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Educação é, em muitos países, como o Brasil, um setor altamente regulado e isso, por vezes, dificulta o processo de tentativa e erro que é natural para que inovações aconteçam.

Allan Costa

Allan Costa

Allan Costa é empreendedor, investidor-anjo, mentor, escritor, motociclista e palestrante em dois TEDx e em mais de 100 eventos por ano. Co-fundador do AAA Inovação, da Curitiba Angels e Diretor de Inovação da ISH Tecnologia. Mestre pela FGV e pela Lancaster University (UK), e AMP pela Harvard Business School.

Inovação na educação

A gigantesca oportunidade de disruptar a educação

12/09/2023 20:10
Os mercados com potencial de maior disrupção - em termos de impacto - são aqueles muito grandes, mas que ainda são baseados em premissas que remontam há décadas.
A recente disrupção do setor financeiro é um ótimo exemplo. Nos últimos cinco a oito anos, tivemos um boom enorme de fintechs surgindo no Brasil e ao redor do mundo, porque este é um mercado gigantesco que ainda sofria grandes gaps tecnológicos. O resultado não poderia ser outro: as fintechs ganharam muito espaço e disruptaram diversas partes dessa indústria - embora seja justo dizer que elas não destronaram os players gigantes do setor. É claro que isso não iria acontecer de uma hora para outra.
Levando em conta estas duas variáveis - mercado gigantesco e com grandes gaps tecnológicos - podemos pensar em duas indústrias que trazem muita oportunidade: educação e saúde.
Eu diria que a indústria da saúde, principalmente fora do Brasil, apesar de ter demorado, tem feito diversos avanços para se adaptar às novas tecnologias e demandas de clientes que querem as coisas cada vez mais rápidas, ao vivo e acessíveis. A pandemia contribuiu, por exemplo, para a adoção das teleconsultas, algo possível há muito tempo, mas que continuava enfrentando resistências.
Acredito que um dos mercados com maior potencial de disrupção é o da educação. E, aqui, falo com conhecimento da causa: em 2017 fundei a AAA, uma plataforma de educação focada em inovação para que empresas consigam abraçar novas tecnologias e processos e construam times inovadores. Fomos uma das primeiras plataformas do tipo no Brasil e somos, no fim das contas, uma empresa de educação.
Já começamos a ver essa disrupção ao longo das últimas décadas. Desde o surgimento do Google e de seu buscador, vídeos no YouTube, plataformas como Instagram e outras, ter acesso a todo tipo de conhecimento ficou muito mais acessível. Claro, temos que levar em conta a qualidade de boa parte deste conteúdo. Sabemos que, em muitos casos, eles deixam muito a desejar, principalmente quando são ensinados por alguém que nunca viveu nada daquilo que propaga.
Contudo, é inegável que essas plataformas trouxeram um acesso a informações que, antes, estavam encasteladas. Mesmo assim, se pararmos para pensar em todo o potencial que as plataformas podem trazer para disruptar a educação, eu diria que ainda nem começamos.
Só nos Estados Unidos, o setor de educação vale cerca de 1,8 trilhões de dólares (isso, com T), de acordo com dados da Ibis World. E mesmo lá, berço de algumas das maiores empresas e inovações do mundo, o jogo está só começando.
Apesar de ter certeza de que mais disrupções vêm por aí, isso não significa que isso será fácil. Educação é, em muitos países, como o Brasil, um setor altamente regulado e isso, por vezes, dificulta o processo de tentativa e erro que é natural para que inovações aconteçam. Mas, mesmo assim, sigo acreditando que educação é um dos setores com maior número de oportunidades de disrupção para as próximas décadas.

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