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Resultado da fusão entre Growyx e 99hunters, Hunterhero une IA a uma rede global de headhunters para recrutamento mais assertivo. Crédito: Funtap.

IA e rede global de recrutadores

Hunterhero chega com solução inédita para transformar o mercado de recrutamento e seleção no Brasil

Fernando Henrique de Oliveira
Fernando Henrique de Oliveira
21/02/2025 13:03
Empresas estão contratando mais rápido do que nunca. Poucos mercados têm demonstrado um avanço tão rápido e abrangente da inteligência artificial quanto o de recursos humanos, especialmente no recrutamento e seleção. 
As ferramentas de IA já dominam o setor e são responsáveis pela agilidade na triagem de currículos, na análise de dados de candidatos e até nas entrevistas automatizadas - em plataformas como o LinkedIn, isso já é uma realidade. Além disso, a tecnologia ajuda na previsão de desempenho dos candidatos com base em suas principais competências, analisando dados históricos e tendências de mercado. É o "match" perfeito.
Contratar mais rápido, no entanto, não significa contratar da melhor forma. Quer dizer, embora a IA torne os processos mais ágeis, ela não elimina desafios maiores do setor. Apesar de o cenário atual parecer favorável à criação de novas oportunidades de trabalho, encontrar candidatos ideais para vagas ofertadas tem sido uma das dificuldades.
A última edição do Índice de Confiança Robert Half (ICRH), que analisa a percepção de profissionais, empresas e recrutadores em relação ao mercado, aponta que 18,8% das empresas  têm planos de ampliar as contratações nos próximos meses, enquanto 21,7% já consideram essa intenção alta ou muito alta.
No entanto, embora a perspectiva de demanda seja alta para este início de ano, recrutadores seguem com um dilema: encontrar os candidatos ideais para cada vaga. Realizado entre outubro e novembro de 2024, o levantamento revela que 84% dos responsáveis por contratação consideram difícil ou muito difícil encontrar profissionais qualificados. Além disso, 66,7% acreditam que esse cenário deve permanecer sem alteração nos próximos meses, enquanto 28,5% preveem que a dificuldade de contratação pode aumentar. 
Quanto aos candidatos, 60,1% dos profissionais empregados afirmam que conseguir um novo trabalho, atualmente, é um desafio - percentual que sobe para 73% entre os desempregados.
O desafio, portanto, não está apenas na existência de vagas e candidatos, mas na forma como empresas e talentos se conectam. O que falta para que esse “match” aconteça de maneira mais eficiente?

Mudanças no cenário de recrutamento

No cenário atual, o processo de recrutamento e seleção envolve, em sua maioria, a utilização de plataformas como LinkedIn e Gupy, que oferecem funcionalidades semelhantes a sistemas de rastreamento de candidatos, conhecidos como ATS (Applicant Tracking Systems). Essas ferramentas ajudam as empresas a gerenciar candidaturas, realizar triagens automatizadas e organizar informações sobre candidatos.
Apesar das inovações, o mercado enfrenta desafios na conexão entre empresas e talentos. Muitas vezes, a simples divulgação de vagas não é suficiente para atrair os profissionais ideais, uma vez que muitos candidatos qualificados nem sempre estão ativamente buscando novas oportunidades. Abordagens mais estratégicas para facilitar o “match” entre as demandas das empresas e as competências dos candidatos é uma necessidade, como aponta Felipe Mollica, fundador da 99hunters.
O empresário diz que, nos últimos anos, o processo de recrutamento e seleção passou por grandes mudanças, especialmente com a transformação digital acelerada pela pandemia. O mercado de tecnologia, especialmente, vivenciou uma intensa disputa por talentos. Embora os ATS tenham facilitado a busca por candidatos, isso não significa que as empresas estão contratando como esperavam. Por isso, Mollica defende que a eficiência na conexão entre empresas e talentos depende de uma abordagem mais proativa.
Desde o fim do ano passado, estamos vendo uma nova inversão. Se antes havia muitas vagas abertas e candidatos disponíveis, agora o cenário é outro: poucas pessoas estão disponíveis no mercado. Isso está se tornando uma tendência. O desemprego no Brasil está em queda, começando mais fortemente na base operacional, mas já avançando para outros níveis. Com isso, torna-se cada vez mais difícil fechar posições com bons profissionais apenas divulgando vagas
, conta Mollica.
Fundada em 2017, a 99hunters é um marketplace que conecta empresas a uma rede global de mais de 3 mil headhunters especializados, que fazem a busca ativa por profissionais qualificados, indo além dos ATS tradicionais. Em vez de esperar candidaturas, os recrutadores fazem buscas ativas e abordagens estratégicas para encontrar profissionais ideais.
Neste mês, a empresa se uniu à Growyx, startup criada em 2019 que usa inteligência artificial para agilizar o recrutamento e conectar empresas a talentos qualificados com foco no match cultural e comportamental. Desta fusão nasceu a HunterHero, que pretende se tornar a maior plataforma de sourcing ativo de candidatos no país.

