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A Verdade sobre o Quiet Quitting

Allan Costa

Allan Costa

Allan Costa é empreendedor, investidor-anjo, mentor, escritor, motociclista e palestrante em dois TEDx e em mais de 100 eventos por ano. Co-fundador do AAA Inovação, da Curitiba Angels e Diretor de Inovação da ISH Tecnologia. Mestre pela FGV e pela Lancaster University (UK), e AMP pela Harvard Business School.

Quiet Quitting

A Verdade sobre o Quiet Quitting

13/09/2022 16:53
De tempos em tempos, novas palavras da moda aparecem no mundo dos negócios. Já tivemos Growth Hacking e Great Resignation. Agora, temos o Quiet Quitting. Este é um fenômeno que começou a aparecer com mais força do ano passado para cá e tem chamado a atenção de profissionais e gestores ao redor do mundo.
O termo significa o ato de os profissionais fazerem o mínimo necessário no trabalho, ao contrário da mentalidade amplamente difundida de trabalhar duro, muitas vezes até tarde, e buscar sempre mais.
Segundo especialistas, o fenômeno do Quiet Quitting não é novo - apesar do termo ser - e está ligado à baixa satisfação que muitos profissionais têm com seus empregos atuais.
Entendo perfeitamente o fato de que muitas pessoas não se sentem felizes em seus trabalhos e, portanto, acabam não performando tão bem quanto poderiam. Contudo, é preciso colocar os pingos nos i’s e ser claro: as regras do trabalho duro, sinto dizer, permanecem as mesmas.
Existe sim um movimento em alta de que precisamos prestar mais atenção ao equilíbrio entre vida profissional e vida pessoal - o que já defendi, neste mesmo espaço, que pode ser uma armadilha: a vida é desequilíbrio! Buscar o equilíbrio perfeito das mídias sociais é perseguir o inatingível e serve apenas como fonte de ansiedade e frustração. Claro que, tanto quanto possível, é preciso encontrar espaço para trabalho, família, atividade física, cuidar da saúde, lazer, relações sociais. Mas, especialmente nas fases iniciais da carreira, é natural que existam desequilíbrios temporários, e isso não pode - e não deve - ser fonte de ansiedade. Além disso, a insatisfação no trabalho não é algo novo. As novas gerações parecem ser extremamente talentosas em criar nomes novos para fenômenos que já existem há décadas - sempre postando tudo nas mídias sociais, criando uma permanente espetacularização.
Fato é: se você quer ser um profissional reconhecido e quer galgar altos cargos e resultados acima da média, construindo uma carreira de sucesso, não existe termo da moda que substitua o bom e velho “baixar a cabeça e trabalhar”. Você provavelmente passará alguns anos sem tanto equilíbrio entre vida profissional e pessoal. Você precisará fazer horas-extra. Você precisará passar por diversos perrengues. Mas, infelizmente, essa é uma estrada sem atalhos.
Por vezes, tenho a sensação de que existe uma tendência cada vez mais recorrente entre boa parte dos profissionais chegando ao mercado de trabalho de romantizar tudo, ao invés de encarar a dura realidade.
Mesmo para pessoas altamente realizadas profissionalmente - eu, incluso - eu diria que 80% do tempo não tem nada de glamour. É pancada atrás de pancada e dor de cabeça atrás de dor de cabeça.
Contudo, quem quer construir grandes coisas - o que muitas vezes chamo de legado - e se tornar um profissional realmente desejado pelo mercado, precisa ir além. É preciso fazer mais. É preciso entregar mais do que foi pedido. Não importa o termo da moda ou o mundo de fantasia disseminado nas mídias sociais. Trabalho duro continua sendo trabalho duro. E isso continuará sendo verdade por muito tempo. E ele continuará sendo a melhor forma de se alcançar grandes realizações.

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