Os sócios da Grafin Partners: Leandro Fariello, Alisson Forti e Rodrigo Luchtenberg, ao lado dos fundadores as consultoria global especializada em fusões e aquisições (M&A, sigla em inglês para "Mergers and Acquisitions"), Luiz Bessa e Leandro Muniz. Crédito: Marcelo Andrade.
Evento da Grafin Partners reúne mais de 70 líderes para discutir estratégias para maximizar o valor das empresas
Bruno Raphael Müller
15/04/2025 12:55
Em um cenário empresarial dinâmico e em constante transformação, decisões estratégicas mostram-se cruciais para o sucesso e a expansão das companhias. Explorando essa temática, a Grafin Partners, em parceria com o GazzConecta, promoveram o evento "Decisões Estratégicas e Maximização do Valor de Empresas" na última sexta-feira (11), na sede da Gazeta do Povo em Curitiba (PR).
O encontro, que reuniu mais de 70 lideranças empresariais, foi conduzido por Leandro Muniz, sócio-fundador da Grafin Partners, e contou com a participação de grandes nomes como painelistas: Leandro Fariello, senior partner da Grafin em São Paulo, mentor no G4 Educação e Strategy Officer da Tembici; Ronaldo Gonzaga Pinto, empresário dos setores de construção civil e combustíveis; e Wolney Betiol, sócio-fundador da Synapse, plataforma de investimento em Venture Capital, e um dos fundadores da Bematech, com experiência em IPOs e fusões.
“De forma proposital, nós trouxemos três pessoas com trajetórias bem distintas. Como mediador, foi sensacional, pois as experiências do Ronaldo, Fariello e Wolney são sensacionais. Após o evento, os feedbacks que tivemos foram muito positivos”, comenta Leandro Muniz, que valorizou a experiência dos presentes.
Painel sobre decisões estratégicas e maximização do valor de empresas trouxe grandes lideranças, que apresentaram cases de sucesso de venda empresarial e investimentos. Crédito: Marcelo Andrade.
“Um fator comum entre pessoas e empresas de sucesso são os relacionamentos. E esse é um dos objetivos em promover eventos como este: construir e nutrir relacionamentos. Como o Wolney falou aqui, ele teve a oportunidade de fazer negócios com pessoas que ele conhecia há 30 anos, um relacionamento passado de geração em geração, atendendo posteriormente filhos e netos”, destaca.
Os participantes tiveram a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos sobre os diversos aspectos que envolvem decisões estratégicas, desde a avaliação de oportunidades de investimento e o timing ideal para vendas, até a relevância de uma governança corporativa robusta.
Wolney Betiol e Ronaldo Gonzaga compartilharam suas vivências acerca da importância da governança corporativa, especialmente em empresas familiares, e a visão de construir um negócio sem considerar uma venda no futuro. Betiol destacou a necessidade de harmonizar valores e direcionar a companhia, sobretudo em empresas com múltiplos sócios, visando evitar conflitos e assegurar o crescimento sustentável. Ele ilustrou como a governança, moldada pelos valores dos sócios e sua representação no conselho, é determinante para o êxito a longo prazo.
Wolney Betiol, sócio-fundador da Synapse, plataforma de investimento em Venture Capital, e um dos sócios-fundadores da Bematech, adquirida pela TOTVS, líder no mercado de tecnologia para gestão empresarial no Brasil. Crédito: Marcelo Andrade.
“O empreendedor tem que empreender e crescer sustentavelmente”, aconselhou Wolney. “Partindo desse pressuposto, não aconselho construir um negócio já pensando na venda. O foco deve estar em oferecer um bom atendimento e um produto de qualidade. Assim, o empreendedor constrói algo de valor - que, no futuro, pode até atrair oportunidades de venda”.
Ronaldo Gonzaga, por sua vez, relatou a transformação observada em uma de suas empresas após a implementação de políticas de governança. Ele enfatizou a importância de questionar e buscar apoio, em vez de simplesmente acatar decisões, e salientou os princípios de equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa. “É fundamental superar a concepção equivocada de que a governança é inacessível para pequenas e médias empresas”, ponderou. “A governança nos auxiliou a formalizar acordos societários, prevenir conflitos e otimizar a comunicação entre sócios e diretores”.
Ronaldo Gonzaga Pinto, empresário do setor de construção civil e combustíveis que realizou a venda das empresas Ravato Diesel em 2022 e da Ravato Distribuidora no início de 2025. Crédito: Marcelo Andrade.
