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Cibersegurança: o grande gap e a grande oportunidade para o Brasil

Allan Costa

Allan Costa

Allan Costa é empreendedor, investidor-anjo, mentor, escritor, motociclista e palestrante em dois TEDx e em mais de 100 eventos por ano. Co-fundador do AAA Inovação, da Curitiba Angels e Diretor de Inovação da ISH Tecnologia. Mestre pela FGV e pela Lancaster University (UK), e AMP pela Harvard Business School.

Riscos cibernéticos

Cibersegurança: o grande gap – e a grande oportunidade – para o Brasil

11/01/2022 12:00
O Brasil é um dos maiores mercados digitais do mundo. Movimentamos bilhões em redes sociais, e-commerce, streaming, jogos, software-as-a-service e muitas outras áreas. Isso é ótimo para a inclusão de milhões de pessoas na nova economia digital, que se baseia muito mais em bits do que em indústrias mais tradicionais e commodities, que sempre foram nosso carro-chefe.
Toda essa presença digital, contudo, não vem sem suas consequências ruins. Mesmo sendo um dos países mais presentes em mídias sociais e outras plataformas digitais, somos o 42º lugar - dentre 50 países avaliados - dentre as nações em nível de conhecimento de suas populações sobre riscos cibernéticos.
Isso é um prato cheio para ataques cibernéticos. Segundo a PwC Digital Trust Insights 2022, aproximadamente 83% das empresas no Brasil devem aumentar seus investimentos em segurança cibernética ainda em 2022. Essa preocupação, que já era crescente, se acentuou ainda mais com a pandemia.
Como já era de se imaginar, essa falta de conhecimento da população em geral sobre riscos cibernéticos se reflete na formação de profissionais. Segundo a consultoria ISC2, em 2020 o Brasil tinha mais de 636 mil profissionais na área de cibersegurança, mas precisaria de pelo menos mais 330 mil. Temos um gap gigantesco a ser preenchido. Mas gosto de ver isso também como uma grande oportunidade.
Apesar da falta de profissionais, o Brasil pode estar muito bem posicionado para se tornar uma referência em cibersegurança, assim como temos nos tornado referência em outras áreas, como e-commerce, redes sociais e creator’s economy.
Sim, ainda falta bastante educação tecnológica por aqui, mas temos uma população enorme, um ambiente de negócios baseados em tecnologia cada vez mais forte e uma das populações mais digitalmente ativas do mundo. Poucos países podem estar tão bem posicionados assim, ainda mais se considerarmos os em desenvolvimento - Índia, México e Nigéria são alguns dos que vêm à minha cabeça, e que ainda estão passos atrás do Brasil nesta área.
Essa conjunção de fatores faz com que tenhamos em nossas mãos a oportunidade de construirmos bases sólidas para nos transformarmos em uma das nações mais importantes do mundo em termos de cibersegurança.
Resta saber se saberemos aproveitar essa grande oportunidade ou - como fizemos várias vezes no passado - deixaremos mais essa passar.