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Projeto mindfullness

Por que startups de saúde mental estão na mira dos maiores fundos de investimento do país

Patrícia Basilio, especial para Gazeta do Povo
22/01/2020 19:12
Após um 2019 marcado por virtuosos investimentos em startups, novos negócios ligados à saúde mental entram no foco da Redpoint eventures. No Cubo Mental Health, evento que ocorreu no Cubo Itaú, maior hub de inovação da América Latina, nesta terça-feira (21), Romero Rodrigues, sócio-fundador do fundo, afirmou que realizou um projeto sobre a crescente demanda dos brasileiros por terapia, apesar da má distribuição geográfica de psicólogos qualificados no país. “Analisamos de que forma a tecnologia poderia resolver esse problema e fomos buscar empresas disponíveis no mercado”, disse.
Dados da
OMS (Organização Mundial da Saúde) corroboram a teoria de Rodrigues. No Brasil,
a depressão atinge 5,8% da população — taxa que
está acima de média global (4,4%). Estimativas mostram que 2 milhões de casos
sejam diagnosticados por ano no país. No mundo, a OMS aponta que, pelo menos,
30% da população deve enfrentar algum episódio de depressão ao longo da vida.
O primeiro passo do projeto “mindfullness” da Redpoint foi dado recentemente. Em novembro do ano passado, o fundo de venture capital investiu R$ 4,5 milhões na Vittude, que conecta psicólogos a pacientes. Entre os clientes da startup estão a Resultados Digitais, Rappi e Creditas.
A
experiência de vida dos fundadores da Redpoint também conta pontos a favor de
healthtechs que pleiteiam investimentos no país. Rodrigues contou que ele mesmo
teve de fazer terapia, principalmente quando esteve à frente do Buscapé,
empresa de tecnologia que fundou em 1998 e vendeu em 2009. “Comecei muito
jovem; tinha acabado de largar a faculdade de engenharia. Sentia uma mistura de
paranoia com resiliência ao administrar o negócio com aquela idade. E quando a
startup cresceu, não consegui transmitir a cultura do negócio à toda equipe”, relembrou.
De acordo
com o empreendedor, a Redpoint está em busca de projetos que gerem mais
qualidade de vida à sociedade e rendimento financeiro aos stakelholders.
“Investimos em 20 empresas sabendo que, pelo menos, um terço delas vai morrer.
No mercado de VC, ou você ganha muito dinheiro ou perde tudo”, comparou.
Engenheiro da computação, Manoel Lemos concorda com Rodrigues, seu sócio na Redpoint: “Investimos no que queremos ver mais no mundo. E queremos um mundo mais saudável e equilibrado.”