No ano retrasado, fiz uma viagem de moto na África, passando pela África do Sul, Namíbia e Botsuana. Atravessamos o deserto do Kalahari e, como você pode imaginar, a estrada não era exatamente um tapete vermelho, e as condições gerais não eram as melhores, o que certamente adicionava um certo risco a tudo.
Antes de irmos, parei para estudar o roteiro e o primeiro sentimento que tive não foi medo - foi pânico. Eu tinha certeza de que iria morrer, até porque sabia que não tinha a habilidade ou o conhecimento necessários para pilotar em um ambiente daquelas condições. Dito isso, só havia dois caminhos possíveis: desistir da viagem e fazer outra coisa ou me preparar o máximo possível para enfrentar o deserto do Kalahari.
Bem, como você deve ter notado, eu não só fiz a viagem como não morri. Em vez de desistir, decidi me preparar. Estudei tudo o que havia para ser estudado sobre o trajeto, pesquisei relatos de outros pilotos e, obviamente, foquei na prática: fiz aulas de pilotagem com Jean Azevedo, heptacampeão do Rally dos Sertões.
Ainda assim, sempre há um perigo real nesse tipo de aventura e, por mais conhecimento teórico e prático que se acumule, você só vai saber o que vai acontecer quando estiver ali. E lá estava eu, no meio do deserto, enfrentando terra, pedras, sol, buracos na estrada e pilotando em um terreno extremamente instável.
O curioso sobre andar em terrenos muito instáveis é o seguinte: se você anda devagar demais, a moto perde estabilidade e o risco de queda aumenta consideravelmente. Em compensação, quanto mais rápido você anda, apesar de a moto ganhar estabilidade, as chances de ferimentos graves em caso de queda também aumentam significativamente.
Então, o que fazer?
A verdade é que o risco da queda sempre existirá em qualquer situação. A questão é: quais ações são possíveis para evitá-la ou minimizar os danos caso ocorra? E, principalmente, qual o preço você está disposto a pagar?
Apesar de parecer um paradoxo, essa situação se aplica a vários outros momentos da nossa vida, incluindo, naturalmente, o ambiente corporativo. O segredo é que não existe segredo. É preciso aprender a negociar com o risco. E isso inclui fazer a si mesmo perguntas desconfortáveis para tomar decisões menos piores em uma situação de estresse. Por exemplo: ninguém quer cair, mas se for para cair, há maneiras de cair que reduzem o impacto. Como você prefere cair?
No fim das contas, não há garantia de nada - tudo se resume a uma questão de escolha.
Você pode pensar que evitar riscos é uma opção melhor. E talvez seja, em algumas situações. Mas qual é o risco de não assumir risco nenhum? Em outras palavras: qual é o risco de não tomar decisão alguma? Daqui a um ano, dois anos ou dez anos, você estará mais feliz ou satisfeito por não ter assumido um determinado risco que se apresentou agora?
A ideia de viver eternamente na zona de conforto é ilusória. Toda decisão gera uma consequência inevitável - inclusive a decisão de não decidir.
Trocar ou não de emprego, casar ou pedir o divórcio, ter ou não um filho, expandir ou não o negócio, abrir mais uma filial ou não, aumentar a equipe ou manter como está, viajar de moto pelo deserto do Kalahari ou desistir. Enfim, toda escolha tem um preço - inclusive a escolha de não escolher.
A pergunta, então, é: qual preço você prefere pagar?
Lideranças do agro e food no GazzSummit Agro e Foodtechs
O GazzSummit Agro e Foodtechs vem para ocupar um lugar de destaque nas discussões sobre inovação no agronegócio e no setor de food, conectando especialistas, empresas e startups para debater tendências, tecnologias e os principais desafios desses segmentos, fortalecendo o debate em torno da cadeia produtiva que leva os produtos do campo à mesa do consumidor.
Entre os palestrantes confirmados estão Dilvo Grolli, presidente da Coopavel; Paulo Maximo, diretor de planejamento e operações de vendas LATAM da CNH Industrial; Mirella Lisboa, head AgroStart LATAM da BASF; Pedro Henrique Ferroni, sócio-diretor da gestora de investimentos Quartzo Capital; Rafael Malacco, gerente de novos negócios da Syngenta Digital; Claudio Nessralla, sócio e head equities da Ceres Investimentos; Giovani Ferreira, diretor-proprietário da afiliada Sul do Canal Rural; Michell Longhi, gerente executivo de arquitetura tech e Digital Lab da BRF; Paula Packer, head de sustentabilidade da Embrapa e gestora do Agnest; Santiago Franco, CEO da Cibra Fertilizantes; Luciana Florêncio de Almeida, membro do Conselho Consultivo da ABMRA e professora da ESPM; e Alex Canziani, secretário da inovação, modernização e transformação digital do Paraná.
O evento também contará com três grandes nomes do setor supermercadista paranaense: Carlos Beal, sócio-proprietário do Festval; Everton Muffato, diretor do Super Muffato; e Pedro Joanir Zonta, fundador da Rede Condor e presidente do Grupo Zonta.
Promovido pelo
GazzConecta, o GazzSummit mantém seu pioneirismo ao abordar, conjuntamente, o agro e o setor de food service, tendo as agrotechs e foodtechs como norteadoras das discussões.
Apresentado pela
Gedisa, referência em geração distribuída de energia, e com o patrocínio da
ESPM,
Jarilo e
Urso Consultoria Empresarial, o GazzSummit será realizado nos dias
26 e 27 de março como parte do
Smart City Expo Curitiba, segundo maior evento sobre cidades inteligentes do mundo.
Os ingressos já estão disponíveis no site oficial do GazzSummit Agro e Foodtechs.