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Com os sistemas de inteligência artificial se tornando cada vez mais acessíveis, estamos migrando da Era da Pesquisa para a Era da Conversação.

Allan Costa

Allan Costa

Allan Costa é empreendedor, investidor-anjo, mentor, escritor, motociclista e palestrante em dois TEDx e em mais de 100 eventos por ano. Co-fundador do AAA Inovação, da Curitiba Angels e Diretor de Inovação da ISH Tecnologia. Mestre pela FGV e pela Lancaster University (UK), e AMP pela Harvard Business School.

Chatbots

A era das aplicações conversacionais

19/07/2023 11:11
Gigantes da indústria de tecnologia como Amazon e Google inauguraram o que podemos chamar de Era da Pesquisa (ou Search Era, se você gosta de termos em inglês). Colocando de forma bastante simplista, o que eles fizeram foi coletar e organizar um número quase infinito de informações e disponibilizá-las para que as pessoas pudessem encontrar essas informações de forma intuitiva e rápida. Isso vale para produtos, locais, serviços, novas tecnologias, formatos de conteúdo, e assim por diante.
Em poucas décadas, quase todo tipo de informação se tornou disponível, podendo ser alcançada a poucos cliques. Claro que isso também trouxe problemas, como a proliferação de especialistas em qualquer coisa, mas, no saldo geral, eu diria que foi extremamente positivo.
Agora, com os sistemas de inteligência artificial se tornando cada vez mais acessíveis - e as gigantes de tecnologia incorporando essa tecnologia de forma mais intuitiva para seus usuários -, acredito que estamos migrando da Era da Pesquisa para a Era da Conversação.
Pense sobre como funcionam plataformas como ChatGPT ou similares: eles podem, com certeza, apenas responder perguntas de forma direta, como se estivéssemos apenas pesquisando por aquela informação como em qualquer outra plataforma de pesquisa. Contudo, o grande diferencial deste tipo de tecnologia é justamente ela poder se adaptar exatamente àquilo que você está procurando, de forma muito mais específica e sem trazer centenas de resultados diferentes que demandará uma curadoria por minutos - ou até horas.
Isso, de fato, já está acontecendo. Empresas como o iFood já anunciaram a incorporação de sistemas de inteligência artificial que fazem com que a pesquisa em sua plataforma fique muito mais conversacional. Ao invés de ficar se perguntando o que você precisa para um churrasco com seis pessoas, você pode simplesmente perguntar isso para a plataforma e, a partir dali, conversar com ela, para adaptar o seu pedido.
Vejo claramente isso se expandindo para todas as plataformas que usamos no dia a dia. Por que ficar procurando um filme na Netflix ou similares se você pode perguntar algo muito mais específico, como “quero um filme de suspense, não tão pesado, e sem elementos sobrenaturais, com até duas horas e meia de duração”. Na Amazon, você poderá procurar por itens conversando com a plataforma, ao invés de simplesmente navegar por categorias. Pense em como esse tipo de tecnologia pode ser usada em outras indústrias, como saúde e no ramo imobiliário.
A inteligência artificial, mesmo com todo o hype envolvido, realmente irá impactar profundamente a forma como nos relacionamos com a tecnologia. Iremos, aos poucos, migrar de um mundo onde simplesmente pesquisamos e escolhemos filtros de pesquisa para um mundo onde conversamos com as aplicações que usamos no dia a dia.