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O Ai Pin, dispositivo que pode substituir o aparelho celular, é o wearable da vez. Crédito: Kelli McClintock / Unsplash

Cris Alessi

Cris Alessi

Cris Alessi é consultora de inovação e transformação digital, conselheira, palestrante, investidora-anjo e autora do livro "Gestão de Startups: desafios e oportunidades”.

Ai Pin

Wearables: o fim do aparelho celular?

13/11/2023 17:13
Há alguns meses, fiquei sem celular e escrevi um artigo falando sobre os problemas emocionais e práticos de ficar desconectado. Comentei sobre o papel que o aparelho celular ocupa na nossa vida, no nosso dia a dia.
Também pensei que já poderíamos ter algo mais prático do que o aparelho celular, centralizando nossos canais de conexão com os aplicativos e plataformas. Há bastante tempo falamos dos wearables (tecnologias vestíveis), mas a popularização ainda está apenas nos relógios e pulseiras inteligentes.
Na verdade, o mercado de wearables vem apresentando redução nos últimos anos, ao contrário do que se espera com o aumento da infraestrutura e qualidade de conexões em todo o mundo.
Essa semana, porém, uma novidade pretende mudar este cenário: um lançamento da startup Humane, fundada pelo casal Bethany Bongiorno e Imran Chaudhri - profissionais há anos no mercado de tecnologia e ex-funcionários da Apple. A Humane foca na construção de tecnologias inovadoras que pareçam familiar, natural e humana.
O Ai Pin - um dispositivo que pode substituir o aparelho celular. Imagina, não precisar mais manter o celular na mão, na bolsa, no bolso ou em qualquer lugar? O avanço da inteligência artificial começa a abrir essa possibilidade. O wearable Ai Pin pode ser colocado na roupa como um broche ou uma câmara corporal (ou encaixado em qualquer lugar) e usa a IA que é controlada por comandos de voz, com toque e gestos.
Entre as funcionalidades estão tirar fotos e gravar vídeos, enviar mensagens de textos e voz, reproduzir música, fazer chamadas, pesquisar na web com comando de voz e receber informações com a profundidade do ChatGPT. Ele tem um pequeno projetor capaz de fazer sua mão de tela. Que tal?
Outras ações que o pequeno aparelho realiza é a identificação de objetos e traduções. Ele entende o que uma pessoa está falando em um idioma e traduz, fazendo com que a conversa possa fluir em vários idiomas em tempo real.
O incentivo ao ecossistema de desenvolvedores vem da utilização do sistema operacional Android de código aberto do Google. Assim, deve ser fácil criar aplicativos para o dispositivo.
O mercado investidor tem apostado na startup Humane. Até agora, foram US$ 230 milhões em investimento, para uma avaliação de US$ 850 milhões. Os investidores da Humane incluem Sam Altman, CEO da OpenAI, que detém a maior participação externa com quase 15%; o CEO da Salesforce, Marc Benioff; Microsoft; e os corporate venture capital da LG, Volvo e Qualcomm. Nada mal, hein?
Mas nem tudo são flores. Como tudo que envolve inteligência artificial tem muitos pontos que começam a ser discutidos instantaneamente com o lançamento de um produto como este (que chegará às lojas no início de 2024). A privacidade dos usuários e a segurança de dados, são questões delicadas que entram na pauta. Qual o destino dos dados, como são utilizados? Quanto os usuários e os não usuários permitem a captura e utilização desses dados?
Enfim, mais uma história que está apenas começando e, certamente, virão outras e outras pela frente.

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