João Kepler
João Kepler é escritor, educador, anjo-investidor, conferencista, apresentador do programa PIVOTANDO no SBT News. É autor de 11 livros, especialista em nova economia, equity, startups e negócios inovadores. Foi premiado quatro vezes como o Melhor Investidor Anjo do Brasil pelo Startup Awards. Também foi premiado pelo iBest como Top #1 do Brasil em Economia e Negócios. Kepler ainda é CVO da Bossa Invest - Venture Capital e CEO da Equity Fund - Private Equity.
Treinando líderes
Quem te provoca te leva mais longe
as pessoas associam provocação a algo ruim, negativo. Mas nem toda provocação
precisa ter essa conotação, afinal, nem tudo precisa ser compreendido como uma afronta,
mas pode ser também um desafio, uma visão complementar à sua que pode provocar
reações e resultados bem positivos.
Posto isto, quem é a pessoa que te provoca, te estimula e te faz ver outras possibilidades para agir? Busque por pessoas ou mentores que te façam mais perguntas e não somente que te apontem caminhos ou te digam uma resposta. Busque alguém que possa ampliar suas perspectivas, orientar sem impor e te corrigir sem ofender. Valorize as críticas, elas irão te provocar e despertarão para encontrar soluções e melhores caminhos. Se não sabe voar, cola em quem sabe.
boa parte dos leitores dessa coluna de imediato lembraram basicamente de três
figuras principais que são associadas a este perfil de “provocador”. O
professor é o primeiro desses personagens: ele orienta o início da vida de
qualquer pessoa, por meio de explicações objetivas e estímulos que fazem seus
alunos refletir e encontrar suas próprias respostas. Ou seja, aqui existe uma transferência
de conhecimento em um primeiro momento.
é o coach ou treinador, que aparece na hora de colocar a teoria em prática. Perceba
a diferença, aqui além da troca de conhecimento o coach vive a experiência com
o seu pupilo. Na prática, isso significa que ele vai relembrar as instruções e
acompanhar o seu desenvolvimento naquela determinada competência, isto é, andar
ao seu lado.
terceiro personagem é a figura do mentor. Seu papel é ser um provocador legítimo!
O propósito aqui não é mais transmitir informações e nem treinar competências,
mas estimular a autonomia, isto é, fazer com que seu mentorado consiga perceber
sozinho o que precisa ser feito. É claro que ele contribuirá para isso, mas de
uma forma bem diferente de um professor ou de um coach.
que em alguns momentos as três características podem se fundir em um mesmo
indivíduo, é mais raro mais acontece às vezes. Mas o grande diferencial do
mentor está no fato de ele funcionar como uma referência para você — uma pessoa
que você lembrará, para sempre, como alguém que mudou a sua vida.
isso, nem é preciso dizer que a relação entre mentor e mentorado não se
constrói do dia para a noite. A mentoria para um CEO, por exemplo, está baseada
na confiança, o que exige entrosamento e tempo. É como um time de futebol. O
desempenho em campo depende do conhecimento de cada jogador em relação ao seu
companheiro. Para que os resultados venham, também é fundamental que esses
jogadores se sintam à vontade uns com os outros. Assim como ocorre entre os
atletas de uma equipe, a relação, na mentoria para CEO, é de igual para igual,
não devendo haver nenhuma amarra ou barreira que impeça essa evolução na
relação.