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Miguel Segundo, CEO da Gedisa Energia, apresentou panorama sobre o setor elétrico brasileiro no GazzSummit Agro e Foodtechs. Crédito: Inove.

Desafio energético

O impacto oculto da IA: tecnologia já consome mais energia elétrica do que países inteiros

Brenda Iung
Brenda Iung
28/03/2025 11:08
“Resuma este artigo”, “sugira receitas para um jantar entre amigos”, “resolva esta equação”. Parece que não, mas a cada vez que perguntas assim são feitas ao ChatGPT - chatbot desenvolvido pela OpenAI e a ferramenta de inteligência artificial generativa mais popular do mundo -, algo acontece no setor energético global: cada prompt é um ponto extra de sobrecarga no sistema, uma pequena fração de quilowatt-hora (kWh) adicionada ao sistema geral. É um “efeito borboleta”.
Parece alarmismo, mas não. No artigo The Obscene Energy Demands of A.I. (“As demandas obscenas de energia da inteligência artificial”), a jornalista e pesquisadora norte-americana Elizabeth Kolbert demonstra a urgência em debater soluções energéticas para viabilizar o uso de inteligência artificial a longo prazo.
No texto, publicado na revista The New Yorker, em março de 2024, Kolbert traz as perspectivas de Alex de Vries, especialista holandês em bitcoin, blockchain e inteligência artificial. Segundo ele, estima-se que, se o Google integrasse a I.A generativa a todas as pesquisas feitas nele, o uso de eletricidade da big tech aumentaria em 29 bilhões de quilowatts-hora ao ano - algo superior ao consumo anual de países como Quênia, Guatemala e Croácia.
Para o ChatGPT responder às mais de 200 milhões de solicitações diárias, meio milhão de quilowatts-hora de eletricidade são consumidos, segundo a jornalista que também indica o consumo médio diário de uma família nos EUA: 29 quilowatts-hora.
O tema, diz Kolbert, preocupa Sam Altman, CEO da OpenAI. Recentemente, ele sinalizou para a necessidade de o setor tecnológico considerar a demanda energética crescente, apontando, ainda, a necessidade de parcerias estratégicas com empresas de geração de energia para garantir o armazenamento do insumo em larga escala. Uma das soluções dadas por ele seria a energia solar, “radicalmente mais barata”, de acordo com o todo poderoso da IA.
Diante do avanço da inteligência artificial nas organizações e de seus possíveis impactos no consumo de energia, empresários e governantes brasileiros buscam soluções para garantir um desenvolvimento tecnológico sustentável. Esse tema foi destaque no painel 'Energia verde, conectividade e impacto: o Paraná na vanguarda sustentável', realizado nesta quarta-feira (26), no primeiro dia do GazzSummit Agro e Foodtechs, evento apresentado pela Gedisa Energia.
O painel contou com a participação de Miguel Segundo, CEO da Gedisa Energia, e Alex Canziani, secretário da Inovação do Paraná. A mediação ficou a cargo da consultora de inovação e diretora de projetos da Fundação da Universidade Federal do Paraná (FUNPAR), Cris Alessi.

Setor elétrico versus inteligência artificial

A Agência Internacional de Energia estima que, em 2022, os data centers - responsáveis por armazenar e processar dados - consumiram até 1,3% da eletricidade global. Até 2026, esse percentual pode chegar a 3%, e, em 2028, a projeção é de que o consumo triplique.
"À medida que o setor evolui, a necessidade de energia cresce exponencialmente. Precisamos de soluções inovadoras para sustentar esse avanço sem comprometer a sustentabilidade", destacou Miguel Segundo, CEO da Gedisa Energia. Durante o evento, ele também apresentou um painel exclusivo sobre o setor energético brasileiro e as soluções da empresa para impulsionar o mercado.
O Paraná tem a meta de se tornar uma referência nacional e global no desenvolvimento e uso de soluções em inteligência artificial, revelou Alex Canziani. Para isso, o estado, por meio do projeto HUBX IA, investirá R$ 15 milhões ao longo de cinco anos para impulsionar a adoção da tecnologia por empresas de todos os portes.
O secretário da Inovação do Paraná, Alex Canziani, e Miguel Segundo, CEO da Gedisa, no painel “Energia verde, conectividade e impacto: o Paraná na vanguarda sustentável”, realizado no primeiro dia de GazzSummit Agro e Foodtechs com mediação da consultora de inovação Cris Alessi. Crédito: Jean Arbaiter.
O secretário da Inovação do Paraná, Alex Canziani, e Miguel Segundo, CEO da Gedisa, no painel “Energia verde, conectividade e impacto: o Paraná na vanguarda sustentável”, realizado no primeiro dia de GazzSummit Agro e Foodtechs com mediação da consultora de inovação Cris Alessi. Crédito: Jean Arbaiter.
Para que os avanços tecnológicos se concretizem, a modernização do setor elétrico é essencial, defende Miguel Segundo. “Saímos de um cenário em que a energia elétrica era um monopólio. Nos últimos anos, essa realidade mudou significativamente, democratizando o acesso e dando mais poder ao consumidor”, destaca.
Essas mudanças garantem ao consumidor mais liberdade para definir prazos, níveis de consumo e custos da energia elétrica, além de possibilitar a geração própria ou o acesso a modelos alternativos. Com isso, explica Miguel Segundo, é possível reduzir a tarifa em até 24%, permitindo que esse valor seja reinvestido no crescimento dos negócios ou na adoção de soluções inteligentes.

Geração Distribuída (GD)

Miguel ainda reforça que a geração distribuída (GD) permite ao consumidor escolher uma fonte de energia mais sustentável e econômica. Diferente do modelo tradicional, em que a eletricidade percorre longas distâncias até chegar ao usuário final, a GD se baseia na produção descentralizada, conectando diretamente fontes renováveis, como solar e eólica, às redes de distribuição. Esse modelo reduz perdas no transporte de energia e incentiva a transição para uma matriz mais limpa.
Além do impacto ambiental positivo, a GD também se destaca pelos benefícios financeiros. Os consumidores podem obter descontos imediatos na tarifa de energia, sem a necessidade de grandes investimentos em infraestrutura. Isso ocorre porque a energia é gerada mais próxima do consumo e distribuída de forma mais eficiente, reduzindo custos operacionais e otimizando o uso da rede elétrica.
Outro fator que torna a GD mais econômica é a previsibilidade de custos. Com contratos de longo prazo e tarifas mais estáveis, empresas e residências evitam oscilações de preço no mercado energético. Para Miguel Segundo, essa previsibilidade, aliada à sustentabilidade, torna a GD uma solução estratégica para quem busca eficiência e economia sem abrir mão da responsabilidade ambiental. A Gedisa Energia é a maior empresa independente de Geração Distribuída do Brasil.

Democratizando o acesso à energia

A Gedisa Energia oferece um portfólio completo de soluções voltadas para benefícios elétricos, atendendo tanto consumidores residenciais quanto empresariais. Com sete anos de experiência e mais de 10 mil clientes atendidos, a empresa tem como objetivo democratizar o acesso às vantagens energéticas, oferecendo economia sustentável.
A empresa apresenta o GazzSummit Agro e Foodtechs, um dos principais fóruns sobre inovação no agronegócio e no mercado de alimentos do Sul do Brasil. O evento foi realizado nos dias 26 e 27 de março na Ligga Arena, dentro do Smart City Expo Curitiba, reunindo especialistas, empresas e líderes do setor para discutir as tendências que moldam o futuro desses setores.
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