Milton Fabricio*
Grupo de cidades inteligentes
Prefeituras do Sul do país recebem carta aberta que incentiva cidades inteligentes
Mais do que nunca, as cidades ganham protagonismo na sociedade contemporânea. Se elas geram condições favoráveis, os cidadãos ganham em qualidade de vida, serviços e oportunidades de emprego, renda e lazer. Se elas não correspondem às necessidades da população, perdem em atratividade e, consequentemente, talentos e potencial econômico.
O Grupo de Cidades Inteligentes (GCI) — iniciativa do Programa WTC de Competitividade mantido pelo World Trade Center (WTC) Curitiba, Joinville e Porto Alegre — foi criado em 2020 para acelerar a evolução da pauta de smart cities dentro do ambiente empresarial e da sociedade como um todo, especialmente nos três estados da região Sul do país.
Neste primeiro ciclo de atividade, o GCI é presidido por Jean Vogel, diretor executivo do Ágora Tech Park, localizado em Joinville.
O grupo, formado por executivos C-Level de grandes empresas, se reúne mensalmente para adquirir conhecimento e trocar experiências que possam contribuir com esta agenda. Já como um dos resultados deste trabalho, o GCI vem a público para compartilhar ideias e conhecimento, com atenção especial aos gestores públicos recém-empossados.
Para isso, o grupo lançou uma Carta Aberta contemplando estratégias e planos de ação que contribuam para o desenvolvimento das cidades. Além de um fórum de debate, queremos servir como um player de conexão entre lideranças do mercado, academia e setor público, e atuar como um hub de boas práticas, conteúdo e inspiração.
Eduardo Pimentel, vice-prefeito de Curitiba, e Topázio Neto, vice-prefeito de Florianópolis, são os primeiros gestores a receber a Carta Aberta. Joinville e Porto Alegre também serão convidadas nos próximos dias.
Ancoramos nossa visão sobre a importância dos novos gestores públicos em desenvolver cidades mais inteligentes a partir de cinco premissas:
- Uma cidade inteligente é mais do que tecnologia, é colaboração;
- Smart spaces: equipamentos públicos como ambientes inteligentes;
- Atração de talentos, e não apenas de CNPJs;
- Uso de dados e inteligência artificial para tomada de decisão;
- Inovação nas cidades mobilizam o ambiente empresarial.
Cada cidade tem realidades, desafios e potencialidades distintas, mas o mindset deve ser o mesmo: entender que a sinergia entre os vários atores do ecossistema é que trará as soluções para seu desenvolvimento.
Os governantes devem atuar em conjunto com setor privado e instituições de ensino para estimular, com políticas de fomento ao empreendedorismo e inovação, projetos que sejam capazes de transformar as cidades, estados e até mesmo o país. Que sejam capazes de transformar a vida das pessoas. Uma cidade inteligente salva vidas.
Em um momento sensível à economia dos municípios, e em meio a uma acelerada transformação digital, não faltam razões para os futuros gestores públicos estimularem iniciativas que criem uma relação de inteligência entre as cidades e seus moradores.
*Milton Fabricio é diretor executivo do World Trade Center (WTC) Curitiba, Joinville e Porto Alegre.