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Allan Costa

Allan Costa

Allan Costa é empreendedor, investidor-anjo, mentor, escritor, motociclista e palestrante em dois TEDx e em mais de 100 eventos por ano. Co-fundador do AAA Inovação, da Curitiba Angels e Diretor de Inovação da ISH Tecnologia. Mestre pela FGV e pela Lancaster University (UK), e AMP pela Harvard Business School.

Como a Ethereum deve revolucionar a internet do futuro

28/12/2021 12:00
Se fosse uma empresa, a Ethereum, a segunda maior blockchain do mundo em valor de mercado - atrás apenas do Bitcoin - seria hoje a maior empresa da Europa, com um valor de mercado de aproximadamente 454 bilhões de dólares. Para efeito de comparação, isso é mais de seis vezes o valor da maior empresa do Brasil, a Vale. Mas o que é, afinal, a Ethereum?
Desenvolvida em 2014 por um grupo de jovens programadores geniais, sendo o mais famoso deles o russo-canadense Vitalik Buterin, a Ethereum é uma blockchain desenvolvida para ser uma espécie de plataforma para criação de aplicações baseadas em smart contracts. Contratos inteligentes são programas armazenados em um blockchain, programados para executar determinadas ações quando condições predeterminadas forem atendidas. Esses contratos são a base de diversas outras tecnologias em ascensão, como NFTs (Non-Fungible Tokens) ou DeFi (Decentralized Finance).
Em aproximadamente 8 anos, a Ethereum saiu do absoluto zero para se tornar uma das plataformas mais inovadoras do mundo, atraindo novos negócios e desenvolvedores talentosos para dentro de seu ecossistema.
É comum muitas pessoas compararem a Ethereum com o rei das moedas digitais, o Bitcoin. Do ponto de vista de investimento, essa pode ser uma comparação justa, já que ambas podem competir por parte da alocação de recursos de um indivíduo. Contudo, do ponto de vista de usabilidade e filosofia por trás das tecnologias, existem diferenças importantes.
O Bitcoin foi criado para ser uma reserva de valor imutável. Uma espécie de ouro digital. O Ethereum, por outro lado, foi criado muito mais como uma plataforma para que outras pessoas desenvolvam aplicações se utilizando de sua infraestrutura. Se o Bitcoin é o ouro, o Ethereum poderia ser visto como o ferro.
Em outros artigos mencionei como a ascensão da Web 3.0 é uma das grandes tendências para esta próxima década. A Ethereum, ao que tudo indica, pode se tornar uma das plataformas-base para o desenvolvimento desta nova internet, muito mais descentralizada e interoperável. Qualquer pessoa pode criar aplicações com a rede da Ethereum. Qualquer pessoa pode ter uma carteira virtual e enviar e receber tokens através da internet, utilizando a rede da Ethereum, sem que precise de autorização prévia de ninguém e com risco quase zero de censura por parte de governos autoritários.
Existe muita especulação sem nenhum sentido neste mercado? Com certeza. Existem muitos golpes? Sim, isso é inegável. Da mesma forma como aconteceu com a internet nos anos 90, existem bolhas e números que muitas vezes podem não fazer sentido. Contudo, assim como a internet teve - e ainda tem - seus momentos de euforia desenfreada, mas se provou como uma tecnologia revolucionária, o mesmo pode acabar acontecendo com a Ethereum. Isso não quer dizer que ela ainda não precisa se provar. Os problemas de taxas altas e escalabilidade da rede são conhecidos, o que ainda deixa de fora milhões ou bilhões de usuários. Mesmo assim, a tendência é que essas barreiras de entrada diminuam ao longo do tempo.
Você se lembra da velocidade de conexão e da experiência do usuário lá no início da internet? Não era nada como é hoje.
Hoje, quis trazer apenas uma introdução ao assunto. Em artigos futuros abordarei com mais profundidade e de forma mais prática como tecnologias como essa podem revolucionar a internet. Se você se interessa pelo futuro da internet e quer saber para onde ela vai, ficar de olho em plataformas como a Ethereum pode trazer indicativos muito importantes.