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Fábio Rodrigues*

Gestão de pessoas

Como realizar uma gestão de pessoas eficiente em tempos de pandemia?

09/09/2020 10:53
A crise do coronavírus mudou
completamente a rotina de todos. Tivemos que reeducar nossos hábitos, nossa
rotina e até nossos processos produtivos no ambiente corporativo. Ao que tudo
indica, a situação ainda está longe de se normalizar e, infelizmente, ainda
deve se perpetuar por mais algum tempo.
Em busca de evitar desastres
econômicos ainda maiores, as empresas iniciam um período de reabertura das
operações. No entanto, o contexto é completamente diferente do período
pré-crise: as jornadas são reduzidas, os processos sofreram reestruturações e
os cuidados com a saúde do colaborador vem em primeiro lugar (ao menos nas
organizações mais conscientes).
Esse panorama é muito novo para
todo mundo. Ainda estamos aprendendo quais são as melhores formas de retomar as
atividades minimizando ao máximo o risco para os colaboradores. É uma situação
delicada, já que cada erro pode trazer consequências graves. Porém, restam
poucas alternativas: a crise não permite outras saídas.
Um dos pontos mais importantes para superar esse momento é a gestão de pessoas. Seja antes, durante ou depois da pandemia, os colaboradores sempre são o maior ativo que uma empresa possui. Mais do que nunca, agora é preciso aproveitar ao máximo os recursos humanos disponíveis, sem deixar de garantir condições adequadas de saúde a cada funcionário.
Porém, a pandemia impõe novos
desafios à gestão de pessoas. Com o distanciamento social, é provável que essa
gestão seja feita de forma remota. Se seus funcionários estão em home office, o
grande trunfo é a comunicação frequente e o acompanhamento de resultados. Por
conta da distância física, é natural que gestores percam o controle sobre o
trabalho executado por seus colaboradores. No entanto, um maior número de
reuniões e um acompanhamento mais próximo de métricas individuais pode
compensar esse distanciamento.
No entanto, gostaria de me ater
especialmente à gestão de profissionais que realizam rotinas operacionais, ou
seja, que estão voltando ao trabalho presencial. Esse é o caso das grandes
indústrias, por exemplo. Como fazer uma boa gestão de pessoas desses
funcionários e ainda garantir condições adequadas de saúde a eles?
Primeiramente, a gestão remota também pode funcionar nesses casos. É impossível que o profissional do chão de fábrica faça seu trabalho à distância. No entanto, existem tecnologias que permitem que gestor acompanhe todo o trabalho de sua equipe sem sair de casa. Isso é importantíssimo para evitar reuniões desnecessárias e diminuir os riscos de possíveis contaminações.
Em segundo lugar, é preciso ter
total respeito aos protocolos de saúde e segurança: falamos aqui de
disponibilização de álcool em gel, medição de temperatura, testagem em massa e
medidas para evitar aglomerações e garantir o distanciamento social dentro da
empresa.
Uma atenção especial deve vir para as equipes de limpeza: mais do que nunca os gestores precisarão acompanhar de perto esse serviço, que muitas vezes são terceirizados. Essa é a hora de entender exatamente como está o trabalho dessas equipes e quais medidas estão sendo tomadas para reforçar a higienização dos ambientes. A qualidade do trabalho desse time é essencial para garantir um local de trabalho seguro.
Por fim, a gestão de pessoas nesse tempo de crise requer foco em produtividade. Provavelmente gestores estarão trabalhando com equipes reduzidas, tanto para respeitar as medidas de saúde quanto pela menor demanda do mercado. Portanto, é essencial evitar desperdícios e aproveitar ao máximo a mão de obra disponível. Assim, vale a pena ter indicadores precisos para fazer avaliações de desempenho individuais, identificando rapidamente gargalos e tomando as medidas necessárias.
Esse é o cenário que enxergo para
a gestão de pessoas em tempos tão turbulentos quanto o que vivemos. E ainda vou
além: a gestão remota, o acompanhamento de indicadores e a preocupação com a
saúde do colaborador são pontos que precisamos urgentemente levar para as
empresas mesmo após a pandemia!
*Fábio Rodrigues é economista, co-fundador e CEO da Novidá, startup residente do Cubo Itaú que usa IoT, AI e tracking de precisão para mapear a jornada de pessoas e equipamentos em ambientes de trabalho, gerando insights relevantes para a tomada de decisões.