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Enquanto ferramentas como o ChatGPT – e este mercado como um todo – ainda buscar consolidação, é bom criar algumas formas de não cair em conversa mole.

Allan Costa

Allan Costa

Allan Costa é empreendedor, investidor-anjo, mentor, escritor, motociclista e palestrante em dois TEDx e em mais de 100 eventos por ano. Co-fundador do AAA Inovação, da Curitiba Angels e Diretor de Inovação da ISH Tecnologia. Mestre pela FGV e pela Lancaster University (UK), e AMP pela Harvard Business School.

Inteligência artificial

ChatGPT: o que é revolução e o que é balela

21/06/2023 21:34
Passados poucos meses do lançamento do ChatGPT, a plataforma de chat da OpenAI, temos uma boa visão de para onde o mercado de Inteligência Artificial está indo. Os movimentos da OpenAI e da Microsoft - que possui uma grande participação na empresa - fez gigantes como a Google acenderem um sinal de alerta. Outras gigantes, como Salesforce, introduziram suas próprias soluções de IA integradas ao seu ecossistema.
É claro que, como acontece com toda nova tecnologia, surgiu também muita balela. Desde experts em Inteligência Artificial - que simplesmente brotaram do nada - até muita gente falando sobre “como ficar rico usando ChatGPT”. É besteira atrás de besteira.
Enquanto essas ferramentas e este mercado como um todo ainda buscar consolidação, é bom criar algumas formas de não cair nesse tipo de conversa mole. Se algum expert em Inteligência Artificial lhe oferecer algo - para você ou para sua empresa -, desconfie. Busque saber o track record daquela pessoa. Há quanto tempo ela está trabalhando com esta tecnologia? Em quantos projetos de IA ela realmente trabalhou?
Nem faça essas perguntas se a pessoa está falando em “fique rico com ChatGPT” ou algo assim. A única pessoa rica nessa história será ela mesma, lhe vendendo esta ideia.
Isso significa que o ChatGPT - e Inteligência Artificial em geral - são apenas ferramentas para golpes de espertalhões? Longe disso. Já falei isso em artigos anteriores e volto a repetir: a IA é uma das tecnologias mais revolucionárias da história. Assim como a internet, ela irá mudar fundamentalmente como nos relacionamos e fazemos negócios - e, é claro, trazer muitos picaretas no meio do caminho.
Existe, sim, uma revolução em andamento. No caso do ChatGPT, usuários estão usando as mais diversas formas, seja para reescrever textos, buscar informações ou ajudar na tutoria para determinados aprendizados. É como uma evolução na forma como buscamos e sintetizamos informações, após décadas de dominância de ferramentas de busca, que reinaram praticamente sem concorrentes.
Esse tipo de ferramenta é, no fim do dia, uma ferramenta de produtividade. Se usadas da forma correta, elas podem lhe fazer economizar horas de trabalho todos os meses com tarefas que, agora, podem ser automatizadas.
Obviamente, nunca podemos confiar cegamente neste tipo de tecnologia. Da mesma forma como utilizar cegamente mídias sociais ou smartphones pode ser prejudicial, confiar sem questionar em inteligências artificiais pode causar danos, como no caso do advogado de Nova Iorque que buscou referências de casos e, sem checar as fontes trazidas pelo ChatGPT, as incorporou no processo. Apenas na corte foi descoberto que nenhum dos casos que a ferramenta listou era real.
Da próxima vez que você se deparar com um guru ou alguém tentando lhe vender alguma coisa relacionada a ChatGPT, desconfie. A desconfiança, nesse caso, deve estar focada na pessoa, não na plataforma.
Comece a utilizar não apenas ela, mas todas as plataformas de Inteligência Artificial nas quais você puder colocar as mãos. Esse tipo de habilidade, assim como aconteceu com a internet e as mídias sociais, trará diversas oportunidades para aqueles que souberem como dominar as plataformas e ferramentas, ao invés de ser dominado por elas.