”, detalha.
Além das startups em fase embrionária, outro estágio comum é o Product-market Fit – quando possuem um pequeno time de desenvolvimento e atendimento ao cliente e estão testando o modelo de negócio para futura escalada. “Também há investidores que procuram empresas que já passaram por esses dois estágios iniciais e agora se preparam para ganhar mercado. Ou seja, já aprenderam com os primeiros clientes e estão prontos para crescer de forma exponencial”, acrescenta Urso.

Mercado mais cauteloso

É preciso observar que o mercado de venture capital desacelerou e passa por um momento de retomada – movimento observado não apenas em Curitiba, mas em todo o território nacional. “Os números do primeiro trimestre de 2024 estão um pouco melhores em relação ao mesmo período do ano passado, mas os investidores estão qualificando cada vez mais as teses e a busca por bons investimentos, optando por riscos menores. O processo está mais criterioso e, consequentemente, leva mais tempo para concluir o investimento”, explica Ricardo Urso.
“Isso não significa que as startups ‘perderam a vez’ no mercado. Uma dica para as empresas iniciantes é buscarem boas validações dos seus projetos, além de prepararem apresentações objetivas e atraentes para quando forem prospectar investimentos”, pontua.