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É necessário buscar um caminho do meio, no qual a integração de princípios ESG às operações corporativas seja tanto autêntica quanto eficaz, resultando em benefícios reais para o meio ambiente, a sociedade e os stakeholders. Crédito: Freepik.

Allan Costa

Allan Costa

Allan Costa é empreendedor, investidor-anjo, mentor, escritor, motociclista e palestrante em dois TEDx e em mais de 100 eventos por ano. Co-fundador do AAA Inovação, da Curitiba Angels e Diretor de Inovação da ISH Tecnologia. Mestre pela FGV e pela Lancaster University (UK), e AMP pela Harvard Business School.

Impacto positivo

A falência (e o renascimento) do ESG: encontrando o equilíbrio entre modismo e impacto real

26/03/2024 14:40
Nos últimos anos, o conceito de ESG (Ambiental, Social e Governança) emergiu como um dos temas mais fervorosos no mundo corporativo. Inspirado por figuras de proa como Larry Fink, CEO da BlackRock, a maior gestora de fundos de investimento do planeta, o ESG foi rapidamente abraçado por empresas ao redor do globo.
A promessa era de um novo paradigma de negócios, no qual a sustentabilidade do planeta e práticas empresariais responsáveis não seriam apenas aspiracionais, mas também lucrativas. No entanto, o que começou como uma nobre causa rapidamente se transformou em um verdadeiro Big Brother das práticas corporativas, com "um grupo de eleitos" ditando o que seria considerado correto sob o prisma do ESG.
O movimento ESG, embora fundamentado em princípios louváveis de sustentabilidade e responsabilidade corporativa, não tardou a ser criticado por sua tendência ao greenwashing. Essa prática, na qual companhias buscam apenas o verniz de sustentabilidade sem implementar mudanças substanciais, revelou uma falha crítica na moda ESG: a distância entre retórica e realidade.
Com o tempo, as críticas se intensificaram, apontando para um cenário em que as iniciativas ESG, embora populares, frequentemente falhavam em gerar resultados concretos, perdendo-se em um mar de boas intenções e pouca ação efetiva.
Nesse contexto, é particularmente revelador que o próprio Larry Fink tenha recentemente declarado a abolição das "famigeradas três letrinhas" do cotidiano da BlackRock. Essa reviravolta sinaliza um momento de reflexão crítica sobre o futuro do ESG. Afinal, a busca por um modelo de negócios que equilibre lucratividade com impacto social e ambiental positivo é mais urgente do que nunca. No entanto, a experiência com o ESG até agora destaca a importância de evitar que tais iniciativas se transformem em meras modas passageiras, focadas mais em aparências do que em substância.
A lição a ser aprendida é que, enquanto as práticas de governança, sustentabilidade e responsabilidade social são, indubitavelmente, essenciais para as empresas contemporâneas, a adesão cega a uma "ditadura da moda" ESG sem resultados tangíveis serve pouco ao propósito de transformação real. É necessário buscar um caminho do meio, no qual a integração de princípios ESG às operações corporativas seja tanto autêntica quanto eficaz, resultando em benefícios reais para o meio ambiente, a sociedade e os stakeholders.
O renascimento do ESG, portanto, não deve ser o fim da preocupação ambiental, social e de governança nas empresas, mas um novo começo. Um começo em que a transparência, a autenticidade e a eficácia se tornam os pilares de qualquer iniciativa ESG. Isso significa ir além do greenwashing, investindo em ações que tenham um impacto positivo mensurável, e comunicando progressos e desafios com honestidade. Em vez de se submeter a modismos, as empresas devem adotar uma abordagem ponderada e focada em resultados, nos quais as práticas ESG sejam integradas de maneira genuína e estratégica ao núcleo dos negócios.
Ao abraçarmos esse novo paradigma, podemos transformar o espetáculo ocasional do ESG em uma força motriz para o verdadeiro progresso sustentável. Assim, enquanto nos despedimos da era do ESG como uma moda, damos as boas-vindas à oportunidade de redefinir o que significa operar responsavelmente no século XXI, alinhando ética, lucratividade e impacto social de maneira equilibrada e sustentável.

E vem aí o GazzSummit

O GazzSummit Agro & Foodtechs é uma iniciativa pioneira do GazzConecta para debater o cenário de inovação em dois setores de grande relevância para o país. O evento será realizado nos dias 8 e 9 de maio de 2024 com o propósito de conectar e promover conhecimento para geração de novos negócios, discussão de problemas e desafios, além de propor soluções para o setor.
O GazzSummit promove a disseminação de tecnologias e práticas de inovação que possam levar a cadeira produtiva ainda mais longe. Uma super estrutura espera os participantes, que poderão conferir mais de 30 palestrantes e mais de 300 empresas. O evento vai reunir players importantes do ecossistema como grandes empresas, cooperativas, produtores, entidades públicas, startups e inovadores. Garanta sua vaga no site.