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Mesmo que seu negócio não tenha os recursos de uma gigante da tecnologia, se pergunte sempre quais pequenos passos você pode dar para conseguir, aos poucos, abraçar macrotendências. Assim, elas começarão a entrar no dia a dia da empresa, em vez de parecerem apenas palavras da moda que saem toda hora em sites ou publicações.

Allan Costa

Allan Costa

Allan Costa é empreendedor, investidor-anjo, mentor, escritor, motociclista e palestrante em dois TEDx e em mais de 100 eventos por ano. Co-fundador do AAA Inovação, da Curitiba Angels e Diretor de Inovação da ISH Tecnologia. Mestre pela FGV e pela Lancaster University (UK), e AMP pela Harvard Business School.

Planejamento para 2021

Siga as macrotendências, mas ignore as previsões a respeito delas

05/01/2021 09:00
O problema de editoriais que tentam
especificar tendências para o ano que se segue é que muitos deles acabam caindo
em extremos: ou são genéricos ou são específicos demais.
São genéricos ao listarem coisas como
inteligência artificial, personalização e realidade virtual. Sim,
palavras-chaves e tecnologias como essas são importantes para o mundo dos
negócios, mas como elas se convertem em ações práticas?
No outro extremo, temos as previsões
um tanto específicas, em que especialistas buscam elucidar como uma tecnologia
ou um comportamento irão vigorar a partir de uma determinada data. Penso que o
ano de 2020 é uma prova de que esse tipo de previsão tão específica é, no mínimo,
ingênua.
Existem macrotendências que irão
afetar os negócios e as carreiras nos próximos 10 anos. E, sim, sabemos que a
personalização é uma grande tendência para os próximos anos, e que empresas
como Netflix, Spotify e Amazon são gigantes que a utilizam como um ativo
estratégico poderoso de diferenciação. Mas, não podemos apenas ler a respeito
do tema, e não descobrir como aplicá-lo.
Mesmo que seu negócio não tenha os recursos de uma gigante da tecnologia, se pergunte sempre quais pequenos passos você pode dar para conseguir, aos poucos, abraçar macrotendências. Assim, elas começarão a entrar no dia a dia da empresa, em vez de parecerem apenas palavras da moda que saem toda hora em sites ou publicações.
Da mesma forma, é importante entender que boa parte das previsões, no final das contas, está errada ou fora de timing. Por isso, é perigoso querer apostar todas as fichas que uma determinada tendência irá crescer exponencialmente no próximo ano. Desde 2015, especialistas e publicações afirmam todos os anos que “este será o ano da realidade virtual”.
Estar preparado para as tendências é
mais importante do que tentar acertá-las, definitivamente. Quando vislumbrar os
próximos 10 anos da sua carreira ou empresa, pense que boa parte das
macrotendências provavelmente estará certa, mas é bem provável que a maioria
das previsões mais específicas de quando e como elas irão acontecer estará
errada.
Faça pequenos testes ao longo do tempo. Para que, quando o timing correto dessas macrotendências realmente chegar, sua empresa e você estejam prontos, sem a necessidade de ficar tentando - de forma improdutiva - prever o futuro.