A jornada do iCities: transformando cidades para um futuro inteligente

O iCities nasceu de um sonho: transformar as cidades em ambientes mais conectados, eficientes e sustentáveis. E, hoje, eu venho contar um pouco dessa história de empreendedorismo e conquistas que nos inspira, citando também algumas "pedras no caminho", que, certamente, fazem parte da vida de qualquer pessoa. 

Quando fundamos a empresa há 13 anos, o conceito de cidades inteligentes ainda era embrionário no Brasil. Acreditávamos que o futuro dos municípios estava na integração de soluções inovadoras, e partimos de um conceito que nos guia até hoje: pessoas inteligentes criam cidades inteligentes.

Nosso propósito no iCities sempre foi desmistificar a ideia de que uma cidade inteligente seria apenas como Orbit City, a cidade dos Jetsons (receio que os mais jovens não lembrarão, mas era um desenho famoso na década de 80 com carros voadores). O primeiro grande desafio foi mostrar que a transformação urbana não se tratava apenas de implantar novas tecnologias, mas sim de criar ecossistemas de inovação que visavam melhorar a qualidade de vida dos cidadãos. E qualidade de vida tem tudo a ver com cidade inteligente. Afinal, estamos falando de uma causa e uma consequência.

O iCities começou com projetos pequenos, sempre focando em oferecer soluções inovadoras, escaláveis e aplicáveis a diferentes cenários urbanos. Nem sempre acertamos de cara, mas temos orgulho da nossa trajetória de pioneirismo no domínio e na disseminação do conceito de cidades inteligentes no Brasil, com foco no desenvolvimento urbano e na qualidade de vida de todos.

A primeira grande oportunidade surgiu aqui em Curitiba, uma cidade que há décadas é referência em planejamento urbano e que sempre esteve aberta à inovação. Eu, como conterrâneo, confesso que fiquei muito feliz em poder aplicar um pouco do que aprendemos na capital paranaense que tanto estimo e onde moro há tantos anos. 

Trabalhamos junto com a gestão municipal em soluções voltadas à mobilidade, gestão de resíduos, eficiência energética, dentre outros projetos. Fomos pioneiros na educação infantil, por meio de um projeto que capacitou cerca de 10 mil alunos da rede de ensino pública, colaborando diretamente com a municipalidade e outras instituições a fim de criar uma cidade mais inteligente e sustentável.

No meio do caminho, fui percebendo que fazer conexões com pessoas e governantes era mais do que fundamental e, em 2019, tive a honra de poder redigir, junto com mais de 80 especialistas de todo o Brasil, a Carta Brasileira de Cidades Inteligentes, que visa oferecer um guia para gestores públicos, o setor privado, acadêmicos e a sociedade em geral, promovendo o debate e a implementação de soluções inteligentes e integradas para os desafios urbanos brasileiros.

Nos últimos anos, temos visto uma rápida evolução dos desafios enfrentados pela população, tanto no Brasil quanto globalmente. Com o crescimento urbano e os desafios impostos pelas mudanças climáticas, a demanda por soluções inteligentes tem se tornado cada vez mais urgente. As cidades precisam lidar com questões como mobilidade urbana, eficiência energética, segurança e o uso inteligente de dados. Para isso, novas articulações entre governos, empresas e cidadãos são essenciais.

Não é uma tarefa fácil, mas enxergo essas transformações como oportunidades - e isso me motiva muito. E é com grande satisfação que digo que estamos crescendo também. Nosso principal evento, o Smart City Expo Curitiba, passará a acontecer, em 2025, em um novo espaço, sete vezes maior que as edições anteriores. Além disso, estamos ampliando nossa equipe, contando com novos profissionais que somam talentos e energia ao nosso time.

Hoje, a abordagem do iCities é colaborativa: trabalhamos com prefeituras, empresas privadas, academia e organizações sociais, entendendo que a transformação de uma cidade depende de uma ação conjunta de todos os atores envolvidos.

Projetos como o de cidades inteligentes em Curitiba, nos quais onde conseguimos unir tecnologia, gestão pública e engajamento da sociedade, servem como modelo para outras regiões. E não paramos por aí: temos expandido para outras cidades, sempre buscando soluções que possam ser adaptadas às especificidades locais.

A chegada de novas gestões municipais ou a continuidade de gestões bem estruturadas traz consigo a oportunidade de repensar ou ampliar as políticas urbanas e promover soluções inovadoras para os problemas que enfrentamos.

Olhando para tudo o que já construímos e para os desafios que ainda temos pela frente, uma coisa é certa: as cidades inteligentes não são um destino, mas uma jornada. E, nessa jornada, o que está em jogo não é apenas a infraestrutura urbana ou as tecnologias implementadas, mas a capacidade de criarmos ambientes em que pessoas, empresas e governos se unam para transformar o modo como vivemos.

A questão é: vamos continuar sendo espectadores ou seremos protagonistas dessa transformação? O futuro das cidades depende das escolhas que fazemos hoje. Cada rua, cada praça, cada decisão conta. Estamos prontos para construir cidades mais inteligentes, e a pergunta que deixo é: e você, está pronto para fazer parte dessa mudança?