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Temas relacionados à construção de cidades mais sustentáveis e inteligentes com foco na integração entre desenvolvimento econômico e responsabilidade socioambiental farão parte do inédito Fórum Econômico Smart Brasil, que acontece em março em Curitiba. Crédito: Flávio Conceição Fotos.

Beto Marcelino

Beto Marcelino

Sócio-fundador do iCities, hub de negócios em cidades inteligentes que realiza, desde 2018, o Smart City Expo Curitiba. Também é embaixador da Fira Barcelona no Brasil.

Smart Cities

O que seria das cidades sem ESG?

18/02/2025 20:11
Essa é uma pergunta que venho me fazendo há algumas semanas. Será que, sem compromisso com sustentabilidade, responsabilidade social e governança, as cidades estariam fadadas ao caos, à desigualdade e à degradação ambiental? Nos últimos anos, a agenda ESG tem se consolidado globalmente como um caminho essencial para um desenvolvimento sustentável e responsável. No entanto, essa evolução também encontra desafios e visões divergentes. Em diversos países, há movimentos políticos que defendem uma abordagem mais flexível em relação a regulamentações ambientais e regras de governança, colocando em discussão a relevância e o impacto do ESG no crescimento econômico.
Não estou aqui para falar sobre políticos, nem para tomar partido, mas volto ao título deste artigo: um mundo sem ESG é realmente o que queremos?
O impacto de medidas extremas contra essa agenda já começa a se manifestar. Empresas que abandonam práticas sustentáveis podem até registrar ganhos financeiros de curto prazo, mas a médio e longo prazo enfrentam desafios significativos, como falta de recursos naturais, dificuldades na contratação e retenção de talentos, e menor atração de investimentos. Consumidores estão mais atentos, investidores exigem transparência e a sociedade, cada vez mais consciente, cobra responsabilidade. Enquanto alguns retrocedem, outros avançam - e é nesse avanço que devemos focar.
No Brasil, iniciativas como as da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, que atua na Baía de Guanabara com projetos de conservação marinha, demonstram que sustentabilidade e desenvolvimento econômico podem andar juntos.
Globalmente, empresas como Cisco, NVIDIA e BYD são exemplos de como a inovação pode estar diretamente conectada às melhores práticas de ESG. A Cisco, por exemplo, investe fortemente na redução da pegada de carbono em seus data centers; a NVIDIA trabalha para tornar seus processos produtivos mais sustentáveis, reduzindo desperdícios e aumentando a eficiência energética; enquanto a BYD lidera a revolução dos veículos elétricos, contribuindo para a descarbonização do transporte urbano.
A dicotomia entre ESG e progresso econômico é um falso dilema. O verdadeiro desafio está em encontrar o equilíbrio entre desenvolvimento e preservação, inovação e responsabilidade, crescimento e governança. Radicalizar esse debate, seja rejeitando o ESG completamente ou adotando uma visão utópica e desconectada da realidade, compromete nosso futuro. Precisamos de um caminho do meio, que harmonize interesses econômicos e sociais sem comprometer as próximas gerações.
O iCities defende essa pauta porque nós acreditamos que cidades inteligentes não existem sem ESG. A descarbonização, a eficiência no uso de recursos naturais e políticas públicas inclusivas são indispensáveis para um planejamento urbano sustentável. Sem esses pilares, não há resiliência, inovação ou qualidade de vida.
Nesse contexto, discutiremos essas questões dentro do nosso inédito Fórum Econômico Smart Brasil, inspirado em debates do Fórum Econômico Mundial em Davos. O evento acontece durante o Smart City Expo Curitiba, de 25 a 27 de março na Ligga Arena, na capital paranaense. Serão abordados temas essenciais para a construção de cidades mais sustentáveis e inteligentes, sempre com foco na integração entre desenvolvimento econômico e responsabilidade socioambiental.
Como sempre digo, o futuro das cidades está sendo definido agora. A decisão que tomamos hoje não deve ser guiada por ideologias ou polarizações, mas por uma visão estratégica de longo prazo. O legado que deixaremos depende do compromisso que assumimos com o equilíbrio, a harmonia e a construção de um amanhã melhor para todos.
Lideranças do agro e food no GazzSummit Agro e Foodtechs
O GazzSummit Agro e Foodtechs vem para ocupar um lugar de destaque nas discussões sobre inovação no agronegócio e no setor de food, conectando especialistas, empresas e startups para debater tendências, tecnologias e os principais desafios desses segmentos, fortalecendo o debate em torno da cadeia produtiva que leva os produtos do campo à mesa do consumidor.
Entre os palestrantes já confirmados estão Dilvo Grolli, presidente da Coopavel; Paulo Maximo, diretor de planejamento e operações de vendas LATAM da CNH Industrial; e Mirella Lisboa, head AgroStart LATAM da BASF. O evento também contará com três grandes nomes do setor supermercadista paranaense: Carlos Beal, sócio-proprietário do Festval; Everton Muffato, diretor do Super Muffato; e Pedro Joanir Zonta, fundador da Rede Condor e presidente do Grupo Zonta.
Promovido pelo GazzConecta, o GazzSummit mantém seu pioneirismo ao abordar, conjuntamente, o agro e o setor de food service, tendo as agrotechs e foodtechs como norteadoras das discussões.
Apresentado pela Gedisa, referência em geração distribuída de energia, e com o patrocínio da Urso Consultoria Empresarial, o GazzSummit será realizado nos dias 26 e 27 de março como parte do Smart City Expo Curitiba, segundo maior evento sobre cidades inteligentes do mundo. Os ingressos já estão disponíveis no site oficial do GazzSummit Agro e Foodtechs.