Quem exerce funções de liderança deve estar apto e disposto a realizar um conjunto abrangente de tarefas distintas. Metas, estratégia, resultados, recursos, clientes, pessoas e sistemas são apenas alguns dos aspectos que fazem parte do dia a dia do líder. Para aqueles que são iniciantes no ofício de liderar, isso pode até suscitar algumas dúvidas. Com tanta coisa a ser feita, por onde começar para se tornar um bom líder?
Não há uma resposta única a essa pergunta, pois contextos diferentes exigem respostas também diferentes. Mas uma dica valiosa para quem está iniciando em funções de liderança é a de dar prioridade ao conhecimento, de forma mais aprofundada, de sua própria equipe de trabalho. Tornar-se um bom líder está diretamente relacionado à maneira como você percebe e trata seu time.
Para conhecer bem um time é importante evitar abordagens polarizadas do tipo: devo analisar o time como um todo ou indivíduos de forma isolada? Na minha opinião, é fundamental que as duas questões sejam tratadas de maneira simultânea.
Equipes são compostas por indivíduos com personalidades únicas que podem aprender a trabalhar em conjunto em direção a um objetivo comum. Se o líder quer gerar impacto no time como um todo, será mais efetivo se reconhecê-los enquanto indivíduos, não somente como uma unidade. Conhecer não só suas competências, experiências e aspirações profissionais, mas também suas deficiências e necessidades de desenvolvimento.
Além dos aspectos profissionais, caberia ao líder buscar, sem ser invasivo e no limite do respeito, a privacidade do colaborador. Também, ele deve conhecer melhor aspectos de sua vida pessoal: em que estágio de vida se encontra, se tem esposa ou esposo, filhos etc. Quais são suas necessidades familiares atuais e suas aspirações pessoais são apenas alguns dos aspectos que ajudam na formação de um quadro geral de cada componente do time que servirá de verdadeiro guia para que o líder possa tomar decisões.
Quando falamos em equipe, estamos nos referindo ao coletivo. Conhecer o conjunto de competências que existem, as complementariedades entre seus componentes e a interação entre as partes são pontos necessários para que se possibilite a geração de sinergias produtivas que contribuam para que a equipe atinja aos resultados organizacionais.
Neste sentido, sempre vale a pena organizar sessões para se tratar a respeito dos propósitos organizacionais, as funções estratégicas que a unidade desempenha no sentido de construir o tão necessário alinhamento entre as tarefas individuais e suas contribuições com a realização das atividades da unidade e da organização. Personalidades excessivamente individualistas têm maiores dificuldades em fazer o jogo de equipe, sendo que caberá ao líder, ao conhecê-las, saber tratar da questão de forma eficaz.
Existem várias formas de se conhecer melhor a equipe de trabalho que passam, também, por formatos mais informais. Um bate papo para troca de ideias, convite para um almoço ou café, sessão de videoconferência na qual os componentes do time têm a oportunidade de falar de si mesmos (isso foi muito empregado durante a pandemia) e até mesmo sessões de cozinha, nas quais os componentes do grupo são levados a compartilhar suas experiências na culinária e suas experiências de vida, são exemplos do que tem sido vastamente empregado pelas organizações.
Já entre os formatos mais formais estão as entrevistas, mapeamentos de competências, dinâmicas de grupo, a realização de testes de perfil, cursos e palestras. Em suma, o que não falta são instrumentos para todos os gostos, necessidades e preços que estão à disposição para que o líder conheça melhor sua equipe de trabalho.
Uma mente aberta e propensa ao aprendizado forma a base de uma liderança forte. É importante que o líder esteja disposto a escutar e a aprender com sua equipe da mesma forma que os componentes da equipe terão no líder uma fonte de inspiração e aprendizado.
Cabe ao líder construir uma equipe incrível e de alta performance que possa superar os desafios que lhe são apresentados, sempre buscando objetivos cada vez mais ousados. Nesse sentido, ser ou não um bom líder sempre estará relacionado ao conhecimento que o líder tem e de como trata sua equipe e, em última instância, de como esse líder é percebido por sua própria equipe pelo impacto que gerou em suas mentes e corações.