Estamos em um poderoso ponto de virada em que a inteligência artificial está invadindo aplicações do nosso dia a dia e, mais do que isso, tornando-se cada vez mais acessível para usuários de pequenas e médias empresas, diferente do que acontecia até agora, sendo quase exclusiva a grandes corporações com orçamentos bilionários.
Como toda revolução tecnológica, temos muita confusão à frente antes que aprendamos a usar essas aplicações da melhor forma. A internet nos trouxe uma infinidade de conteúdos e respostas a serem acessados a poucos cliques. Agora, com as inteligências artificiais generativas, isso será levado a um novo extremo.
Na minha visão, “Eu não sei” será uma das expressões mais importantes deste século.
Pode parecer contraintuitivo, mas pense comigo: em um mundo de possibilidades quase infinitas, onde praticamente qualquer tipo de informação estará disponível em poucos segundos, falar “Eu não sei” será como um grande exercício de humildade. O poder da internet - e agora, das IAs - de nos fornecer qualquer tipo de informação facilmente pode nos dar a falsa sensação de que realmente sabemos muito mais do que sabemos sobre aquilo que estamos consumindo.
Em um mundo em que “especialistas” em qualquer coisa surgem a cada segundo - mesmo sem nunca terem executado nada daquilo que pregam - ser capaz de reconhecer que você não sabe de alguma coisa será um grande diferencial competitivo.
É óbvio que apenas reconhecer não é suficiente.
Eu vejo o “Eu não sei” como o início de algo maior. A humildade necessária para reconhecer que não se sabe de algo deve estar aliada a um desejo profundo de mudar essa situação, se for conveniente.
No mundo dominado pelas IAs generativas, as perguntas serão cada vez mais importantes. Mais do que isso, aprender como perguntar será uma habilidade extremamente valiosa, já que esse tipo de tecnologia é programada para lhe dar uma resposta, independente do que ela realmente acha daquilo ou do quanto ela sabe. Isso pode ser uma armadilha gigantesca se não soubermos o porquê de estarmos fazendo aquelas perguntas e como fazê-las para que tenhamos as respostas de que precisamos.
Essa é uma prática que tenho feito nos últimos anos. Veja, quando se é um palestrante e visto como uma autoridade em determinada área, muitas pessoas querem ouvir sua opinião sobre praticamente tudo. Não caia nessa armadilha.
Dizer um “Eu não sei”, em alto em bom som, é libertador.