A clássica música de Gil Scott-Heron já dizia: Revolution Will Not Be Televised (A Revolução Não Será Televisionada). Quando paramos para analisar algumas das principais revoluções pelas quais nossa sociedade passou nas últimas décadas, principalmente as tecnológicas, eu tenho que concordar com Gil.
Não que exista algo fundamentalmente errado com a mídia mainstream. Acredito que seja uma questão de foco. A mídia tradicional está muito focada em falar sobre as instituições analógicas e os modelos que governaram o mundo no último século. A internet começou como uma grande revolução silenciosa até ter tamanho o suficiente para chamar a atenção de todos. O mesmo aconteceu com os smartphones.
E mesmo quando essas revoluções silenciosas conseguem romper essa barreira e chegar até estes veículos, é bem possível que alguns dos especialistas não compreendam tão bem a tecnologia sobre a qual estão falando. Foi o que aconteceu bastante nos anos 90, com especialistas de veículos tradicionais dizendo, por exemplo, que a internet jamais se tornaria popular e que era loucura imaginar que um dia compraríamos coisas online.
Fiz questão de inserir a palavra “retumbante” no título deste artigo, por mais contraintuitivo que possa parecer ela estar junto à palavra silenciosa.
A internet e os smartphones foram revoluções silenciosas do ponto de vista de 99% da população, pois pouquíssimas pessoas estavam prestando atenção. Contudo, elas foram retumbantes do ponto de vista de impacto, desde o início. Mesmo quando apenas uma parcela mínima da população sabia e utilizava essas tecnologias, elas já eram imensamente impactantes.
E você pode apostar que existem milhares de revoluções silenciosas acontecendo neste exato momento, em diversas partes do mundo.
Revoluções na biotecnologia, no sistema financeiro, no entretenimento. Em qualquer esfera da sociedade, sempre teremos centenas de iniciativas sendo criadas por milhares de pessoas tentando resolver alguns dos problemas mais profundos da nossa sociedade. Mas, novamente, boa parte dessas revoluções não serão televisionadas, pelo menos não no curto prazo.
E qual a vantagem de ser capaz de perceber essas revoluções silenciosas antes da maioria? Como dizem alguns: quem chega antes, bebe água limpa.
Ser um early-adopter pode fazer bastante diferença se você é um empreendedor, pois pode posicionar sua empresa em um mercado ainda não conhecido pela maioria, mas que será grande no futuro. Contudo, você não precisa ser um empreendedor para conseguir aproveitar essas revoluções.
Se você é um profissional, estar por dentro desses movimentos tecnológicos que ainda não chegaram no mainstream pode fazer bastante diferença: quando as empresas estiverem começando a prestar atenção naquele mercado, você já estará dentro dele há anos. E isso, em tempos de mudanças aceleradas, pode fazer toda a diferença no próximo estágio da sua carreira, na sua próxima promoção, ou até mesmo na sua empregabilidade.