Hubert Basques, do Grupo Kefraya: "Uma nação nunca alcançará crescimento sem investir em educação"

Hubert Basques é um executivo de destaque no setor da educação no Brasil, com uma carreira marcada por desafios e conquistas que o consolidaram como líder no segmento. O executivo foi diretor-geral da universidade FAAP, em São Paulo, por quatro anos; pró-reitor administrativo e financeiro no Centro Universitário de Rio Preto (UNIRP), em São José do Rio Preto (SP); diretor-geral da FBV Recife (PE); diretor-geral da Adtalem Educacional do Brasil; e reitor do Centro Universitário Ruy Barbosa (UniRuy), de Salvador (BA).

Natural de São José do Rio Preto e com uma trajetória que o levou a viver em diversas regiões do Brasil, Basques acumula experiência tanto no ambiente acadêmico como na gestão empresarial. 

Atualmente, à frente do Grupo Kefraya, uma das maiores holding de educação em saúde do país, ele compartilha sua visão sobre os desafios do setor e o impacto que uma educação de qualidade pode ter na transformação social.

Confira a entrevista que ele concedeu para a coluna.

Hubert Basques: Sou paulista de nascimento, mineiro por criação, pernambucano por opção, baiano por devoção e, agora, catarinense de coração. Formado em Administração, passei a lecionar na Universidade Presidente Antônio Carlos – UNIPAC no campus matriz, em Barbacena (MG), onde estive por 17 anos.

Durante minha passagem pela UNIPAC, meu reitor me desafiou a desenvolver um modelo de downsizing (estratégia empresarial que envolve a redução de custos por meio do corte de pessoal e da reestruturação de estruturas ou operações) para a estrutura da universidade. Depois da implementação, ele, professor Bonifácio Andrada, foi trazendo outros desafios para mim na instituição. Com isso, pude gerir diversas áreas, da tecnologia até a gestão de pessoas, mas foi na área financeira que pude me dedicar de maneira plena. E foi essa jornada que me lapidou como executivo de instituições de educação.

O fato de trabalhar em empresas de educação me proporcionou a certeza de que essa atividade necessariamente provoca mudança nas pessoas e nos alunos que confiam a todos nós a sua preparação para o trabalho e para a vida. Uma escolha incorreta ou uma educação falha trará aos estudantes e aos seus familiares um duplo prejuízo: dinheiro e tempo.

Em relação ao dinheiro, trabalha-se mais e se consegue recuperar. Porém, o tempo jamais se recupera e é daí a enorme responsabilidade que todos os educadores possuem diante da sociedade.

Quanto ao nosso país, os períodos de instabilidade econômica, instabilidade jurídica e fragilidades do atual governo proporcionam desafios gigantescos, lembrando que educação carece de uma visão de longo prazo e que nossa nação não é referência em qualidade quando comparada às demais nações do globo.

Uma marca deve refletir o posicionamento e anseios idealizados por seus shareholders e também aquilo que seus clientes buscam enquanto produto ou serviço. A reputação de uma marca sobe pelas escadas, mas desce em queda livre e, por isso, é crucial o zelo e respeito pela marca.

Uma nação jamais terá elevado nível de crescimento se não for pela educação. E nosso país carece de fortes aprimoramentos na gestão pública das redes e na regulação, sem sofismas nem modismos. O ensino da matemática, das letras e das ciências deve ser levado ao mais elevado nível para que, de fato, tenhamos um país próspero.