O timing ideal para a venda
Wolney Betiol e Ronaldo Gonzaga apresentaram perspectivas distintas sobre o timing ideal para a venda de uma empresa. Betiol salientou que não existe um momento perfeito, ilustrando essa visão com a trajetória da Bematech, adquirida pela multinacional brasileira de software TOTVS em 2015, na qual cada etapa foi encarada como um processo de crescimento e expansão, não de venda. Ele ressaltou a importância do relacionamento com os sócios, comparando-o a um casamento, e a necessidade de alinhar uma visão de longo prazo para superar divergências.
Ronaldo Gonzaga compartilhou sua experiência com a venda de duas empresas de sua família no setor de combustíveis, destacando a importância do timing estratégico. Ele afirmou que o momento ideal para vender é quando a empresa está em seu auge, com boa lucratividade e equipe consolidada.
“O setor de combustíveis demanda alto investimento de capital e visão de longo prazo, e a governança corporativa, mais uma vez, desempenhou um papel crucial na adaptação do planejamento estratégico e na identificação de oportunidades de mercado”, relatou Gonzaga.
Leandro Muniz, sócio-fundador da Grafin Partners, mediador do painel. Crédito: Marcelo Andrade.
Ronaldo Gonzaga detalhou os processos de venda da Ravato Diesel e da Ravato Distribuidora. No primeiro caso, a empresa estava bem posicionada e atraiu concorrentes, resultando em uma transação bem-sucedida com a Grafin. No segundo caso, a privatização da refinaria próxima à Ravato Distribuidora gerou oportunidades e interesse de grandes players do mercado.
Para Leandro Fariello, hoje as possibilidades de atração de recursos são diversas. “Existem diversas fontes que o empreendedor e o empresário podem buscar”, disse. “O mais importante para o empreendedor é ter as opções e poder escolher qual que é a que melhor se encaixa com o momento da empresa dele. Talvez, naquele momento, a melhor opção seja o equity [capital próprio]; em outro, pode ser a dívida [recursos tomados por empréstimo, com obrigação de pagamento e juros]; e, depois, o fomento [apoio público ou de instituições de desenvolvimento]. Então, por isso é importante a figura do advisor financeiro para trazer para o empreendedor e para o empresário quais são as melhores fontes de recursos que estão disponíveis. No mundo agitado em que a gente vive, com as questões geopolíticas influenciando fortemente, é importante redobrar a análise”.
Leandro Fariello, Senior Partner da Grafin, Strategy Officer da Tembici e mentor de finanças na G4 Educação. Crédito: Marcelo Andrade.
O investimento em pessoas e em si mesmo como pilares
Ronaldo Gonzaga compartilhou que o sucesso de sua empresa, em um mercado competitivo dominado por grandes corporações, não se deve ao capital financeiro, mas sim ao valor das pessoas. “Ter equipes coesas e comprometidas, que priorizem as necessidades do cliente e busquem soluções incansavelmente, foi o que permitiu à minha empresa conquistar grandes contas, mesmo sem oferecer os menores preços do mercado”, afirmou ele, que também reforçou a importância de contar com uma assessoria jurídica de alta qualidade.
Wolney Betiol compartilhou sua trajetória desde a gestão de seus negócios até se tornar um investidor no universo dos fundos de venture capital.
Sócios da Grafin também deram suas perspectivas, após o evento, sobre os assuntos debatidos. Um deles foi Rodrigo Luchtenberg, que falou sobre a perspectiva para 2025. “Ao fazer um evento como esse, de valor estratégico, buscamos fornecer um ambiente onde eles conseguem entender um pouco dessa temática e, é claro, fazer conexões e abrir portas”, avaliou. “No fim do dia, os negócios são feitos por pessoas e para pessoas. E aí aqui se oportuniza conhecer mais pessoas para poder se aproximar delas, ter confiança e talvez começar a destravar valor a partir de algum tipo de estratégia de M&A”.
Leandro Fariello, Wolney Betiol e Ronaldo Gonzaga Pinto. Crédito: Marcelo Andrade.
Nesse sentido, avalia o também sócio-fundador da Grafin Luiz Bessa, o evento foi muito bem-sucedido. “Em termos de posicionamento, Curitiba tem ganho cada vez mais relevância no cenário econômico há alguns anos. Hoje, temos um nível de maturidade incrível entre os empresários e empreendedores. Dessa forma, conversas como a que tivemos aqui engrandecem e nos aproximam de um polo que se tornou referência nacional em negócios”, disse Bessa.
“Um pouco sobre esse evento foi sobre aprender com a história de quem já esteve lá, com seu case de sucesso, e traz um aprendizado que serve para empresas de setores completamente diferentes”, concluiu Alisson Forti, também sócio da Grafin Partners.