A relação entre economia e cidades inteligentes é um tema que me fascina e que, acredito, moldará o futuro das nossas comunidades. A forma como as cidades se desenvolvem economicamente tem um impacto direto na qualidade de vida dos cidadãos, desde sua infraestrutura básica até os seus serviços avançados e inovadores.
Foi com essa visão que promovemos dentro do Smart City Expo Curitiba 2025, maior evento de cidades inteligentes das Américas, o Fórum Econômico Smart Brasil. Um espaço para reunir especialistas focados em trazer para o debate algo urgente: pensar no desenvolvimento econômico dentro do contexto das cidades inteligentes.
Em sua participação honrosa, o economista Marcos Troyjo, que já foi Presidente do Banco dos BRICS e Secretário Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, trouxe uma interessante reflexão sobre como a palavra “smart” (do inglês) possui várias traduções e usos, como: inteligente, esperto, moderno, ágil e elegante; e que ser verdadeiramente smart vai muito além da tecnologia. E eu concordo plenamente. Acredito que a tecnologia pode ser uma aliada maravilhosa na criação e implementação de soluções inovadoras, porém, ser smart inclui, também, antecipar tendências, prever desafios, gerenciar dados de forma estratégica - e me pergunto por que isso não se aplicaria à esfera econômica?
Ao promover um Fórum como este, buscamos unir forças e compartilhar conhecimento. Queremos construir um futuro em que a gestão das cidades seja feita de forma integrada, reunindo os esforços do poder público, da academia, do setor privado e da sociedade civil, estabelecendo os alicerces fortes para uma sociedade próspera e construída para todos.
O estudo
"Perspectivas Econômicas Globais" do Banco Mundial revela que, apesar de impulsionarem 60% do crescimento global, as economias em desenvolvimento (que inclui o Brasil) enfrentam o menor crescimento a longo prazo desde o ano 2000. Prevê-se que o crescimento global se estabilize em torno de 2,7% até 2026, com as economias em desenvolvimento crescendo cerca de 4%.
O economista-chefe do Banco Mundial e responsável pelo estudo, Indermit Gill, enfatiza a necessidade de novas estratégias para impulsionar o investimento privado e fortalecer as relações comerciais entre as economias em desenvolvimento como o Brasil, que, apesar de sua crescente importância no cenário global, ainda dependem fortemente do crescimento das economias avançadas.
Especialmente em um momento de incertezas no contexto comercial global, apresentam-se grandes desafios que exigem uma abordagem mais estratégica e colaborativa. É então que se faz ainda mais necessário que as cidades se tornem catalisadoras de um novo paradigma econômico, no qual a inovação e a sustentabilidade caminhem juntas. E é por isso que vejo com tanto entusiasmo a realização da primeira edição do Fórum Econômico Smart Brasil. Pioneiro no país, este encontro se apresentou como um espaço crucial para o diálogo e a construção de soluções inteligentes no âmbito econômico.
Ao reunirmos líderes, especialistas de diversos setores, buscamos criar um ambiente propício para a troca de ideias e a formulação de estratégias que impulsionem o desenvolvimento econômico das cidades, sempre de forma inteligente e sustentável. Esta atitude impacta diversas outras áreas, e cito como exemplo: a infraestrutura - ao fomentar múltiplos investimentos; a segurança - ao se construir uma comunidade mais igualitária; a saúde - ao garantir o acesso de todos à alimentação nutritiva e a serviços de saúde de qualidade; e, a educação - ao garantir ensino de qualidade a todos.
O futuro das cidades inteligentes depende da nossa capacidade de inovar e unir esforços. Já demos um passo importante rumo à uma nova era econômica ao criar este evento, e ao expandi-lo para mais edições, pavimentaremos o caminho para a construção de cidades ainda mais inteligentes.