Sourcing ativo e o aprimoramento do recrutamento tradicional

O sourcing ativo é uma estratégia de recrutamento que envolve a busca proativa de candidatos qualificados, combinando tecnologia e expertise humana. Ao invés de apenas esperar que os candidatos se candidatem a vagas, a prática permite que as empresas identifiquem e engajem talentos de forma mais eficiente. Nos Estados Unidos e na Europa, plataformas de busca ativa integram sistemas de rastreamento de candidatos (ATS) com o papel dos headhunters. É isso que a Hunterhero vem trazer ao mercado brasileiro.
Para João Paulo Araújo, cofundador da Growyx e CEO da Hunterhero, em um mercado competitivo, o sourcing ativo tem se mostrado cada mais essencial. “Esperar que os candidatos se inscrevam para determinada vaga já não é suficiente para suprir a demanda. Precisamos ser proativos na identificação e engajamento de talentos”, comenta.
Felipe Mollica, fundador da 99hunters, e João Paulo Araújo, cofundador da Growyx e CEO da Hunterhero. Crédito: Divulgação.
Felipe Mollica, fundador da 99hunters, e João Paulo Araújo, cofundador da Growyx e CEO da Hunterhero. Crédito: Divulgação.
A Hunterhero veio para preencher essa lacuna no mercado de recrutamento, segundo o CEO. A plataforma combina a tecnologia avançada da Growyx com a expertise da rede global de recrutadores da 99hunters para “transformar a forma como as empresas encontram talentos", ele diz.
"Com a nossa plataforma, conseguimos integrar o que há de melhor em inteligência artificial para fazer o match entre as expectativas das empresas e o perfil dos candidatos. Isso nos permite oferecer uma solução mais eficaz e assertiva", revela. Araújo.
A garantia de uma solução mais assertiva se deve, em parte, a toda inteligência desenvolvida pela Growyx ao longo dos anos. Inicialmente concebida como um sistema de rastreamento de candidatos voltado para profissionais freelancers, a startup evoluiu para se tornar uma solução robusta de recrutamento, integrando inteligência artificial para aprimorar a eficiência do processo. 
A empresa utiliza critérios de testes psicológicos aplicados pelo mercado de recrutamento, como o DISC, para criar perfis detalhados de candidatos, permitindo um melhor entendimento de suas características comportamentais e culturais. Com isso, a plataforma possibilita não só o “match” entre candidatos e empresas, mas também garante maior adequação das habilidades dos candidatos às vagas e, principalmente, o alinhamento com a cultura organizacional.
A outra parte da solução é, justamente, a base constituída de recrutadores da 99hunter, que busca não só preencher vagas, mas entender a cultura organizacional das empresas para a análise dos candidatos, garantindo que cada contratação contribua positivamente para este fim.
Somadas, as experiências das suas empresas permitem que o processo de recrutamento e seleção extrapole a simples definição da persona, ou seja, a representação detalhada do candidato ideal para uma vaga específica, algo que vai além das habilidades técnicas exigidas.
"Embora a definição de uma persona seja um passo fundamental no processo de recrutamento, estamos entregando uma maior assertividade para o mercado quando sabemos exatamente o que estamos buscando e direcionamos nossa inteligência artificial para encontrar candidatos que se encaixem perfeitamente ao perfil pretendido”, diz Mollica.

Serviço de assinatura e recrutamento otimizado

Ao apostar em uma solução, a Hunterhero busca conseguir otimizar o processo de recrutamento e proporcionar uma experiência aprimorada tanto para candidatos quanto para empresas. Assim, a empresa espera transformar a forma como o recrutamento é conduzido, garantindo que as melhores oportunidades sejam conectadas aos talentos certos.
E, para fazer isso, a empresa também aposta em um formato inédito de serviços por assinatura.
A Hunterhero é um produto muito sexy por ser assinatura, por ter um diferencial muito claro em relação aos concorrentes. Isso permite que empresas de todos os tamanhos tenham acesso a uma solução de recrutamento de alta qualidade, sem a necessidade de compromissos financeiros pesados
, aponta Araújo.
Com planos anuais e mensais a partir de R$ 990 reais, a Hunterhero disponibiliza shortlists (listas curtas) de candidatos para as empresas. As listas são criadas pela equipe de recrutadores da empresa com base na seleção criteriosa do sistema de busca por IA. 
Cada shortlist, que representa um crédito do serviço de assinatura, traz uma quantidade de candidatos que se encaixam nas personas definidas, o que aumenta as chances de encontrar a melhor opção para a vaga e o que otimiza todo o processo, segundo o CEO da Hunterhero.
De acordo com Mollica, o serviço de assinatura facilita o acesso à tecnologia e expertise em recrutamento, possibilitando que mais empresas se beneficiem da solução.
Estamos criando uma nova vertical de negócio dentro da área de RH, permitindo que as empresas escalem suas operações de recrutamento de forma mais eficiente
, diz o fundador da 99hunters.

Lideranças do agro e food no GazzSummit Agro e Foodtechs

O GazzSummit Agro e Foodtechs vem para ocupar um lugar de destaque nas discussões sobre inovação no agronegócio e no setor de food, conectando especialistas, empresas e startups para debater tendências, tecnologias e os principais desafios desses segmentos, fortalecendo o debate em torno da cadeia produtiva que leva os produtos do campo à mesa do consumidor.
Entre os palestrantes já confirmados estão Dilvo Grolli, presidente da Coopavel; Paulo Maximo, diretor de planejamento e operações de vendas LATAM da CNH Industrial; e Mirella Lisboa, head AgroStart LATAM da BASF. O evento também contará com três grandes nomes do setor supermercadista paranaense: Carlos Beal, sócio-proprietário do Festval; Everton Muffato, diretor do Super Muffato; e Pedro Joanir Zonta, fundador da Rede Condor e presidente do Grupo Zonta.
Promovido pelo GazzConecta, o GazzSummit mantém seu pioneirismo ao abordar, conjuntamente, o agro e o setor de food service, tendo as agrotechs e foodtechs como norteadoras das discussões.
Apresentado pela Gedisa, referência em geração distribuída de energia, e com o patrocínio da Urso Consultoria Empresarial, o GazzSummit será realizado nos dias 26 e 27 de março como parte do Smart City Expo Curitiba, segundo maior evento sobre cidades inteligentes do mundo. Os ingressos já estão disponíveis no site oficial do GazzSummit Agro e Foodtechs.